Predator: Hunting Grounds – Análise

Este é mais um do jogos que nos pode fazer companhia durante esta fase mais restrita em que o entretenimento é o nosso melhor amigo. Já nas lojas, Predator: Hunting Grounds apresenta-se como um jogo totalmente focado no modo multijogador em que a personagem de maior destaque é o clássico Predator, estrela que já nos habituou a intensas e assustadoras jornadas no cinema. O jogo está disponível para PlayStation 4 e PC, estando disponível a opção de crossplay entre ambas as plataformas.

A Sony resolveu apostar neste género com jogos como Dead by Daylight e Friday the 13th, o que me fez relembrar os saudosos tempos em que se brincava às escondidas. O título já está disponível nas lojas e pode agradar a quem tiver uma tropa de amigos que alinhem em conjunto nesta aventura essencialmente repetitiva. Caso contrário, o interesse é drasticamente perdido.

No menu do jogo podemos encontrar opções muito simples: procurar uma partida rápida, criar um grupo privado de até cinco pessoas -onde poderás fazer o normal matchmaking ou criar uma partida única e exclusiva com os teus amigos. Além disto, a única opção relevante que vais encontrar são é a da personalização dos bonecos, com vários itens disponibilizados de forma a te lançares à selva com estilo.

Dentro das opções de jogo vamos encontrar um número escasso de mapas, entre os quais essencialmente varia o local onde se inicia a missão, através de um sistema de votos. Pode-se jogar como parte da esquadra ou como a presa, mais conhecido como predador. Se escolhermos jogar como soldado os nossos objetivos vão ser: fazer um conjunto de missões específicas como incendiar laboratórios e eliminar provas e alvos que recorrentemente aparecem no mapa. Assim que tiverem concluído todos os objetivos, vós e a vossa equipa poderão assim abandonar a ilha de helicóptero. Caso se escolha o predador, o número de ações fica mais limitado, sendo o objetivo principal conseguir encontrar a esquadra e fazer o melhor para que ninguém consiga escapar com vida.

Os recursos utilizados por cada parte da equipa são vários e quase todos eles dependem de uma evolução de nível obtida através da recolha de XP para desbloquear novos itens, novas skins,  novas armas… de forma geral, novo equipamento que te permite ter mais escolha e que te coloca em vantagem face àqueles que estão a começar a jogar nesse momento.

Como soldados, temos acesso a uma: arma principal, secundária, faca, equipamentos e benefícios. Dentro do arsenal disponível existe uma grande variedade de armas, desde a espingarda ao lança granadas. Os equipamentos existem para que possas equipar itens como kits médicos, granadas entre outros. Por fim, os benefícios ajudam-te na partida consoante as tuas preferências, existindo vários à escolha, que também vão sendo desbloqueados consoante a experiência obtida e consequente subida de nível.

Jogando como predador, e sendo que estamos numa desvantagem de 1 para 4, existe uma maior quantidade de vida disponível assim como de dano infligido, para que haja um bom . Além das clássicas garras podemos equipar também uma arma principal e uma secundária. Dentro destas armas, vamos encontrar conceitos diferentes com opções mais variadas, entre elas o disco inteligente que pode ser controlado por nós enquanto faz o seu movimento, ou o arco e flecha, que nos proporciona formas diferentes de jogar tornando mais versátil a habilidade de cada jogador. Assim como a classe de soldado, o predador também pode aproveitar-se de benefícios e equipamentos. É importante sublinhar que a experiência ganha no jogo corresponde às duas fações, não sendo diferenciada entre esquadra e predador.

As partidas têm uma duração média de 10 a 15 minutos, inicialmente bastante divertidas. Quando fiz o meu primeiro jogo não estava a perceber quais os objetivos, mas facilmente entendi as mecânicas e dinâmica do jogo. Quando o jogamos com pelo menos um amigo na equipa é muito enaltecedor encontrar o predador e enchê-lo de munições, enquanto este se esquiva e camufla entre as árvores e vegetação densa, que faz com que ambiente seja um dos fatores mais positivos do jogo. Completar as missões também é inicialmente divertido, no intuito de obter XP e coletar dinheiro virtual para comprar novo equipamento e conseguir, assim, manter o jogo interessante durante mais tempo.

Apesar desta diversão inicial, o título cai facilmente numa banalidade em tudo penalizada pela falta de mais modos de jogo e por uma jogabilidade que, embora boa, é incompleta e com bastantes falhas. Jogar com o predador é uma tarefa extremamente complexa e não num bom sentido: a sua jogabilidade é extremamente complicada e pouco recompensadora, sendo que em cerca de 95% dos jogos que realizei o predador não consegui matar todos os soldados.

Graficamente o jogo apresenta-se fraco, embora tenha boas ideias que apenas não foram concretizadas por falta de polimento e de um maior número de detalhes. As texturas ficam muito à quem e quando alvejamos elementos a longa distância vemos sempre um “serrilhado” de pixeis a acompanhar as árvores, água e praticamente todos os elementos presentes no ecrã.

Opinião Final:

Apesar de ter ideias interessantes, Predator: Hunting Grounds não consegue solidificar de forma consistente as bases a que um multiplayer deste género propõe. Apesar de ter elementos como os visuais que estão à frente de alguns concorrentes, e de ter um bom número de equipamento disponibilizado, o interesse pelo jogo em si não consegue acompanhar todo o plano teórico da Sony. É divertido jogar aos ratos e gatos onde pudemos curar amigos, caçar o predador e conseguirmos ser os heróis da trama, ou por outro lado, os vilões. Mas o brilho rapidamente se desvanecesse diante de um produto incompleto.

Do que gostamos:

  • Variedade de arsenal disponível;
  • Ambiente credível;
  • Vasta personalização.

Do que não gostamos:

  • Apenas um modo de jogo;
  • Cenários repetitivos;
  • Jogabilidade ferida;
  • Predator não convence;
  • Rápida decadência à monotonia.

Nota: 5,5/10