No final do ano passado, a franquia Mario Party foi agraciada com o seu segundo título para Nintendo Switch. Não é absolutamente incomum haver vários títulos do jogo de tabuleiro digital para uma consola Nintendo, veja-se a Nintendo 64 recebeu os primeiros três títulos da franquia e a GameCube continuou a tendência recebendo as entradas 4 a 7. Ainda assim, os problemas anteriores que a franquia demonstrava (principalmente a saturação e a falta de ideias novas) continuam a ser relevantes, falamos aqui do 17.º título Mario Party, contando com as versões portáteis. Queremos com isto dizer que Mario Party Superstars deveria, para ter o relevo desejado, inovar em algum aspeto – pois afinal Mario Party vive, na evolução entre os títulos, através da implantação de diferentes formas de jogar que a Nintendo imprime nas suas consolas.
Mas esse não é o tipo de Mario Party que Mario Party Superstars procura ser, pois o mesmo reveste a forma de um jogo de compilação, muito ao estilo de Mario Party: The Top 100 para a Nintendo 3DS. Assim sendo, dado que não há inovação, o que afasta desde já alguns jogadores à procura de novidades, a seguinte pergunta precisa de ser colocada: É uma boa compilação?
É sim! É uma excelente compilação. Com 100 minijogos da franquia e com 5 tabuleiros da melhor geração de Mario Party – a primeira! Mario Party Superstars esforça-se por ser um showcase do melhor que Mario Party alguma vez trouxe às consolas caseiras – desta vez, na Nintendo Switch.
Veja-se que existe aqui um certo foco “classico” em Mario Party Superstars, mais de metade dos minijogos são da geração N64 pois não foram incluídos jogos com motion controls ou dados próprios das personagens e outros extras, elementos que, honestamente, eram vistos como desnecessários por parte de alguns jogadores. E somos obrigados a concordar, não existe finesse alguma em abanar um comando, pelo que este regresso a um mundo mais “puro” permite-nos focar no skill based gameplay. É claro, continua a haver uma distribuição um pouco absurda de estrelas no final, o que pode verdadeiramente virar um jogo do avesso e acabar com algumas amizades, mas são amizades acabadas como nos tempos antigos – com um comando partido na cabeça do teu amigo – e não partido na televisão porque nos esquecemos de utilizar o joy-con strap…
Do mesmo modo, os vários tabuleiros: Yoshi’s Tropical Island, Peach’s Birthday Cake, Space Land, Horror Land e Woody Woods são do melhor que alguma vez foi incluído na franquia. As suas versões atualizadas são uma delícia visual para os fãs de Mario Party, aqueles que quebravam as palmas das mãos a rodar o direcional analógico da N64 – algo que é reconhecido (e celebrado de certa forma) através do aviso, nos respetivos minijogos, que rodar o direcional analógico com a palma da mão poderá irritar a pele ou danificar o comando.
No entanto, não obstante o jogo cantar as glórias dos tempos passados, para alem do multiplayer local, Mario Party Superstars permite aos jogadores tirar partido do matchmaking online ou então com um grupo de amigos da Nintendo Switch.
Opinião final:
Se nunca jogaram Mario Party e procuram um excelente jogo de festa para entreter os convidados numa noite de verão, Mario Party Superstars é o jogo de escolha. Não possui qualquer das novidades dos jogos mais recentes da franquia, mas tal opção parece deliberada – a Nintendo quis-nos devolver uma experiência de Mario Party mais pura, mais original e divertida. Por vezes para avançar é necessário olhar para trás e compilar tudo aquilo que de melhor se fez, só assim poderemos olhar em frente com confiança daquilo em que somos capazes. O futuro não se sabe, mas o melhor do que se fez é Mario Party Superstars.
Do que gostamos:
- 100 minijogos tradicionais Mario Party, a grande maioria da N64;
- Os 5 tabuleiros incluídos são do melhor que Mario Party alguma vez nos trouxe;
- Não há lugar a motion controls!
Do que não gostamos:
- Não houve qualquer inovação, pois é um jogo que compila os melhores minijogos da franquia.
Nota: 9/10
Análise efetuada com um código Nintendo Switch cedido gentilmente pela distribuidora.