Foi há relativamente pouco tempo que tive a oportunidade de experimentar em primeira mão um pouco daquilo que vamos poder encontrar em Dakar 18. A Bigmoon Entertainment promoveu o seu mais recente projeto num evento à porta fechada na cidade do Porto onde foram convidados vários órgãos de comunicação social associados aos videojogos e entretenimento.
O evento começou por uma pequena palestra por parte do CEO do estúdio portuense onde nos foram introduzidas pela primeira vez novidades de maior relevo sobre Dakar 18. Nesta apresentação que durou sensivelmente uma hora ficamos a conhecer algumas das características que vão fazer parte deste novo jogo de desporto automóvel.
Foi-nos confirmado que todos os carros presentes em Dakar 18 vão estar devidamente licenciados e o estúdio de tudo está a fazer para que a representação do piloto e da própria viatura esteja ao mais alto nível de detalhe. Além da fidelidade nas viaturas, a BigMoon deixou bem claro que todas as stages da prova vão estar verdadeiramente representadas assim como o ambiente dos 3 países presentes nesta (Peru, Bolívia e Argentina).
Ainda durante a apresentação da sessão de gameplay podemos constatar de imediato que Dakar 18 não se trata de um arcade ou apenas mais um jogo de corridas a aparecer no mercado mascarado com o logo “Dakar” por trás, não! A ambição do estúdio passa exatamente por trazer algo original e que ainda não tenha sido visto no mercado atual de videojogos. O que todos os presentes constataram foi que de facto, o jogo apresenta um conceito único em que aposta não apenas na vertente automóvel, isto é, na relação piloto/carro sendo que muito do seu foco é atribuído também ao sentido de orientação que nos é imposto durante as provas, representado as dificuldades trazidas a todos os participantes da prova na vida real.
Quando iniciei a prova, apenas me foi disponibilizado um roadbook (instrumento de orientação usado pelos pilotos) onde nos era indicado o trajeto a fazer para chegarmos aos waypoints e prosseguir então com o percurso natural da prova. É algo confuso de nos habituarmos porque exige uma atenção constante da nossa parte pois ao contrário de muitos outros títulos de automobilismo, mesmo sendo simuladores, chega a um ponto em que conduzimos de forma “automática” sem termos de nos preocupar com tudo o que se passa a nossa volta. Mas em Dakar 18, não. O jogo obriga-nos a contar os quilómetros de forma constante assim a como estarmos atentos ao que o nosso guia (roadmap) nos indica. Admito não ter sido uma tarefa muito acessível, até porque mal iniciei a prova me vi um pouco as aranhas por não haver outro tipo de indicador para prosseguir de forma mais acessível. Mas lá acabei por atinar com o sistema de navegação acabando por se tornar num momento divertido e que ganha em exigir bastante do jogador já que para sermos penalizados basta não cumprir-mos os waypoints marcados, sendo que se não passarmos pelos pontos de verificação obrigatórios somos mesmo desclassificados.
Vamos ter acesso a 5 categorias diferentes no jogo – carros, motas, quadriciclos, camiões e SxS, todas elas com pilotos e veículos oficiais. Foi mais um ponto interessante saber que além de todas as main stages do evento vão estar presentes, vamos também contar com as diferentes categorias, e portanto saborear sensações totalmente distintas. Uma das funcionalidades do jogo que se diferencia de tudo visto até hoje, é a possibilidade de podermos sair do carro e vaguear pelas areias sul americanas. Não esperem é que dê para fazer muitas atividades fora do nosso cockpit, pois na verdade essa opção foi inserida essencialmente para podermos ajudar outros jogadores que se encontram com os seus carros em más condições e que precisem de uma mãozinha. Para compensar, se formos altruístas e ajudarmos os nossos adversários ganhamos pontos que compensam essa nossa atitude.
No modo carreira vão encontrar as 12 provas disponíveis, contudo o tempo de conclusão de cada uma é subjetivo e pode chegar a ultrapassar as duas horas de duração. Perguntam vocês “Epah, mas se eu quiser desligar a consola porque tenho de me ausentar ou simplesmente por não querer jogar as duas horas?” A BigMoon pensou nos seu público e o jogo faz autosave em determinados waypoints para que possas retomar a tua sessão bem quando te apetecer sem comprometeres a tua prova. Além do modo carreira, vai ser possível jogar em modo splitscreen local e o modo online, onde cada categoria vai ter o seu inicio em diferentes pontos estratégicos para que não partam na mesma gralha de partida respeitando o mais possível a organização do Dakar. Haverá um terceiro modo de seu nome Treasure Hunt que se vai focar em encontrarmos objetos distribuídos aleatoriamente pelo mapa. Um modo de jogo a pensar essencialmente na diversão assim como para treinar a nossa navegação. Infelizmente ainda não estava pronto para ser mostrado.
O jogo apresenta três níveis de dificuldade – Rookie, Competitor e Legend. No modo rookie vamos poder contar com um guia que funciona de forma mais casual e que nos indica de forma bem mais direta o caminho a prosseguir, embora ainda seja bastante provável que te possas vir a desorientar. O modo competitor substitui o “normal”. As dificuldades presentes neste modo são bem mais acrescidas pois só temos acesso ao nosso roadbook para completarmos as provas e é muito fácil que nos percamos sem darmos conta. O último modo, legend só pode ser desbloqueado após concluirmos o modo carreira, neste modo não vai ser possível fazer save entre os waypoints, ou seja, é obrigatório termos uma prova fenomenal do inicio ao fim para sonhar em conquistar o pódio. Nunca desanimem se não conseguirem ficar em primeiro em determinadas provas, é bastante gratificante por vezes, termina-las!
A apresentação do jogo contou ainda com a presença de Pedro Bianchi Prata, piloto bastante experiente que já participou em 13 edições do Rali Dakar e que se juntou de forma muito ativa à equipa de desenvolvimento para ajudar a recrear o mundo de forma mais real e plausível possível. Para além da preocupação do estúdio português em criar um mundo “a papel químico” da realidade das provas, foi-nos ainda referido que o jogo contará com 18 mil km², algo que faz o mapa de GTAV parecer uma folha A4. Além de todo o seu tamanho os gráficos não foram comprometidos e o jogo apresenta-se com boa qualidade cénica sendo algo que transcende às próprias viaturas. O estúdio está ainda a recrear a iluminação a partir do dia dia nas localidades das provas o que vai fazer com que o ângulo de iluminação seja semelhante ao que está acontecer no Peru, Bolívia ou Argentina a determinada hora do dia, havendo também ciclo dia/noite. O seu gameplay apresenta-se numa vertente focada na simulação, onde o controlo do carro varia de acordo com o tipo de terreno ao qual estamos sujeitos.
Dakar 18 pode não estar ainda com todos os aspetos técnicos totalmente sólidos e otimizados mas fica a promessa de algo completamente diferente que nos vai chegar ainda este ano. Ficamos com boas impressões deste projeto de grande escala nacional que promete querer chegar bem longe além fronteiras nacionais pela grandiosidade do que está a ser feito. Não é um jogo para todos mas é algo que pode muito bem atrair novos fãs pela sua componente inovadora à qual não se encontra qualquer rival, pois este jogo apresenta características que são pioneiras e com potencial para angariar um bom número de fãs a nível global. Podemos contar ainda com a pretensão do estúdio em lançar atualizações gratuitas após o lançamento, e quem sabe, no futuro uma possível chegada da realidade virtual a Dakar 18.
Quem fizer pré reserva de Dakar 18 vai receber de oferta o Peugeot 205 T16 do piloto Ari Vatanen, piloto conhecido entre os fãs de Rali. O jogo tem data de lançamento agendada para dia 11 de Setembro deste ano e sai para as plataformas PC, PS4 e Xbox One.