Kaku: Ancient Seal (PS5) – Análise

Ecoando a mesma energia que jogos de plataforma, aventura e de interpretação de papéis da época da PlayStation 2, KAKU traz-nos um mundo com cores vibrantes, uma jogabilidade simples mas familiar num bom sentido de jogos de RPG de ação e situações caricatas. Jogar KAKU faz-nos de facto viajar na memória até títulos como Jak and Daxter and the Precursor Legacy, o que nos traz conforto e combina bem com uma manta numa tarde cinzenta de Outono. Infelizmente, este conforto é interrompido por frequentes quedas no rácio de fotogramas e outros problemas que vão pondo areia na engrenagem.

Em termos narrativos, estamos perante um título muito simples. O mundo é equilibrado por quatro elementos, mantendo-se em harmonia enquanto quatro pedras elementais se mantiverem no seu pedestal nas Floating Islands. Como poderão imaginar, estas mesmas pedras foram retiradas dos seus receptáculos e devem ser recuperadas de forma a que o universo de KAKU possa voltar ao seu bom rumo.

Kaku - Ancient Seal

A narrativa, contudo, pouco importa num título como KAKU. Esta serve apenas como uma desculpa para o prato principal: explorar o mundo semi-aberto que este nos oferece. E aqui as coisas em KAKU começam bastante bem, temos algumas mecânicas bastante standard de crafting, de ataque e dodging como em RPGs de ação simples, ataque com fisga a longa distância, colecionáveis… tudo o que seria de esperar de um jogo deste tipo. E estas apresentam-se competentes. Apesar de o combate ser algo simples, nem haver aqui algo propriamente inovador (o jogo é bastante by the book), a verdade é que existem motivos para estas serem mecânicas consolidadas do género. E continuam a funcionar bem, mesmo num título mais modesto como este.

Assim, confesso que ao jogar as primeiras horas de KAKU, a experiência foi bastante agradável. Apesar de ser uma experiência algo limitada (por exemplo, as animações das personagens são muito simples e não existe voice over para os diálogos), apenas achei algumas personagens um pouco chatas, incluindo o protagonista, com um tipo de humor estilo Illumination. É claro que más animações e protagonistas irritantes não são problemas propriamente pequenos: afinal, iremos deparar-nos com eles ao longo de todo o jogo. Ainda assim, estava disposta a perdoar estes pequenos contratempos de forma a relaxar com um jogo que me permitia reviver um pouco a ambiência de alguns jogos que me formaram enquanto jogadora.

Infelizmente, à medida que avancei no jogo e explorei novas áreas no mundo de KAKU, deparei-me com vários problemas ao nível da performance. Não sou particularmente sensível a esta questão, sendo que não me incluo entre, por exemplo, aqueles para os quais a performance de Tears of the Kingdom na Switch foi um deal breaker. Tendo isto em mente, a performance de KAKU acabou por ser um deal breaker para mim. Tal deixou um gosto amargo, e aquele que poderia ter sido um 7 ou 7.5 acabou por ser a nota que veem em baixo.

Opinião Final:

Apesar das suas primeiras horas serem algo promissoras (entre alguns tropeços), especialmente para aqueles que apreciam um bom collect-a-thon ou jogo de ação e aventura bem ao estilo da PlayStation 2, rapidamente KAKU transforma-se numa experiência frustrante em que se nota que devia ter ficado mais algum tempo a cozinhar

Do que gostamos:

  • Mundo vibrante;
  • Mecânicas clássicas de RPGs de ação são clássicas por um motivo;
  • Ambiência nostálgica de jogos da 6ª geração de consolas.

Do que não gostamos:

  • Problemas de performance que tornam a experiência sofrível após o início do jogo;
  • Animações pouco trabalhadas;
  • Humor estilo Illumination.

Nota: 5/10

Análise efetuada com um código PlayStation 5 cedido gentilmente pela distribuidora.