Monster Hunter continua a melhorar uma fórmula que poucos tentam imitar: pegar num martelo gigante, bater na cabeça de um monstro várias vezes até morrer, esfolá-lo para obter materiais raros e fazer melhores martelos ou botas estilosas que ajudarão na próxima caça e a massacrar impiedosamente o próximo monstro mais forte.
A Capcom tem aperfeiçoado esta fórmula desde há décadas, à medida que a série Monster Hunter avança de vento em popa por várias consolas – e mesmo com um Monster Hunter Rise, limitado pelo hardware do Nintendo Switch, que entregou uma aventura repleta de ação de qualidade.
Então, entramos na próxima geração com Monster Hunter Wilds, um jogo para lá de ambicioso e que vem refinar as prequelas – as incursões desapareceram; as missões de defesa de torre desapareceram; as expedições de gestão de Palicos desapareceram para dar lugar a algumas inovações, como uma campanha mais linear.

Eita, bicho!
Monster Hunter Wilds foca-se em novos hubs de open world interconectados e deixa para trás uma navegação por menus para aceitar missões e expedições que surgem enquanto estás a aceitar novas caçadas. O jogo também inclui uma campanha curta e competente para explicar como funciona o jogo para o verdadeiro conteúdo final e hardcore!
A aventura começa quando o Hunter (o jogador) chega a uma nova região chamada Forbidden Lands, com um grupo de membros da guilda. Esta guilda foi encarregada de procurar vida nesta nova terra e acontece que encontram um rapaz perdido e em fuga de um White Wraith enorme. Após alguns acontecimentos, o jogo avança para encontrar o povo deste rapaz, descobrir a verdade por trás deste monstro e derrotar tantos outros pelo caminho.
O engraçado nesta história é que o povo das Forbidden Lands aparentemente nunca viu um Hunter nem estas pessoas jamais pensaram em enfrentar os monstros. Em vez disso, encontraram maneiras de os repelir e, se isso não funcionar, fogem! Todo o conceito da caça começou com a presença da nossa Guilda.

A melhor parte sem dúvida é termos um companheiro gato.
Ao contrário de Monster Hunter World e Rise, Wilds apresenta-se mais aberto e expansivo, avançando entre hubs quando aceitamos missões e avançamos pela história. Apesar de alguns hubs serem mais breves, o jogo abre-se para o conteúdo final, que é quando os fãs dizem que o jogo começa, com mais desafios e mais criaturas para caçar. Ainda em oposição às prequelas, este Wilds está mais focado na história (embora, curta) com incríveis cinemáticas entre missões. O momento torna-se ainda mais imersivo por não termos um protagonista silencioso porque agora podemos personalizar tudo, incluindo esta voz!
No entanto, o verdadeiro monstro que vamos encontrar são mesmo os problemas técnicos… Como em alguns momentos de suposta introspecção entre o bando que são presentados com cenas de horror, com animações pobres e fraca sincronização de diálogos, o que dá aquela vontade de saltar tudo e passar à ação.
É uma das queixas que tive com Monster Hunter Wilds: devia ser bonito como os títulos mais recentes da Capcom, mas é tão feio de olhar, não bastando ainda outros problemas de pop in, loading de texturas e toda uma baixa resolução. Algo que também senti na minha breve experiência com Dragon’s Dogma 2, um jogo que esperava ansiosamente para sair de lá desiludido. Curiosamente, a partilhar muitos dos mesmos problemas de de desempenho medíocre.
Talvez o RE Engine se adeque melhor a jogos mais contidos e devêssemos recuperar o motor dos Lost Planet ou de Mon Hun Worlds. Visuais e desempenho à parte, Monster Hunter Wilds é um jogo sólido na maior parte do tempo, com uma campanha companheira de curtas horas e conteúdo pós-jogo para nos manter ocupados durante ainda mais horas, mas sinto que já não é para mim.

Nada como um belo jantar depois de uma caçada.
Se jogaram um jogo da franquia, a experiência é muito familiar em Wilds. No entanto, tivemos algumas melhorias e acessibilidades muito necessárias para melhorar esta experiência para veteranos e novatos — que ainda poderão achar o início avassalador, tanto pela quantidade de combos e armas à disposição, mas quando tudo faz clique é qualquer coisa de indescritível.
Outra grande adição no jogo são os Seikret, montadas semelhantes aos familiares Chocobo que podemos usar para explorar os hubs e alcançar locais de difícil acesso. Ou deixar em piloto automático até ao próximo objectivo, porque não?
Não servem apenas para aumentar, mas também para expandir o inventário com uma arma adicional e curativos. Uma excelente tática passa por fugir dos adversários e recuperar/abastecer a uma distância segura.
Já com os acampamentos, não precisamos de avançar pelas missões para os desbloquear. Só temos de encontrar o sítio e pedir ao Palico para montar a tenda. No entanto, podem ser destruídos por monstros nas proximidades.
Dito isto, o jogo é o início de um mundo novo e por desbravar, pelo que os fãs vão ficar entusiasmados com o futuro. Só espero que esse futuro sirva algumas lições de optimização e paciência para lançar o jogo quando estiver no ponto.
Opinião Final:
No final, Monster Hunter Wilds é uma recomendação difícil neste estado. Precisa de mais conteúdo, mais trabalho e algum polimento. Está à sombra do brilhante Monster Hunter World como uma sequela sem vida e mais feia que quase parece apressada e incompleta. Embora a jogabilidade geral se sinta excelente, o jogo é frequentemente prejudicado pelas suas regiões sem inspiração e fraca lista de monstros.
Do que gostamos:
- Das melhorias de acessibilidade;
- O combate;
- Do modo história.
Do que não gostamos:
- Desempenho aquém do esperado;
Nota: 7,5/10
Análise efetuada com um código Xbox cedido gentilmente pela distribuidora.