O anúncio surpresa de Bakugan: Champions of Vestroia numa Nintendo Treehouse foi um pouco controverso. Os fãs da Nintendo em geral estavam à espera de muita coisa, menos de um jogo Bakugan, um franchise similar a Yu-Gi-Oh! ou Beyblade (ou mesmo Pokémon) do qual já não se ouvia falar há uns anos.
O franchise levou com um reboot em cima e no final de 2018, foi vista a chegada de uma nova série de Bakugan ao Cartoon Network. A acompanhar esta tentativa de ressuscitar a série, foi anunciado também um novo jogo cuja intenção é ser mais um pilar da história de Bakugan, em junção com a série animada.
Foi-nos dada a oportunidade de assistirmos a um evento apresentado pela SpinMaster e Wayforward, onde nos mostraram um pouco mais daquilo que será Bakugan: Champions of Vestroia, a ser lançado no dia 03 de Novembro.
O objetivo deste novo título de Bakugan não é só apelar aos fãs antigos, através de uma mescla da série e dos brinquedos da mesma, mas sim criar um produto que também apele a novos fãs – algo que seja fácil de pegar e jogar mas que tenta oferecer um nível de maior complexidade, para aqueles que querem levar a sua equipa de Bakugan até ao limite.
Não vou mentir, a primeira impressão para uma potencial nova fã não é boa. Ao assistirmos às imagens do jogo, é fácil (e até injusto, podemos dizer) fazer a comparação a Pokémon ou um
Yo-Kai Watch… mas com menos charme. O jogador assume um papel de uma personagem original, um brawler, que pode ser criado e personalizado logo de início ao gosto do jogador. Esta personagem será o ponto de ligação do jogador ao mundo de Bakugan, permitindo que este seja a estrela da sua própria história. Em termos de primeiras impressões, a parte visual é algo que conta muito e não posso dizer que esteja muito satisfeita. As personagens humanas parecem tentar replicar a estética anime (algo que já foi feito em vários jogos, com vários graus de sucesso), mas os modelos são francamente pouco atraentes e as animações aparentam ser um pouco toscas.
Os Bakugan em si também não são espectaculares, principalmente no cenário em que deveriam brilhar – ou seja, as batalhas. O que a Wayforward quis fazer foi criar quase a sensação de que estamos no meio de uma batalha de kaiju, algo que não é muito diferente daquilo que a série tenta fazer. Os Bakugan são bichos bem grandinhos e tentou-se que as batalhas passassem uma sensação épica de escala, de que somos uma mera formiga a assistir a uma batalha de titãs. Mas na prática, não é bem isso que acontece. O combate entre os Bakugan é aparentemente em tempo real, mas ao mesmo tempo parece que o combate está a decorrer por turnos. Os Bakugan parecem bonecos de plástico, parados um em frente ao outro, ocasionalmente dando pancadas um ao outro, enquanto a nossa personagem humana anda a correr à volta a apanhar BakuCores, que deve atirar ao seu Bakugan – de modo a dar-lhe mais energia. Estes BakuCores podem dar vários níveis de energia, permitindo ao jogador saber quanto ao brilharem mais ou menos. Se o vosso Bakugan ficar com a energia a zero, perdem a batalha.
Será interessante ver como irão decorrer estas batalhas quando estivermos efetivamente a jogar, principalmente para vermos qual a verdadeira influência da estratégia que deve ser aplicada não só na equipa que vamos construir, mas nas suas habilidades e até equipamento (Baku-Gear). Mas para já, aquilo a que assistimos não me deixou particularmente entusiasmada.
À semelhança de outros franchises, em Bakugan os jogadores devem construir a sua equipa, tendo à sua disposição 80 Bakugans – e ainda mais um favorito dos fãs, Leonidas. Estes Bakugan dividem-se em cinco fações (e as suas cores são representativas destas), que são por sua vezes associados a elementos como Fogo, Água, entre outros. Os seus pontos fortes e pontos fracos face a outras fações são assim determinados e estas características irão ter um papel importante na construção da nossa equipa, permitindo várias combinações, principalmente ao termos em conta as várias habilidades e equipamento que vamos podendo adquirir.
A personalização não passa só pela construção da nossa equipa, mas também pela parte estética. Como já referi, é possível personalizar a vossa personagem, não só no momento da sua criação mas também posteriormente. Podem encontrar várias lojas espalhadas que vos permitem adquirir diferentes peças de roupa e até penteados e cores de cabelo. Já os Bakugan não podem ser personalizados, mas as suas evoluções fazem com que o seu visual vá mudando ao longo do jogo.
Podemos explorar um mundo todo em 3D, onde os habitantes poderão não só lutar connosco, mas também dar-nos sidequests. Esta exploração do mundo e das suas personagens irá permitir-nos obter dinheiro, equipamento, habilidades e experiência, bem como descobrirmos novos Bakugan para se juntarem à nossa equipa, à medida que vamos descortinando o enredo. Infelizmente, este é outro ponto que me deixou de pé atrás. O mundo de Bakugan parece relativamente detalhado, mas com pouca personalidade. Ainda assim, o que vimos foi pouco para tirar conclusões e espero que as sidequests e enredo ajudem a construir um mundo vivo, imersivo e que dê gosto explorar.
Bakugan: Champions of Vestroia não será uma experiência puramente Single Player. Irá permitir que se envolvam em batalhas multiplayer online (através do serviço Nintendo Switch Online), onde irão lutar para serem os melhores. O interessante aqui é que, para lutarem online, terão de ter uma equipa já formada… equipa essa que será formada através da vossa experiência Single Player. É aqui assim criada uma motivação para os jogadores de Bakugan se envolverem totalmente na história e experiência a solo, afinando a sua equipa ao máximo para levarem as batalhas a bom porto, quer no single player ou no multiplayer. É ainda de notar que a equipa de Bakugan garantiu que não existirão quaisquer microtransações.
Para quem está ansiosamente à espera do título, na Europa e Ásia provavelmente chegará um pouco mais tarde – entre 4 a 6 de Novembro – e poderão adquirir uma edição especial, a Deluxe Edition. Esta inclui não só o jogo para a Nintendo Switch, mas também uma miniatura do Ultima Dragonoid que se transforma num Bakugan, duas cartas de jogo para colecionadores e dois BakuCores.
Creio que este é um nicho de jogo no qual não é muito fácil de entrar, pelo que é de respeitar o esforço de Bakugan: Champions of Vestroia. Será interessante ver se as preconceções são deitadas abaixo, quer estejam entusiasmados com o jogo ou não.