Análise – Tearaway

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Apesar do natural entusiasmo presente um pouco por toda a industria dos videojogos sobre o lançamento das duas consolas de nova geração isto não significa que os lançamentos de qualidade sejam apenas provindos da Playstation 4 ou da Xbox One. Até as portáteis têm provado que estão “aí para as curvas” e Tearaway é um dos casos desta feita por parte da Playstation Vita. Pode ser um pouco desanimador pensar que este e outros jogos podem acabar por cair um pouco no esquecimento tendo em conta o furor atual pela nova geração. O que podemos dizer neste momento é que com Tearaway os possuidores da portátil da Sony terão mais uma hipótese de justificar e se sentir orgulhosos da sua consola porém com algumas reservas.

Como sabemos este é o mais recente jogo dos criadores de Little Big Planet, a Media Molecule, e por este facto desde logo notamos algumas similaridades na customização, no entanto estas odes a Little Big Planet persistem por todo o jogo. Tearaway começa a afastar-se do seu “irmão mais velho” principalmente pela sua perspetiva em 3D e um ênfase ao uso da camera da PS Vita logo de início que será presente pelo restante do jogo. O facto mais curioso do jogo será mesmo o de a nossa cara ficar presente através da câmara no Sol do jogo e o objetivo principal será mesmo chegar a este mesmo Sol.

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Uma das curiosidades de Tearaway – o uso do painel táctil traseiro.

Desde o início nota-se logo um esforço por parte da Media Molecule na utilização de todos os truques possíveis da PS Vita, felizmente não como uma simples demonstração mas sim com o fim de proporcionar uma jogabilidade única e inovadora. Controlamos o nosso personagem com o stick analógico esquerdo de forma tradicional mas a principal “arma” de combater os nossos inimigos é através do painel traseiro que usamos para “furar” o mundo do jogo e assim atacando quem ousa se meter no caminho do pequeno envelope andante. Os inimigos básicos são fáceis de lidar no entanto mais para a frente temos de mover objetos maiores para criar plataformas ou para esmagar inimigos mais perigosos. Podemos também usar os nossos dedos á frente para abrir presentes ou desenrolar pontes.

Todo o mundo do jogo tem aspeto de ser feito de papel, incluindo o personagem que é um envelope, e tudo tem um ar bastante agradável e que apetece sempre explorar apesar das cores parecerem ser sempre “as mesmas”, ou seja, apesar de ser colorido nota-se no jogo um “esbatido” omnipresente que pode acabar por cansar um pouco. Uma curiosidade é podermos eventualmente e por várias vezes desenhar objetos e utilizá-los, recortando-os com uma tesoura, ou os oferecendo a outros personagens.

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Tudo é feito de papel

Os diálogos têm o mesmo aspecto que em Little Big Planet. As personagens falam connosco ou dão-nos instruções através de balões de fala que são naturalmente possíveis de passar à frente, no entanto caso façamos isso poderemos perder algumas partes que vale a pena ler. Tudo isto culmina com um final curioso e algo inesperado após o tempo surpreendentemente algo curto da aventura.

Apesar de uma predominância positiva do jogo não posso deixar de apontar algumas falhas que acabam por prejudicar um pouco o veredicto final. Para começar e apesar do aspecto do jogo estar bem original e único a ação é relativamente simples e básica para um jogo de plataformas 3D. O combate é simples, a estrutura algo linear e a câmara pode por vezes ser um pouco chata e não contribuir para termos a melhor visão de jogo. Outro ponto menos positivo é a já mencionada curta duração do jogo onde posso dizer que podemos acabá-lo em cerca de 4 ou 5 horas.

O que gostamos:

  • Gráficos bem conseguidos;
  • Fantástico uso das capacidades da PS Vita;
  • Muitas opções de customização.

O que não gostamos:

  • Muito curto;
  • Pouco desafiante;
  • Combate simples e mecânicas superficiais.
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Acaba tudo um pouco depressa demais

Opinião final:

É um pouco desapontante mas Tearaway quase faz-nos desejar que tivesse sido lançado mais nos inícios do ciclo de vida da PlayStation Vita pois é um daqueles jogos ideais para demonstrar todas as capacidades únicas desta consola. Nota-se que é um jogo feito unicamente para a portátil e no meu ver seria perfeito como jogo de lançamento. É pena porque está muito bem conseguido, o problema é que deixa-nos com um sentimento de vazio e a querer mais. Não deixa de ser uma bela adição à coleção de jogos de um dono da PS Vita e único em vários factores o que o faz se tornar quase essencial. Faltou “um bocadinho assim”.

Nota: 8/10

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