Passados vinte anos desde o lançamento do primeiro título, para a Playstation, Everybody’s Golf apresenta-se como um reboot desta franquia de “golfe acessível a todos”. Questões de nome à parte (até porque nos EUA este jogo sempre foi conhecido como Hot Shots Golf), a nomenclatura adotada foi a japonesa e europeia, e foi partindo desta ideia de acessibilidade – no sentido literal, dada a minha larga inexperiência no desporto, quer real quer virtual – que embarquei na minha viagem para a Golf Island, o espaço dos beginners onde somos recebidos pela figura icónica do jogo, Mr. Suzuki.
O jogo esforça-se, com vários graus de sucesso, em simular (leia-se simular à japonesa) na nossa vida virtual a maneira como os praticantes de umas das modalidades mais exclusivas do mundo se comportam. É-nos logo dada à partida a oportunidade de criar um “avatar” – com outfits incluídos (dos quais falaremos mais à frente) – que nos vai representar nos variados opens em que participarmos (embora na closed beta apenas tenhamos tido a oportunidade de jogar no open da Eagle City). Após a receção calorosa pela equipa de boas vindas do jogo, receção essa que nos é ensinado, para além da movimentação pelos menus e a sua utilidade, que este lugar será o nosso “EG home”.
Foi aqui que se deu o clique, e as memórias dos meus tempos da PS3 me invadiram – eu estava no “playstation home”, sim a experiência de vida virtual à la Second Life, que, embora não tenha sido o mega sucesso que a Sony esperava que fosse, manteve até aos últimos dias da sua existência uma comunidade dedicada e fiel. Ok, não era o “home” mas certamente que existe uma influência por detrás da implementação de vários elementos no jogo: falamos aqui da alta customização do avatar; dos “emotes”; das opções variadas de conversação e também do feeling de comunidade que jogar este jogo online nos transmite. Nunca estamos sozinhos, mesmo andando de hole em hole, conseguimos ver outros jogadores a fazerem os seus swings e puts, a festejarem os seus hole in one e a fazerem careta pelos bogeys. Mentiria se não dissesse que o jogo tem os seus elementos estranhos, mas o mercado onde fez mais sucesso (o nipónico) assim o exige, pelo que o nosso avatar quase consegue correr como o Sonic e salta como se fosse o Super Mario (podendo também apanhar moedas soltas pelos opens que visita). Existirá também a possibilidade de “pescar” e “conduzir golf-karts” que infelizmente não tivemos a oportunidade de experimentar mas que facilmente conseguimos imaginar a também terem oportunidades de competição com multiplayer e leaderboards.
Mas falamos de um jogo de golf e falta analisar o essencial, o “golf para toda a gente”. O jogo pouco quis saber se eu era um nulo no desporto, ensinando-me logo no loading screen como é que se faziam os swings e deixando-me praticar enquanto esperava. Chegado ao open, temos a liberdade de jogar cada hole individualmente o quanto quisermos ou então fazer todos os 9 holes do open em sequência. Tudo isto é ranked e a sequência dos 9 holes afixa a nossa pontuação num ranking diário – o que se ajusta muito bem ao casual gamer que por vezes não tem tempo suficiente para jogar.
A nossa Antevisão em vídeo que inclui gameplay de Everybody’s Golf.
Tecnicamente, as mecânicas de jogo tornam um desporto bastante complicado num exercício fácil e agradável de executar. Escolhe-se o taco, a bola (cuidado que salvo as de iniciante e básica, estas deterioram), ajusta-se a pontaria e faz-se o 3 button press que nos permite facilmente determinar a “força” da pancada para realizar o perfect swing. Se este for realizado perfeitamente, somos recompensados com um level up de proficiência com o taco utilizado, o que nos ajudará posteriormente. Sim, é verdade, os elementos RPG de character stat building foram incluídos neste jogo e tanto a nossa personagem como a sua proficiência com os vários tacos vai melhorando ao longo do tempo.
Existe também uma variante single player, com um campeonato, mas que infelizmente não estava disponível durante a closed beta. Porém, num jogo destes, não será o single player que me fará voltar!
O jogo suporta multiplayer online, não só na variante aberta de que falamos, mas também numa variante “turf war”, na qual os jogadores são colocados em equipas cujo objetivo é, em 10 minutos, tentar fazer o maior número de buracos possível.
Devo dizer que é bastante agradável ver os outros jogadores a correr que nem loucos (por golfe) pelo open e que tal imagem vai no sentido daquilo que os criadores desejaram, um espaço agradável e acolhedor onde se possam fazer uns swings e fazer uns putts sem grande pressão.
Graficamente, o jogo apresenta a mesma direção artística que prima pelo design “kawaii” das personagens – a marca de identidade da serie desde pelo menos o Everybody’s Golf 4 na PS2. Não estamos aqui a falar, portanto, do fotorrealismo, mas sim dum jogo que corre a 60 fps sólidos e cumpre perfeitamente as exigências gráficas do seu design. Na sonoplastia temos um conjunto de música alegre e upbeat, não nos deixando ficar tristes mesmo quando falhamos aquele hole-in-one! A música ajusta-se bem às várias atividades em que estivermos a participar, mas, fora isso, devo dizer que nenhuma me ficou na cabeça. As personagens, como dissemos, são bastante variadas pois são customizáveis, sendo também possível ao jogador, todas as semanas, comprar com as moedas colecionadas diferentes roupas para personalizar o seu avatar. “Salta à vista” que a diversidade visual contribui para o grafismo colorido e alegre do jogo.
Embora não seja um grande fã de golfe, fiquei bastante impressionado com a facilidade de simplesmente pegar num comando e jogar – o que não se pode dizer do desporto na vida real. Portanto, impressionado é a forma ideal de descrever a maneira como reagi e de terminar a minha antevisão.
Se tiverem interesse em adquirir Everybody’s Golf para a PlayStation 4, a data de lançamento na Europa está marcada para dia 30 de agosto deste ano.