Chronos: Before the Ashes – Análise

Quando vi gameplay de Chronos: Before the Ashes fiquei entusiasmado com a proposta, até porque nunca tinha jogado o seu antecessor, Remnant: From the Ashes, que apresenta uma proposta bastante diferente de Chronos, e que cronologicamente se passa cerca de um mês antes da história deste último.

Este é um jogo que mistura várias aspirações e as mescla de forma bem estruturada criando uma experiência bastante singular com uma identidade própria bem vincada. O maior chamariz para mim foi o facto do jogo ter um combate e sistema de gameplay muito idêntico a um soulslike. Visualmente, e em questão de exploração, o jogo bebe, na minha opinião, essencialmente de duas séries: sendo estes Zelda e Resident Evil. Os gráficos, apesar de mais rudimentares, apresentam uma proposta similar a um Breath of the Wild e a forte componente de puzzles fez-me recordar os bons tempos dos Resident Evil clássicos, em que somos obrigados a apanhar determinados itens para mais tarde os usar, nos diversos quebra-cabeças que vamos encontrando.

No início do jogo temos a opção de escolher uma personagem masculina ou feminina, assim como a nossa arma: uma espada ou um machado. Foi algo que considerei irrelevante no decorrer de Chronos. Depois de iniciar o jogo é possível reparar que a nossa personagem começa com dezoito anos, e foi aqui que encontrei  a mecânica mais interessante de todo o jogo. Cada vez que o jogador morre envelhece um ano, tornando-se assim consecutivamente mais velho. Enquanto somos mais novos (idade compreendida entre os 18 e os 40 anos) a força, agilidade e vitalidade são os elementos mais preponderantes da nossa personagem. A partir dessa idade o foco vira-se para o domínio da magia, sendo esta modificação, na minha opinião, uma analogia ao domínio da sabedoria que a experiência da idade nos traz.

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Como referi anteriormente, as habilidades às quais podemos dar upgrade são: Força, Agilidade, Magia e Vitalidade. Sempre que subimos de nível ganhamos pontos de habilidade para posteriormente dividirmos por estas categorias. Com idades jovens, a prioridade de evolução são os três elementos que descrevi no parágrafo anterior, já à medida em que ficamos mais velhos, é mais fácil subirmos a magia.

O gameplay, apesar de se parecer minimamente com um Soulslike é bastante mais pobre e simples, apesar de na dificuldade máxima apresentar bons desafios aos jogadores. Existem inimigos que não conseguem reagir a determinados ataques que fazemos, tornando-se incrivelmente fácil de os derrotar, e isto independentemente da dificuldade que escolhermos.

Outra mecânica que achei bastante interessante e que torna o jogo mais desafiante diz respeito à cura. Sempre que usamos a habilidade de vida, esta fica permanentemente inacessível, para a usarmos novamente temos de morrer, e aí sim, voltamos a ter os heals (até a um máximo de quatro). É sem dúvida uma forma de fazer o jogador pensar ao certo em que momento é que se vai curar, porque além disso sempre que subimos de nível a nossa vida é totalmente recuperada. Ou seja, por vezes estamos num impasse entre arriscar recuperar a vida em combate ou então usarmos o nosso último heal e ficarmos totalmente dependentes do futuro do jogo.

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A duração de Chronos depende de um conjunto de fatores, começando pela skill do jogador e terminando na sua agilidade em terminar os puzzles propostos, que nos tiram grande parte do tempo. Mas em média poderia dizer que é um jogo para umas cinco a sete horas de duração e posteriormente um jogo para duas horas e meia caso os jogadores estejam interessados em obter todas as conquistas.

A história é algo confusa, mas apresenta-nos a premissa de salvarmos o mundo das forças do mal de um outro mundo paralelo, que existe pelas vastas experiências de humanos em laboratórios. A componente narrativa é algo fraca e deixou-me confuso, fazendo lembrar aqui um pouco a metodologia de Dark Souls e afins, que utilizam notas e colecionáveis e para contarem as suas histórias. Para nos enquadrar melhor e nos dar mais nuances dos diferentes territórios pelos quais passamos, são vários os manuscritos que encontramos e que podemos ler para sabermos mais sobre determinada personagem ou qualquer zona do jogo.

Opinião Final:

 Chronos: Before the Ashes é um bom jogo para os fãs de jogos de puzzles e que gostem de uma pitada de Dark Souls. Apresenta elementos bastante originais, pecando por não oferecer uma melhor variedade de bosses e inimigos, deixando o combate para segundo plano, enaltecendo assim o cérebro dos jogadores que está em constante trabalho durante praticamente todo o jogo. Não sendo uma obra recheada de qualidade, é um jogo que se impõe e uma boa opção para quem procura novas experiências.

Do que gostamos:

  • Mortes = Idade
  • Bom grafismo;
  • Puzzles bastante interessantes.

Do que não gostamos:

  • Pouca variedade de combate;
  • Falta de capricho em determinadas zonas;
  • Narrativa partida.

 

Nota: 6,5/10