
Concord, lançado em Agosto de 2024 como a grande aposta da Sony num mercado de jogos live-service, tornou-se num dos maiores fiascos da história da PlayStation. Após oito anos de desenvolvimento e um orçamento superior a 200 milhões de dólares, o shooter multijogador viu as suas vendas serem um fracasso absoluto, somando menos de 700 jogadores simultâneos no seu pico na Steam e comentários negativos referentes ao seu preço, falta de inovação e personagens pouco cativantes.
A situação agravou-se quando, duas semanas após o lançamento, a Sony anunciou a retirada do jogo dos mercados digitais, o fecho dos servidores e o reembolso a todos os compradores. Pouco depois, o estúdio responsável, Firewalk Studios, foi encerrado. Ex-produtores apontaram que o desinteresse e hostilidade da comunidade antecederam o lançamento, apontando o dedo aos meios de comunicação, marketing ineficaz, ao ambiente tóxico online e à saturação do mercado de hero shooters. Houve também críticas internas à dependência excessiva de fórmulas populares como Overwatch ou Valorant e à cobrança de um valor elevado num segmento dominado pelo modelo free-to-play.
Além disso, a direção da Sony atribuiu o fracasso à feroz concorrência e prometeu não repetir os mesmos erros com Marathon, outro live-service de grande investimento. Contudo, a descrença dos fãs e da imprensa quanto à estratégia para Marathon persiste, dado que repete elementos que já comprometeram Concord. A sequência de cancelamentos de projetos semelhantes (incluindo rumores sobre jogos ligados a God of War) mostra que o impacto de Concord deixou marcas profundas na política editorial da Sony, que terá entretanto reforçado o compromisso em lançar pelo menos um grande jogo single-player por ano.
Desta experiência amarga, retira-se uma nova cautela dentro da gigante japonesa relativamente aos riscos dos jogos como serviço, e uma consciência de que conquistar o público requer mais do que seguir tendências ou depender da força da marca PlayStation.
Fonte: Gamereactor