Zombie Army Trilogy é um composto de 2 remasterizações de conteúdo extra (DLC) lançado para o jogo Sniper Elite V2 em 2013 e um terceiro “episódio” totalmente novo. Trata-se basicamente de uma compilação de DLC baseada na 2ª Guerra Mundial porém com um teor muito mais sombrio em termos de os inimigos não serem os habituais Nazis mas sim versões “zombificadas” dos mesmos. Com um mercado já um pouco saturado de jogos do género será que esta compilação consegue reter os jogadores?
Estamos nos finais da 2ª Grande Guerra Mundial. Ouvem-se ainda ao longe alguns obuses e tiros a serem disferidos. Hitler está à beira da derrota e a ser cercado por todos os lados. Perante está situação de imminente derrota e em acto de desespero o tirano instrui uma equipa de super cientistas a criar uma nova espécie de zombies para o ajudar a dar a volta na Guerra contra os Aliados. E é aqui que o jogador entra, com a possibilidade de trazer até 3 amigos, para formar uma equipa Aliada de elite com a única missão de acabar com a horda de zombies, descobrir a sua origem e possivelmente acabar destuir este Mal de uma vez por todas.
A série Sniper Elite dispões de um bom e sólido histórico nas plataformas PC, Xbox 360 e PS3. Esta série secundária baseada em mortos-vivos foi lançada como extras à parte e contém muitas das características associadas aos filmes chamados “classe B” utilizando o motor gráfico do jogo principal mantendo os tiros “raio-X” bem reconhecíveis de Sniper Elite. Os dois primeiros “episódios” usam o motor de Sniper Elite V2 e o novo e 3º episódio vem com uma atualização gráfica notória e algumas novidades tais como um modo “wave” onde ficamos a defender uma área de ondas cada vez mais numerosas e difíceis de zombies.
Sejamos sinceros, porém, o jogo praticamente é esse modo do início ao fim. Para episódios secundários até estão bem conseguidos com um variado número de conteúdos e com um preço pedido abaixo de um lançamento de um jogo novo normal e isso é sempre bem-vindo. O modo cooperativo impera principalmente, tendo isto querer dizer que o jogo será muito mais divertido jogado com amigos ou mesmo acompanhados de outras pessoas. É perfeitamente jogável a sós, no entanto, e tal como a maioria dos jogos com zombies, a maior diversão provém de os “matar” acompanhados.
A jogabilidade que se encontra em todos os capítulos é basica e simples, ainda mais para quem já tenha jogado algum jogo Sniper Elite. Temos de ir entre uma área para outra equipados com a nossa fiél espingarda de longo alcance (sniper) e com uma arma secundária como uma metralhadora ou caçadora de duplo cano. Ao chegar a uma certa área temos ou de a defender ou limpá-la dos zombies que a ocupam. A campanha trata-se, então, de uma série destes encontros todos interligados e com alguma história para dar algum interesse. O facto da história ser tão leve na narrativa por vezes faz-nos esquecer que o jogo sequer está provido de alguma.
Um dos principais motivos, e que já mencionei anteriormente, é a robusta experiência cooperativa multijogador de até 4 jogadores. É um bom jogo para esquecer um pouco os Fifas e Call of Dutys de costume e jogar numa Sexta-Feira ou sábado à noite com amigos. Puro divertimento sem muita coisa que pensar: matar zombies e ver os nossos amigos a nos ajudar, um jogo que apela aos espírito de entreajuda. Na maior parte das vezes as conexões são boas e poucos foram os erros de desconexão ou de lag. Das poucas vezes que ocorreu é notória alguma inconsistência da deteção dos nossos tiros nos inimigos mas nada que seja demasiado dramático que possa arruinar a experiência.
Nem tudo são maravilhas, porém, e as coisas menos boas infelizmente também são bem notórias. Em termos gráficos é bem perceptível que o jogo é uma remasterização de jogos com alguma idade. Cenários pouco detalhados e com variedade escassa são principalmente notórios nos primeiros níveis. Digamos que a nível visual, pelo menos os dois primeiros episódios, estamos perante um jogo algo mediano. O terceiro episódio sendo completamente novo sempre salva um pouco “a honra do convento” no entanto nunca impressionando na mesma.
Em termos de armamento e poderia haver muito mais variedade com apenas algumas das mais icónicas armas da época a marcarem presença. Temos algumas snipers, shotguns e metralhadoras à escolha além das pistolas (que são quase inúteis). Também ao nosso dispor temos explosivos como granadas, minas e não muito mais. Este é um jogo que sinceramente não é dos que se jogam por 1 ou 2 meses. Voltando ao factor diversão, ao ser jogado a solo acaba por se tornar algo difícil em certas fases do jogo e até por vezes frustrante. Daí o meu ênfase no modo cooperativo ser muito mais divertido apesar de, mesmo assim, ainda ter algum teor de dificuldade elevado.
O jogo no que mais peca é estranhamente na sua jogabilidade base. Enquanto que compreensivelmente sabemos que a base é construída na fórmula “mata zombies, vai para a zona seguinte e mata mais alguns” isso acaba por conferir alguma monotonia ao jogo, especialmente sendo jogado a sós. Duvido que muitos irão voltar para jogar este jogo vezes sem conta. Acredito que com amigos, sim, ainda consegue manter o interesse porém além disso acaba por ser uma experiência que não apelará muito à repetição.
Opinião final:
Apesar das suas falhas Zombie Army Trilogy é no fundo um jogo divertido jogado cooperativamente com amigos. Não é uma maravilha técnica mas também não tem de o ser. Sinceramente acho que beneficiaria muito se algumas arestas ficassem mais algum tempo a serem limadas. Certo que a variedade visual não é muita e que especialmente jogado a sós a jogabilidade acaba por cansar, no entanto é de louvar o valor relativamente inferior pedido comparado a lançamentos normais e por esse valor mais baixo temos uma boa experiência cooperativa e divertida com 4 jogadores nas noites de fim de semana.
O que gostamos:
- Jogar cooperativamente com amigos;
- Matar zombies é sempre satisfatório;
- Preço reduzido atrativo.
O que não gostamos:
- Modo solo pode ser algo frustrante;
- Pouco incentivo para voltar a jogar muitas vezes.
Nota: 7/10