Ora, My Hero Academia tem ganho muita popularidade, não só no Japão, mas também cá em Portugal. O manga foi criado em 2014 por Kohei Korikoshi e o anime começou em 2016. O universo de My Hero Academia é composto por uma população com habilidades especiais, designadas por “Quirks”, onde 80% das pessoas tem poderes, e apenas 20% não tem. E claro que com grandes poderes, vêm grandes responsabilidades e há quem use essas habilidades para proteger as pessoas, mas há quem os utilize para o mal, os vilões. Izuku Midoriya é um jovem rapaz que sempre sonhou em ser um herói, mas nasceu sem quirk, até que o destino interveio e ele se encontrou com o lendário herói All Might, que acabou por lhe dar os seus poderes: One for All. E assim começou a jornada de Midoriya, para se tornar o novo símbolo da paz.
O universo de My Hero Academia é bastante bom, pelo que seria esperado que fossem lançados jogos baseados no anime/manga. E assim foi, quando em 2018 nos chegou o primeiro jogo. Passado dois anos foi lançado o segundo jogo, com um novo modo história e mais personagens e estágios de luta. Quando no início disse “sequela ou versão definitiva do primeiro jogo?” é porque as novidades quase que se ficam por aí. Não há propriamente algo que me faça pensar que é uma grande novidade, que se diferencie do primeiro jogo. Sinto que estou a jogar o primeiro jogo, mas com mais personagens (mais de 40 lutadores, mas alguns iguais com styles diferentes, e o mesmo se pode dizer dos estágios, em que uns é de dia e outros de noite) e uns pequenos ajustes.
É assim. Como jogo de luta, o jogo cumpre, pois é rápido, frenético, por vezes caótico, as personagens estão bem representadas e isso acaba por ser o mais importante: os cenários são destrutíveis, graficamente é bom e os modelos das personagens estão bem feitas, é divertido, mas como jogo de luta também consegue ser bastante limitado em combos e ataques especiais, tal como o primeiro jogo. Num segundo combate, vamos estar a repetir tudo o que foi feito no primeiro, porque de facto não há como fugir disso, sendo que o jogo é mesmo limitado nesse aspecto. Há ainda personagens que têm ataques exactamente iguais aos do jogo anterior, com literalmente todo o seu moveset a ser igual ou extremamente similar. E claro, há alguns tipos de Plus Ultra, 2 com a personagem principal, um para cada sidekick e o Plus Ultra All que, tal como o nome sugere, é o ataque especial com a nossa personagem e os sidekicks, sendo para isso necessário preencher a barra de Plus Ultra.
A nível de modos de jogo, há o Story Mode, Mission, Free Battle, Network (o modo online), Arcade, Training, Customize e Gallery. Ora, o Story Mode retrata o que aconteceu no anime, mas aqui houve uma oportunidade que foi desperdiçada e que seria uma diferença significativa em comparação com o primeiro, e que tornaria esta sequela melhor caso o fizessem neste jogo, que é retirarem a forma de contarem as coisas tipo manga a cores, e trocarem esse modo de apresentação por cutscenes. Não o fizeram, excepto raros momentos. Tal significa que, mais uma vez, está similar ao primeiro jogo. As Missions também são similares: são apenas missões onde compramos personagens e podemos usá-las, sendo que não há regeneração de vida automática de combate para combate. Free Battle é fazer combates contra o CPU, onde podemos escolher a nossa personagem e sidekicks, mas também os adversários. Network é o modo multiplayer, e não tive problemas que possa assinalar, pois os combates online foram fluidos. O Arcade Mode tem algo interessante, três fases para cada personagem, sendo que se pode escolher uma carta virada, e iremos enfrentar o lutador que estiver nessa carta. O Training dispensa apresentações, pois o próprio nome do modo diz tudo: serve para os jogadores treinarem com as diversas personagens e ver qual melhor se adapta ao seu estilo de jogo. Customize dá-nos a possibilidade de personalizarmos os heróis e vilões, ao mudar de roupa ou acrescentar certos acessórios. E por fim a Gallery, onde é possível ver os vídeos do jogo, arte gráfica, música e alterar as vozes das personagens.
Um dos ajustes que achei bem-vindo foi a maior dificuldade. O primeiro jogo na dificuldade máxima era extremamente acessível, enquanto que este jogo no médio já oferece um bom desafio, e numa dificuldade maior, mais complicado se torna, obviamente. O que é excelente, pois significa que há um maior desafio para quem tem mais skill. A parte do Mic Channel “Yeahhh, it´s time for a lecture, listeners. Are you ready?”, também foi um bom toque, embora não passe de uma explicação de cada modo. Ainda em relação às personagens, tive pena do Hawk e Gentle não serem personagens jogáveis no jogo base, mas de certeza que serão lançados via DLC, embora nada esteja confirmado.
E sinceramente não há muito mais a dizer, além de que é de facto o melhor jogo de My Hero Academia, mas também só há como comparação o jogo anterior, e embora este seja extremamente similar, tem mais personagens, mais estágios de luta e houve alguns ajustes necessários. É um bom jogo de luta, divertido e recomendado principalmente para quem é fã do manga e/ou anime, mas também é um jogo que poderia ter ido muito mais além.
Do que gostamos:
- Frenético e divertido de se jogar;
- Os heróis e vilões estão bem representados no jogo;
- Boa quantidade de modos;
- Os Plus Ultras são fantásticos.
Do que não gostamos:
- Nada de propriamente novo que o diferencie do jogo anterior;
- A forma como grande parte da história é contada: tipo manga a cores;
- Um dos melhores heróis e vilões desta nova temporada de My Hero Academia não estão no jogo: Hawk e Gentle;
- Bastante limitado a nível de moveset.
Nota: 7/10