Análise- Underground

Underground_Wii_U_analise_1_portugalgamers

Inicialmente com o objetivo de ser lançado para a Wii e ajudar estudantes de medicina com práticas cirúrgicas, Underground sofreu várias mudanças no seu desenvolvimento, e após tantos anos, chegou agora à Wii U sobre a forma de um jogo em que libertamos robôs de gelo e rochas, uma premissa um pouco diferente da inicial.

Mesmo tomando um rumo totalmente diferente do previsto, o enredo de Underground não se nota incompleto ou mal construído, sendo que os eventos do jogo são bem justificados a partir de cutscenes em que, embora não haja nenhum diálogo perceptível, nos é contada uma história interessante que cativa principalmente pelo estilo artístico dado, enquanto nos é contada a história de um robô mordomo e da sua ama, e de como os robôs ficaram presos na caverna.

Mas, se Underground foi primeiramente pensado para ajudar estudantes de medicina, onde está a influência do início de desenvolvimento do título que agora recebemos? Com a passagem do jogo para a Wii U, o jogo passou a ser controlado pelos analógicos e não pelos comandos da Wii, como estava originalmente pensado, no entanto, a jogabilidade consiste em mover 2 grandes braços metálicos, o que faz lembrar bastante o que os cirurgiões fazem durante as operações.

Em Underground controlamos um robô que entre muitos outros, também foi aprisionado dentro de uma gruta em ruínas, e que acordou com uma grande força de vontade e se apodera de uma máquina gigantesca com 2 braços, que vai usar para libertar os seus companheiros.
Para os libertarmos, usamos os braços de várias maneiras, através do Wii U Gamepad escolhemos de entre uma broca, um soldador e um gancho, como queremos equipar o braço direito e esquerdo da máquina, de acordo com as nossas necessidades.

Um dos primeiros níveis, neste caso com 2 soldadores para derreter o gelo.

Um dos primeiros níveis, neste caso com 2 soldadores para derreter o gelo.

O objetivo do jogo passa então a ser levar o maior número de robôs possível até ao final do nível enquanto vamos libertando o caminho, fazendo construções, activando elevadores e libertando-os do gelo ou pedras, ao mesmo tempo que criamos caminho para estes robôs apanharem coleccionáveis, que no início serão fáceis de conseguir, mas que à medida que vamos avançando no jogo se tornam cada vez mais difíceis de alcançar e devido a um elevado número de robôs e obstáculos ficamos sem mãos a medir para conseguir alcançar os itens.

Enquanto vamos salvando os robôs, vamos atravessando várias partes das grutas em que estes foram aprisionados, descobrindo vários cenários com vários puzzles por concluir, no entanto estes são muito idênticos entre si e são muito escuros, não tendo uma grande variedade de cores, ou um estilo artístico notável (tirando as cutscenes), sendo que apenas simples cristais ou cascatas constituem o que de melhor se pode ver ao longo do jogo . Nestes níveis a única vida que encontraremos são monstros, que em níveis posteriores, irão ficar cada vez mais perigosos e ameaçadores, ajudando a aumentar a complexidade do jogo. Tirando estes monstros, os níveis são constituídos apenas por construções, pedras, água e robôs aprisionados,  sendo o jogo muito cinzento.

Devido a ser baseado em práticas cirúrgicas, a adaptação para os controlos da Wii U não foi muito bem-sucedida, e por isso durante todo o jogo os controlos vão estragando um título que poderia oferecer uma grande experiência, já que possui uma premissa interessante e níveis bastante desafiantes em fases mais avançadas. Muitas vezes não temos a noção de profundidade quando estamos a derreter o gelo ou a partir as pedras, pois a distância a que a máquina deveria estar para termos uma visão tão lata do nível, e a proximidade a que estão os braços, não parecem estar em sintonia o que se torna muitas vezes confuso.

É difícilimo em níveis como este ter a noção da proximidade dos braços ao nível.

É dificílimo em níveis como este ter a noção da proximidade dos braços ao nível.

Outra das falhas deste jogo é a falta de mais modos, sendo que apenas temos o modo de jogo a solo em que passamos a campanha, não existindo qualquer hipótese de multijogador ou extras por explorar.
Mesmo assim os puzzles desafiantes e a complexidade que o jogo vai ganhando acabam por compensar estes factores que o limitam.

Opinião final:

Underground é um bom jogo para desafiar jogadores que gostem dos géneros puzzle e  plataformas, e que se consigam adaptar a controlos um pouco desajeitados, bem como passar bem sem uma experiência multijogador ou minijogos. Este jogo é então uma proposta interessante, mas que é necessário estar apto a superar os erros mencionados para conseguir retirar do mesmo diversão pelo que é uma compra que deve ser bem estudada anteriormente, podendo apenas passar por um título banal que rapidamente se torna cansativo.

O que gostamos:

  • Puzzles desafiantes;
  • Cutscenes bem trabalhadas.

O que não gostamos:

  • Apenas um modo de jogo;
  • Controlos desajeitados;
  • Cenários muito idênticos e pouco vivos.

Nota: 6,5/10