Em Luigi’s Mansion 2 HD, Luigi volta-se a ver livre do irmão, que continua em aventuras por Mushroom Kingdom. Nesta sequela, anteriormente lançada na 3DS, o protagonista de verde não tem outro remédio, senão voltar a caçar fantasmas contra a sua vontade e coragem, sempre a tremer como varas verdes à pequena menção de espíritos e espectros pelo professor E. Gadd.
Luigi é altamente expressivo sem qualquer diálogo, apostando na comédia física e visual que recebeu uma pincelada de alta definição e de melhor acessibilidade.
Após o curto, e bem recebido, Luigi’s Mansion, a Dark Moon separou-se em vários pedaços, fazendo com que os espíritos mais dóceis se passassem das suas cabeças espectrais. Com esta premissa, E. Gadd recorre novamente ao Luigi, infelizmente para ele, para recuperarem os pedaços pelos vários níveis e, assim, remendarem a Lua.
A aventura começa bastante simples, de forma a introduzir as várias mecânicas de captura e de exploração que se vão desenvolvendo (e arrastando) noutros níveis mais complexos. Luigi’s Mansion 2 tem muito para explorar e coleccionar mas o sumo desta trilogia é mesmo como o Luigi lida com as assombrações — com o seu estimado aspirador e umas valentes puxadelas na direcção oposta para os cansar e sugar para o reservatório. Vá lá, não é um aspirador Rainbow ou sairiam encharcados. A dificuldade acresce quando as criaturas se protegem com óculos e outros acessórios para resistirem às engenhocas e engodos de E. Gadd.
Cada nível é tradicionalmente pontuado por um boss que não se rege pelas regras tradicionais de captura, levando-nos a pensar fora da caixa e a abraçar um novo ritmo de jogabilidade para sairmos vitoriosos e avançarmos para o próximo terror. De novo, para infelicidade do nosso protagonista amedrontado.
Não esperem aqui um remake com montes de conteúdo extra, o título HD é extremamente apropriado e o que temos aqui é uma lavagem de cara bem feita que faz com que um jogo, que já de si tinha bom aspeto, consiga brilhar na Switch. Os modelos estão mais detalhados, os efeitos mais brilhantes e os efeitos de luz e sombra muito mais detalhados e eficazes na criação do ambiente. Como é já usual nos jogos first party da Nintendo, Luigi’s Mansion 2 HD é um mimo absoluto, seja no ecrã mais pequeno da Switch ou na vossa televisão.
Um dos grandes pontos aqui a destacar são os controlos. Luigi’s Mansion 2 é original da 3DS, onde tínhamos acesso apenas a um analógico – o que sem dúvida alguma fazia com que os controlos em alguns jogos 3D fossem no mínimo… toscos. Fazia parte, adaptávamos-nos mas havia sem dúvida espaço para melhorar. Felizmente, esta versão HD tem os seus controlos adaptados ao setup dos joycons, com dois analógicos e sem dúvida alguma que tudo flui muito melhor, permitindo com que o combate seja muito mais prazeroso. Nunca foi tão agradável controlar um aspirador.
Agora, aquela questão de milhões: porquê uma remasterização de Luigi’s Mansion 2? E porque não trazer o primeiro também (se bem que este já recebeu um port da GameCube para a 3DS, mas a questão não deixa de ser pertinente)? No fundo, é uma questão de acessibilidade (desequilibrada) a um público maior. Sem dúvida que existem mais Switch por aí do que 3DS, e faz todo o sentido expor os melhores jogos da Nintendo a mais, e a mais, pessoas. Daí que um combo com as duas prequelas fazer tanto sentido à semelhança dos dois primeiros Pikmin, não é?
E disse o que disse, Luigi’s Mansion 2 é um dos melhores tesouros agora repescados. Está repleto de charme e de personalidade, desde os visuais distintos dos vários níveis assombrados aos visuais tolos e caóticos dos fantasmas. Basicamente, é a Nintendo a fazer o melhor que sabe: criar jogos estupidamente divertidos, simples, acessíveis e memoráveis ao ponto de já termos uma trilogia. Coitado do Luigi, que afinal é mais corajoso do que aparenta ser e não deve nada ao irmão.
Opinião Final:
Luigi’s Mansion 2 HD é a prova viva da quantidade de jogos que a Nintendo tem no seu catálogo que são quase intemporais, mesmo que necessitem de um toque ou outro de quality of life. Com controlos e gráficos melhorados, a experiência original ainda assim mantem-se largamente inalterada, e neste caso ainda bem.
Do que gostamos:
- Caos e humor;
- Melhoria dos controlos;
- Modelos, animações e iluminação largamente melhorados.
Do que não gostamos:
- Jogo continua um pouco moroso, fruto do seu tempo, sendo algo que podia facilmente ter sido melhorado.
Nota: 9/10
Análise efetuada com um código Nintendo Switch cedido gentilmente pela distribuidora.