Kojima quer que Death Stranding seja uma experiência nova em jogos de guerra

Recentemente, Hideo Kojima escreveu um artigo para a Rolling Stone, onde falou sobre a guerra, a franquia Metal Gear e o seu projeto atual, Death Stranding.

Ao mencionar Death Stranding, Kojima revela que o seu objetivo é criar uma experiência que vá além de apenas derrotar inimigos em sequência. Ele cita inclusive um paragrafo do livro “The Rope” escrito por Kobo Abe:

A corda e o bastão são duas das ferramentas mais antigas da humanidade. O bastão para manter o mal afastado, a corda para trazer as coisas boas para perto, ambas foram as primeiras aliadas concebidas pela humanidade. A corda e o bastão sempre estiveram onde a humanidade estava.

Na opinião dele, os videojogos continuam a seguir pelo caminho de manter o mal afastado. Kojima lembra que já passaram 55 anos desde a criação do jogo Spacewar!, mas os videojogos ainda são primariamente jogadores com bastões a lutarem entre si.

Kojima afirmou que, ainda não conseguiram quebrar a maldição de utilizar bastões para manter o mal afastado, ou derrotar inimigos e ele pretende mudar isso.

O diretor afirma que tem como objetivo criar um jogo que não seja limitado a competição, e que fará o jogares a criar uma ligação com coisas boas, sem vencedores ou derrotados. Kojima comparou ainda Death Stranding ao filme recém-lançado Durkirk.

De acordo com ele, chegou o momento dos videojogos alcançarem o “ o seu Durkirk ou A Grande Evasão”. Existe a necessidade de um jogo que mantenha a essência e diversão única para o público, mas que também oferece um tipo de experiência totalmente nova.

Kojima diz que a natureza imersiva e interativa dos videojogos pode proporcionar uma experiência ainda mais profunda do que outros meios como o cinema, pelo menos é isso que acredita e não irá fugir ao desafio de mostrar isso.

Em relação a Metal Gear, Kojima revelou que a ideia inicial era criar um jogo de guerra, entretanto, na época o hardware não tinha capacidade para criar algo nessas dimensões, ao invés disso, ele desenvolveu um jogo que tinha como premissa evitar conflitos e inimigos, um jogo furtivo e foi dai que surgiu Metal Gear.

Ele voltou a citar Durkirk no sentido de ser uma experiência real da sensação de estar dentro de uma zona de guerra, onde tentar sobreviver é o principal objetivo e ele tinha como interesse justamente descobrir se era possível fazer isso através de um meio interativo que eram os videojogos e 30 anos depois, a resposta foi Metal Gear.

As mensagens “anti-guerra” e “anti-nuclear” sempre foram constantes na franquia, Kojima lembra que a geração dos seus pais nasceram durante a Segunda Guerra Mundial, a sua própria geração cresceu ao ouvir relatos sobre a guerra em primeira mão e principalmente os efeitos da guerra na população e apesar dos videojogos terem como base essa luta e competição, ainda deveriam ir mais além de promover uma mensagem contra tudo isso.

Mas uma pergunta ainda era importante, “Porque o mundo é assim?”, “Porque apesar de todo o conhecimento ainda existem guerras e armas nucleares?” e uma geração mais nova não tinha essa resposta. E foi nesse momento que surgiu o dilema de Metal Gear Solid 3, um jogo ambientado em 1964, em meio a Guerra Fria entre os EUA e a União Soviética. Uma período que inclusive muitos jovens nem sequer sabem que existiu e Kojima sentiu que era o dever dele ensinar sobre esse passado.

Death Stranding será lançado para PlayStation 4 numa data ainda por anunciar.