Nintendo Switch Lite – Primeiras Impressões

No passado dia 23 de setembro, a convite da Nintendo Portugal, dirigi-me à sua sala de demonstração para experimentar a nova versão da mais recente consola da Nintendo, a Nintendo Switch Lite, uma versão que deixamos de poder de designar por híbrida.

A Switch Lite foi desenhada de forma a tornar ainda mais satisfatória a experiência portátil, ao mesmo tempo que apresenta um preço mais amigável. Para tal, uma série de alterações foram introduzidas face ao modelo original. O grande destaque vai, porventura, para os Joy-Con, que já não são amovíveis. Nesta versão da Switch encontramos um design mais tradicional em que não existe uma separação no corpo da consola. Embora isto resulte na perda de uma das funcionalidades de destaque da Switch padrão, também ajuda a que a consola se faça sentir mais compacta e «sólida», o que é excelente para jogar em modo portátil. A este fator ajuda que os bezels do ecrã sejam agora da mesma cor que o restante da consola, criando um resultado visualmente muito mais apelativo.

Aqui, um dos aspetos a ter em atenção é que, não se podendo separar os Joy-Con da consola, alguns títulos do catálogo da Switch não podem ser jogados na Lite, a não ser que comprem comandos em separados. Falamos de alguns títulos não tão impactantes, como os vários Just Dance, mas também de jogos de grande destaque, como Super Mario Party.

Para além de não incluir  Joy-Con  amovíveis, este modelo também não traz um kickstand e não será possível ligá-lo a uma dock, seja de que modo for, devido a características internas do seu hardware. A ausência de um kickstand significa que, se quiserem jogar modos multijogador local com os vossos amigos ou familiares, terão de ora comprar, além dos Joy-Con, um suporte para a Switch Lite, ora ter mais do que uma Switch. Embora compreenda que a Nintendo tenha tentado reduzir os custos ao máximo ao criar esta versão da consola, julgo que manter o kickstand, assim como a  possibilidade de ligar a consola a uma TV ou monitor (mesmo que para tal fosse necessário comprar uma dock em separado) não só tornariam este modelo mais apelativo como, no segundo caso, representam uma oportunidade perdida de negócio por parte da Nintendo.

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Até ao momento limitei-me a introduzir algumas das limitações desta consola, tendo apenas ao de leve mencionado um aspeto da minha experiência: o de como a Lite se sente mais sólida e de como tal torna a experiência portátil ainda melhor. A razão para tal é de que julgo importante tomar nota destes pontos mais gerais, para o caso do leitor estar a considerar comprar uma Switch Lite. Estes já tendo sido descritos e já tendo dado o nosso parecer sobre os mesmos, passamos à nossa experiência propriamente dita.

Durante cerca de 1 hora e 40 minutos tive a oportunidade de testar o modelo de cor amarela da Switch Lite. Não me foi possível testar alguns dos títulos mais recentes, mas tive acesso a uma seleção de títulos nos mais variados géneros. Com o objetivo de avaliar como diferentes tipos de jogos se comportam nesta, testei: The Elder Scrolls V: Skyrim; Mario Kart 8 Deluxe; Super Smash Bros. Ultimate; New Super Mario Bros. U Deluxe; Splatoon 2 e FIFA 18  – ou seja, um  RPG, um jogo de corridas arcade, um jogo de luta, um de plataformas, um shooter e um simulador de desporto.

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A experiência com todos estes foi bastante positiva: a Switch Lite é extremamente confortável e tudo o que se poderia pedir de uma versão desta consola totalmente portátil. Como já referido, o facto de os Joy-Con não serem amovíveis torna este modelo mais sólido, o que aumenta o conforto em modo portátil. Esta, no entanto, está longe de ser a única mudança introduzida a pensar numa melhor experiência portátil.

Um dos grandes destaques deste modelo é o seu tamanho reduzido, tendo a Lite cerca de 2/3 do tamanho do modelo original. Confesso que esta redução me deixava com reticências em relação ao conforto que teria ao jogar durante intervalos de tempo mais longos, mas a verdade é que esta se sentiu pelo menos tão confortável como a Switch padrão. As suas dimensões reduzidas levam a que seja mais arredondada nas laterais, o que tornam a Lite mais ergonómica.

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Adicionalmente, o próprio material de que este modelo é feito torna-o mais agradável ao toque e de segurar.Também os quatro botões de ação (A, B, X, Y) são mais agradáveis ao toque, sendo mais moles/esponjosos, o que considerámos uma pequena modificação muito bem-vinda, face aos botões mais duros e clicky da Switch padrão.

O que também está mais agradável é o próprio aspeto dos jogos em modo portátil. O ecrã sendo mais pequeno, mas mantendo a resolução, faz com que o que quer que seja que estejam a jogar fique com melhor aspeto. O primeiro título que testei na Lite foi Skyrim, e surpreendi-me com o aspeto deste jogo. Foi um pouco como voltar a março de 2017 e ficar de novo surpresa com o que uma consola tão pequena era capaz de fazer. As dimensões do ecrã destacam-se pela positiva ainda por outro motivo, mais subjetivo. Habituada a jogar em consolas portáteis como a Nintendo 3DS, o ecrã da Switch sempre me pareceu excessivamente grande para o modo portátil, tornando os jogos como que enevoados. O ecrã da Switch Lite, no entanto, pareceu-me ser muito mais adequado, em termos de tamanho, a este modo de jogo.

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Uma questão aqui poderá ser que alguns jogos não foram pensados com um ecrã tão pequeno em mente. De todos os que experimentei, incluindo Skyrim, não notei grandes dificuldades ao ler textos ou a notar detalhes, no entanto o relações públicas da Nintendo Portugal, Gonçalo Brito, revelou que sentira algumas dificuldades ao jogar Fire Emblem: Three Houses neste novo modelo, nomeadamente a ler alguns textos com letra mais pequena. Esta poderá ser uma dificuldade em alguns títulos, uma vez que depende de cada estúdio otimizar ou não o seu jogo para este novo modelo, e que soluções encontra, e que por isso é digna de nota.

Finalmente, chegamos aos destaques da Lite que notei na minha experiência, e que embora não signifiquem muito para mim, são importantes. O primeiro deles é a introdução do D-pad tradicional das consolas Nintendo, em substituição dos quatro botões separados do Joy-Con L. Embora tal, pessoalmente, não seja algo de especialmente significante, notei esta diferença mal comecei a jogar. De facto, por breves momentos esquecera-me que este novo modelo tinha um D-pad tradicional, e fiquei algo surpreendida assim que o comecei a usar. Os jogadores mais dedicados que têm um especial apreço por este esquema de botões direcionais irão com certeza notar e regozijar-se com esta diferença.

O segundo destaque que não tem tanta influência para mim, mas que é importante, é de que a Lite é substancialmente mais leve. Embora jogue quase sempre em modo portátil, tenho por hábito apoiar sempre os braços ou a consola, não me cansando. Há, no entanto, quem prefira por exemplo levar a sua Switch para a cama e deitar-se de cabeça para cima e com a consola sobre a sua cabeça, casos em que o menor peso fará seguramente diferença.

Resumidamente, a Nintendo Switch Lite apresentou-se quase que irresistível. Jogando quase sempre em modo portátil, fiquei com uma vontade bastante forte de ir a uma loja comprar uma unidade assim que saí da Nintendo Portugal. Mais pequena, mais sólida – embora mais leve -, mais ergonómica, este modelo da Switch é perfeito para o modo portátil. É de lamentar que algumas possibilidades tenham sido excluídas logo à partida, como ligá-la a qualquer monitor ou TV, mas, no geral, as primeiras impressões que tive com a Lite foram muito positivas.

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Bem-vinda à família, Switch Lite!

Agradecemos à Nintendo Portugal o convite e a simpatia com que fomos recebidos para testar esta consola.