Onimusha: Warlords – Análise

O remaster HD de Onimusha: Warlords é mais uma parte do vasto menu de uma reestruturação que a Capcom tem vindo a fazer ao longo destes últimos tempos. O ano passado fomos presenteados com Monster Hunter: World e ainda com Mega Man 11, que foram muito bem recebidos pela crítica especializada e com uma enorme aprovação por parte do público, tendo Monster Hunter: World ganho o prémio de melhor RPG nos The Game Awards.

Desde há muito que os fãs da companhia japonesa pediam um novo lançamento relacionado com Onimusha. E eis que este surgiu, embora numa versão muito simples que melhorou apenas a qualidade das texturas, assim como a resolução face ao lançamento original, o que foi o único ponto negativo, já que no fundo estamos a jogar o mesmo jogo de 2001, com poucas melhorias substanciais.

Joguei o jogo na plataforma PC e não notei que esta versão apresentasse erros de grande escala que comprometessem o desempenho do jogador. Este encontra-se bem balanceado, com melhorias relativas ao gameplay, não existindo a grande dificuldade, presente na versão original, em movimentar a personagem.

Para quem já o tinha jogado e tem o jogo bem fresco na memória (o que não é o meu caso), a aventura pode tornar-se curta e relativamente fácil.  Tal se deve ao facto de, em grande parte, o principal ponto de dificuldade deste Onimusha é a resolução de puzzles com variados graus de acessibilidade, bem ao estilo Capcom, de que Resident Evil é um exemplo bastante próximo.

O jogo apresenta disponível a dificuldade Normal e Difícil, começando de forma relativamente fácil, mas tornando-se ao longo do tempo mais complexo e exigindo um maior rigor no controlo de itens e de skill por parte do jogador em função dos inimigos, que se vão tornando mais fortes e letais. O autosave não faz parte das opções e é sempre importante sabermos quando gravar, para não termos de voltar atrás sempre que morremos, embora haja bastantes pontos de gravação e não seja necessário usar itens especiais para recorrer aos mesmos, como os rolos de tinta em Resident Evil.

A história do jogo tem um caráter forte, mas é-nos contada de forma simples. A nossa personagem chama-se Samanosuke e tem durante todo o jogo a missão de salvar a princesa Yuki das mãos dos demónios que se apoderaram do seu reino. Ao longo da jornada estamos sempre perto de alcançar esse objetivo, mas acaba sempre por acontecer mais alguma coisa que altera e prolonga a narrativa, levando-nos para novas áreas, dando-nos a conhecer novos vilões e objetivos distintos. Apesar disto, o jogo é de uma duração bastante reduzida, tendo eu demorado cerca de 4 horas para o completar.

É impossível não relacionar de novo Onimusha: Warlords com o icónico Resident Evil. Ambos os jogos apresentam elementos bastante idênticos, mas tomam caminhos diferentes. A câmara fixa que se prende a partes do cenário está presente, assim como o uso de itens como a erva para nos curarmos, para além de que todos os inimigos que nos são dados a conhecer podem ser facilmente categorizados nas duas franquias, tratando-se uma de zombies e outra de demónios e samurais. Não obstante as suas diferenças, estas franquias partilham um estilo em que a Capcom e a Konami dominam.

Existem vários tipos de espada e armas que podemos utilizar, assim como uma segunda personagem jogável, Kaede. A personagem que controlamos vai mudando conforme a necessidade da utilização de Samanosuke  ou de Kaede, frequentando este diferentes áreas do jogo exclusivas a cada um, fortalecendo o level design do jogo e criando uma lógica entre toda a narrativa que apenas se passa dentro do castelo, ou nas suas masmorras e jardins. As armas são também importantes para conseguirmos abrir as várias portas com constituições de magia diferentes, sendo que temos de voltar várias vezes atrás para que as consigamos abrir após termos obtido novas espadas, mais uma vez, bem ao estilo de Resident Evil 2, mudando apenas as chaves por magias.

A banda sonora é um elemento que acompanha a nossa aventura em todos os momentos do jogo e que se enquadra de forma natural e orgânica no ambiente oriental e fantasioso criado por Keiji Inafune, produtor da série. A variedade de inimigos não é muito vasta, mas consegue cumprir no que toca à diversidade e longevidade da aventura e que se coaduna muito bem com os bosses que vamos encontrando.

Opinião Final:

Onimusha: Warlords é um jogo que envelheceu de forma negativa na composição do seu gameplay, mas que ainda sustenta um enorme potencial para o desenvolvimento de novos jogos com o seu nome no futuro. Com as mudanças certas e uma atualização para a geração atual ou até para a que aí vem, a Capcom pode ter aqui uma franquia adormecida que pode esconder em si valores mais do que suficientes para se tornar numa IP de enorme sucesso.

O jogo encontra-se disponível para PC (via steam), PlayStation 4, Xbox One e Nintendo Switch pelo valor de 19.99€.

Do que gostamos:

  • Retorno de Onimusha;
  • Melhorias a nível de gameplay;
  • Puzzles desafiantes;
  • Bom enredo.

Do que não gostamos: 

  • Jogo algo curto;
  • Falta de novidades em relação ao original.

 

Nota: 7/10