Análise – The Legend Of Zelda: A Link To The Past (New 3DS)

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Existem dois tipos de fãs de Zelda: aqueles que cresceram com a série e aqueles que apenas conseguiram pegar num título já bem após a idade em que facilmente são encantados. Este último é o meu caso mas apesar de me enquadrar num público que já não é facilmente impressionável, foi impossível não me deslumbrar com um jogo. Toda a minha experiência com o meu primeiro Zelda – Ocarina of Time – foi algo mágico e senti-me uma criança, com a sensação contínua de encanto e descoberta. E desde então, foi seguir o coelho branco e perder-me em aventuras com Link.

É sempre uma festa quando um Zelda é lançado. Seja qual for a versão, consola e a frequência com que é lançado. Agora foi a vez da New 3DS receber as aventuras do Link de cabelo roxo. Precisam que conte a história de A Link To The Past? Não é como se fosse um jogo desconhecido, afinal é só uma das melhores entradas na série The Legend of Zelda. O pontapé de saída para as aventuras épicas e maduras que continuaram até aos dias de hoje e que teve direito a uma sequela, passadas duas décadas, A Link Between Worlds.

Quando uma princesa nos fala por telepatia para a irmos salvar, sabemos que a coisa não será fácil. Acordamos e o nosso tio está pronto para o combate e manda-nos ficar em casa. Temos de obedecer (se bem que não é muito recomendável e a vossa experiência de jogo não vai ser muito divertida), mas como nenhuma aventura começa com obediência saímos para a chuva para salvar o tio, a princesa e Hyrule. É bem possível que não consigamos salvar tudo, mas… joguem para ver. Sério, quem é que ainda não jogou agora?

As melhores espadas são aquelas que se encontram no meio do mato.

As melhores espadas são aquelas que se encontram no meio do mato.

Este foi o primeiro The Legend of Zelda de grande escala, com uma narrativa enorme e várias missões secundárias que só se tornaram possíveis com o poder da Super Nintendo para podermos gravar e carregar o jogo. Também foi o primeiro a estabelecer várias pedras basilares da série como a complexidade das masmorras, certos itens que surgiram aqui pela primeira vez, assim como certas personagens e detalhes da cronologia. Se gostarem da história podem sempre adquirir a novela gráfica que foi lançada recentemente e que vem complementar o jogo.

É fácil pensar que este seria um título simples e curto, tendo em conta as limitações de uma consola do início da década de 90, mas não se enganem. A Link To The Past tem muito para ver e fazer, as masmorras são genuinamente difíceis, com puzzles desafiadores e bosses enormes que decerto intimidarão até os jogadores mais experientes. Os pequenos detalhes espalhados por Hyrule podem facilmente passar ao lado, pelo que uma exploração a fundo é obrigatória. E a recompensa é uma das melhores aventuras que já alguma vez agraciou as consolas da Nintendo.

Se já jogaram as outras versões, não há muito que possa dizer para vos vender esta. Ah, o modo de guardar o jogo em qualquer lado! Esta funcionalidade é o mais próximo de Deus que pode haver. Podem gravar em qualquer altura numa masmorra e se perderem num boss – e vão – não terão de começar tudo do início. Sim, ainda passei por isso, mas agora tenho a vida mais descansada. É certo que os mais puristas verão aqui um facilitismo mas num dia em que estamos particularmente mais descoordenados, o facto de podermos usar save states para ir avançando numa masmorra é uma benção do céu.

Não podemos ser amigos e passar esta coisa do combate à frente?

Não podemos ser amigos e passar esta coisa do combate à frente?

Em termos de grafismo e som, a oportunidade de jogarmos num ecrã pequeno faz com que a qualidade não se perca ao esticar para um ecrã de sala, em que veríamos tudo pixelizado. É quase como jogar o original, e, se mexerem nas opções do emulador, podem recriar os visuais da Super Nintendo.

No final de contas, vale sempre a pena rejogar este jogo uma e outra vez. É daqueles clássicos intemporais que se mantêm como um dos pilares da indústria, apesar de todos os avanços tecnológicos recentes. É um jogo que se pode genuinamente considerar um dos melhores de sempre.

Opinião final:

É com prazer que vemos chegar à eShop da 3DS (apesar de estar limitado à New) um excelente título que ainda se mantém como o standard daquilo que faz um excelente jogo. Apesar dos seus quase 25 anos, A Link To The Past prova que é possível criar um jogo verdadeiramente intemporal, um clássico que deve ser experienciado por todas as gerações.

Do que gostamos:

  • Acessibilidade do jogo nos tempos modernos;
  • Um dos melhores títulos da Nintendo finalmente na eShop;
  • É Zelda!!

Do que não gostamos:

  • Que tivesse demorado tanto tempo a chegar à eShop da 3DS.

Nota: 10/10