Call of Duty Black Ops 4 voltou para reinventar Call of Duty naquilo em que a franquia mais se destaca, o seu modo online. Depois da Beta disponibilizada pela Activision, foi possível que durante alguns dias pudéssemos experimentar o novo capítulo de um dos maiores blockbusters da história da indústria.
Embora possam ser vistas influências de jogos de sucesso como por exemplo Rainbow Six Siege, observei em Black Ops 4 um ritmo frenético de combate e o retorno das killstreaks de forma mais natural e bem inserida, onde tive a sensação que não ganha quem começar a disparar primeiro (caso alguém comece primeiro), sendo a disputa resolvida antes por uma diferença de skill entre os oponentes, transmitindo de imediato uma sensação de recompensa pelas nossas habilidades.
A arquitetura dos mapas mantém-se bastante fiel à identidade de Black Ops, apresentando mapas pequenos onde o tempo de respawn é praticamente nulo, o que faz com que o ritmo do jogo se torne ainda mais agressivo, promovendo duelos com resultados frequentemente explosivos. Contudo, à medida em que vamos pondo as mãos na massa apercebemo–nos rapidamente das mudanças subtis presentes neste novo CoD. Uma das grandes mudanças foi a alteração do sistema de regeneração, que agora já não existe. Para nos curarmos temos de usar uma injeção que é totalmente controlada por nós. Achei muito bem aplicada esta inserção na série, pois além de inovadora, faz com que o jogo fique mais dinâmico e nos obrigue a pensar de forma mais rápida ainda.
O tempo que levamos a eliminar os oponentes ou a ser eliminados continua bastante curto, apelando de imediato aos reflexos de cada um, mas a introdução do medidor de vida faz com que as fights possam demorar um pouco mais do que o normal, dependendo da abordagem de cada jogador. Para os jogadores que optarem por um estilo solitário e querendo alinhar de forma menos tática e mais radical ( os “lone wolves“) pode tornar-se uma tarefa mais complicada efetuar as kill streaks, porém não é impossível. Apenas leva algum tempo até nos habituarmos às mecânicas frenéticas e aos novos mapas introduzidos.
O modo especialista em Black Ops 4 inspirou-se em jogos como Rainbow Six Siege e Overwatch neste seu novo e mais recente formato. Temos agora a possibilidade de escolher o nosso especialista de acordo não apenas com uma classe que nos satisfaça, mas ainda com o “direito” a adicionar duas habilidades únicas a serem equipadas e que vamos podendo usar com um cooldown definido para cada uma delas. Escolhi uma personagem de seu nome Crash, que conseguia fornecer munição a todos os companheiros com o acréscimo de atribuir mais xp a cada morte conseguida. Além disso, o nosso curandeiro podia curar os aliados através de um tablet e embora não parecesse de todo muito apelativo, era muitas vezes útil para que a vitória fosse conseguida. Além deste, há muitos outros especialistas com habilidades diferentes, como escudos que nos protegem das balas, lança granadas, lança chamas e até cães de guarda que são ágeis e que com um golpe acabam com a vida do adversário.
Como modos de jogo mantêm-se os suspeitos do costume. Na beta tudo o que foi apresentado já existia em anteriores títulos da série, onde apenas tínhamos de subir de nível para os conseguir desbloquear, assim como desbloquear os imensos perks para customizar as nossas armas e classes. As equipas sofreram uma redução mínima de tamanho passando os jogos a serem em formato 5×5 e não 6×6. Faltam ainda algumas confirmações e detalhes, como é por exemplo o caso do Battle Royale, algo a ser introduzido em Black Ops 4 e que certamente nos fará estar atentos para vermos até que ponto é que uma franquia com este nome consegue elevar a fasquia daquele que é o modo competitivo que mais popular dos últimos tempos.
A única questão é: será que apenas o modo online vai sustentar o jogo, faltando por base um modo campanha?
No nosso veredicto consideramos que Call of Duty está a mudar em torno do que é o mercado à sua volta, dada a elevada concorrência em muitas das suas frentes. A Treyarch não ficou à sombra da bananeira e tentou adaptar o jogo às novas tendências, ao mesmo tempo mantendo-o como um óbvio e claro CoD! Acreditamos ainda que o modo campanha, se existisse, acabaria por passar ao lado de muitos fãs, pois as últimas produções single player na série têm deixado a desejar e, como é óbvio, o seu foco há muito que é o multiplayer.
O jogo estará disponível para as plataformas PC, PlayStation 4 e Xbox One no dia 12 de Outubro de 2018.