Em parceria com a IEPM Gamers, avançámos com a ideia de fazer uma nova entrevista a um dos responsáveis por um jogo Português, neste caso em especifico o Miguel Azevedo, um dos produtores do estúdio Português ImaginationOverflow, onde a certa altura da entrevista também participam mais dois produtores do jogo.
Fiquem então com a nossa entrevista aos responsáveis pelo estúdio ImaginationOverflow:
Portugal Gamers: Apresente-se aos nossos leitores e diga qual foi a sua função em Stellar Interface.
Miguel Azevedo: A ImaginationOverflow é uma equipa de três: Diogo, um freelancer de aplicações móveis. Miguel, um ex-investigador de redes de energia. E Rita, designer gráfica e multimédia que, nas suas palavras, por vezes pensa que é artista. Numa equipa tão pequena, todos têm de fazer tudo. Claro que a Rita é a principal responsável pela parte gráfica, porque o jeito não é para todos. Temos também uma parceria com a Twin Ravens Audio, de Boston, responsáveis pela excelente banda sonora do Stellar Interface.
Portugal Gamers: Como é que descreveria o jogo?
Miguel Azevedo: Um rogue-like space-shooter, cheio de sentimentos nostálgicos. Com elementos exploratórios e um universo aleatório, a cada tentativa a experiência vai ser diferente. Por vezes caótico, outras vezes mais calmos, cada tentativa será completamente diferente da anterior, sobretudo tendo em conta os efeitos sinérgicos dos perks!
Portugal Gamers: Se tivesse que destacar três características do jogo que o tornam singular, o que destacaria?
Miguel Azevedo: A mistura dos elementos rogue com o género space-shooter é certamente um grande apelo do Stellar Interface. A personalização das naves, escolha das armas utilizadas e sinergia dos perks é algo que torna cada tentativa única. E não podemos deixar de destacar o excelente trabalho visual desenvolvido pela Rita e a banda-sonora dos Twin Raven Audio, que tornam o jogo, literalmente, bonito!
Portugal Gamers: Qual foi o maior obstáculo que enfrentaram durante o desenvolvimento de Stellar Interface?
Miguel Azevedo: Nós próprios. Como primeiro projecto, queremos aprender o máximo possível desta experiência. Mas para tal, é necessário querer sempre fazer coisas novas. E adicionar sempre coisas novas, levam a que o desenvolvimento nunca mais termine… sobretudo num género como este, em que as ideias não param de surgir.
Portugal Gamers: Quantas pessoas é que trabalharam no jogo e qual foi o tempo de produção do mesmo?
Miguel Azevedo: Somos uma equipa de três, em parceria com dois audio designers. O jogo começou a ser desenvolvido no início de 2016. O Early Access teve três fases de lançamento: em Junho (itch.io), em Agosto (Gamejolt) e Setembro (Steam). Versão final está planeada para o final do ano.
Portugal Gamers: Stellar Interface já está disponível no Steam, mas tencionam lançá-lo para a PlayStation 4, Xbox One e Wii U, ou até mesmo para consolas portáteis como Nintendo 3DS e PlayStation Vita?
Miguel Azevedo: Se dependesse de nós, seria em todas as plataformas. Porém, isso é sempre um grande investimento: tanto em tempo, como dinheiro. Após o lançamento da versão final no Steam, iremos avaliar o ponto da situação.
Portugal Gamers: Como é que, na sua opinião, a indústria de videojogos em Portugal se compara com o resto da Europa? Pensa que a nível de desenvolvimento de jogos iremos ter um dia algum jogo AAA feito por um estúdio Português?
Miguel Azevedo: Não temos uma opinião sólida devido ao pouco tempo que nos encontramos na indústria. Porém, reparamos à nossa volta e vemos inúmeros jogos em consolas e uma comunidade unida que não tem problemas em partilhar experiências e conhecimento. Quanto a títulos AAA, certamente é possível. A seu tempo e seu ritmo. Há já portugueses a trabalhar em títulos AAA no estrangeiro. Quem sabe o que farão cá se voltarem?
Portugal Gamers: Qual é o género de jogo que gostaria de explorar no futuro? Ação e aventura, RPG ou outro?
Miguel Azevedo: Dependendo do sucesso, equacionamos fazer um Stellar Interface Mobile, que complementaria a versão PC/Consola. Após fechar o Stellar Interface, o mercado dos jogos casuais parece-nos um alvo a atacar para ganhar experiência e repertório
Portugal Gamers: Quais são os seus três jogos favoritos de sempre e porquê?
Miguel: Série Rollercoaster Tycoon, porque não há nada melhor do que ouvir os gritos de diversão no teu parque!
Diogo: Por pouco não escolhia o Rollercoaster Tycoon também. Muitas horas passei eu, com o Miguel, a aterrorizar os pequenos visitantes dos nossos parques. Mas tenho de escolher Freelancer, um simulador espacial de 2003. Certamente passei bem mais de 1000 horas nesse jogo.
Rita: Super Metroid, porque ainda nos dias de hoje continua a ser um dos jogos retro mais bonitos, mais inesperado, com um audio awesome, com um level design incrível e com uma história simples, mas intrigante!
Portugal Gamers: O que gostaria de dizer aos utilizadores do Portugal Gamers e IEPM Gamers?
Miguel Azevedo: Joguem! É pela vossa dedicação que tanto prazer temos em desenvolver jogos!