Análise – Ultratron

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Desde que surgiram as máquinas arcade e apareceram os primeiros videojogos que existem dual-stick shooters, género que atualmente vem sendo mais ignorado, existindo poucos títulos que recuperem este estilo, como Resogun, exclusivo da Plastation 4. Pelas mãos da Puppy Games em 2013 saiu Ultratron, um jogo deste decadente género, relançado agora em 2015 para a Wii U.

Desta vez não apenas a jogabilidade vai buscar inspirações a títulos antigos como Robotron 2084 como também a arte do jogo e a banda sonora do mesmo fazem facilmente lembrar o tempo destes jogos clássicos.

Quanto ao estilo artístico, este mistura o estilo pixelizado de antigamente com enfeites mais recentes, naquilo a que atualmente chamamos pixel-art e que neste caso foi muito bem concebido. No entanto há também que referir que neste jogo por vezes os detalhes de fundo impedem a visualização correta dos inimigos e dos seus tiros, o que pode prejudicar as sessões de jogo em momentos mais intensos e podem ser causa de derrota, o que acaba por ser bastante desagradável. Este problema pode ser corrigido através do menu opções em que retiramos alguns destes detalhes, no entanto, não deveria ser necessário diminuir a experiência em nenhum sentido para que o título se torne jogável.

Por vezes os efeitos tornam difícil a visualização do que está a acontecer.

Por vezes os efeitos visuais tornam difícil a visualização do que está a acontecer.

Assim, é um dos pontos em que crítico Ultratron e o trabalho da Puppy Games nesta versão já que o problema existia nas versões anteriores e nada foi feito para o corrigir na conversão para a Wii U. Outra maneira de passarem um pouco ao lado desta situação é utilizarem o ecrã da TV em vez do ecrã do Wii U GamePad, o que retira uma das principais funcionalidades da consola em si, jogar em modo off-screen quando outra pessoa quer usar a TV.

Em Ultratron controlamos um robô com o nome Droid num cenário pós-apocalíptico em que a humanidade foi extinta e nos vingamos dos responsáveis por tal catástrofe. Ao longo deste caminho de vingança encontramos 4 secções, cada uma dividida em 10 níveis bastante desafiantes. No final de cada uma destas secções defrontamos um boss poderoso. Nenhum destes é muito distinto na maneira em que os podemos derrotar, e, tirando o último, nenhum deles requer grande perícia ou tática para serem abatidos, sendo apenas disparar (quase) suficiente.

Preparem-se para grandes vagas de inimigos.

Preparem-se para grandes vagas de inimigos.

Quanto à jogabilidade apenas resta referir que, tal como os restantes dual-stick shooters, este jogo não é muito complexo. Controlamos o Droid com o analógico esquerdo e disparamos para todos os lados com o analógico direito. Esta maneira de controlar a ação, tal como em outros do género, adequa-se perfeitamente e permite a que ocorra o aparecimento de períodos de maior intensidade em que andamos freneticamente a disparar sem parar contra os inúmeros inimigos.

À medida que vamos derrotando os nossos opositores, pontos são libertados em forma de moedas, que podemos colecionar e que nos fazem lembrar as bolas que podíamos apanhar no famoso jogo Pac-Man. Com estas podemos comprar vários bónus que tornam o nosso robô ainda mais forte, o que dá imenso jeito para estágios mais avançados no jogo. Poderão inclusive comprar um acessório que vos permita apanhar as moedas automaticamente, o que é bastante útil para momentos em que embora existam muitas moedas espalhadas pelo cenário, não tenham tempo para as apanhar devido aos constantes ataques inimigos.

Como não é raro neste tipo de jogos, têm também acesso a um modo cooperativo em que duas pessoas se podem juntar para grandes vagas de inimigo. Este modo, infelizmente, é apenas local, pelo que não poderão jogar com pessoas através da rede, mas sim apenas presencialmente, o que, embora não seja perfeito serve para compensar o facto deste jogo não ter muitos níveis jogáveis (apenas 40 mais os bosses), aliado ao facto de que podemos sempre repetir os níveis para angariar mais pontos e comprar mais acessórios e explorar as suas capacidades.

O modo cooperativo é divertido e ainda mais caótico.

O modo cooperativo é divertido e ainda mais caótico.

Por último, e como mencionado em cima, a música de Ultratron adequa-se perfeitamente ao estilo de jogo e acompanha na perfeição os acontecimentos que decorrem no ecrã, ficando progressivamente mais intensa à medida que chegamos a um pico de ação.

Opinião final:

Embora tenha os seus erros, como o facto de por vezes os efeitos obstruírem os inimigos ou o facto de que os bosses não são nada de especial, Ultratron não deixa de ser uma boa homenagem a jogos arcade dos anos 80 e que ainda hoje são apreciados. Caso não se importem com o estilo pixelizado do jogo e gostem de dual-stick shooters, então Ultratron é um bom jogo para vocês já que, embora curto pode sempre ser rejogado com amigos ou então com a missão de se alcançar pontuações mais elevadas.

O que gostamos:

  • Banda sonora;
  • Acessórios e bónus;
  • Estilo artístico (pixel-art).

O que não gostamos:

  • Bosses idênticos;
  • Curta longevidade;
  • Escolha de cores não é feliz em alguns pontos do jogo.

Nota: 6,5/10