Com já bastantes horas de jogo na nova promessa da Housemarque para a PlayStation 5, é altura de partilhar convosco algumas primeiras impressões.
Returnal é, sem dúvida, um projeto ambicioso e uma oportunidade de ouro para a Housemarque brilhar com a Sony. Esta relação é já duradoura, com o estúdio a entregar consistentemente títulos bem recebidos nas consolas da gigante nipónica, ainda que a um nível modesto de vendas e com títulos tipicamente de orçamentos bem mais pequenos do que Returnal. E como é que a Housemarque se portou com esta nova oportunidade? Tanto quanto tenho visto, lindamente.
Para quem jogou títulos como Super Stardust ou Resogun, é fantástico ver como boa parte deste ADN passou para esta aventura de ação na terceira pessoa. Desde os padrões de ataque dos inimigos, até ao centro do que faz a jogabilidade desses jogos ser tão positivamente recebida. Isto é realmente o que faz Returnal funcional: o “loop” de jogabilidade sólido, frenético e desafiante, com um feedback impressionante oferecido pelo DualSense, que só melhora a experiência.
É fácil ao olhar para Returnal ver que foi dado um grande salto pela equipa da Housemarque, não só a traduzir as suas mecânicas típicas de “twin shooters” para um ambiente 3D, mas ao entregar um mundo rico e artisticamente impressionante, com verticalidade e secções típicas de um jogo de plataformas. Mas outro grande passo dado foi na introdução da narrativa, algo bastante forte nos exclusivos PlayStation, e onde Returnal não foge à regra. É impressionante como o estúdio conseguiu introduzir fortes elementos narrativos, que conseguem ser coesos com a jogabilidade e com o mundo apresentado, e ainda que oferecidos de uma forma nem sempre linear, deixam-nos sempre curiosos para quando receberemos mais um pouco da misteriosa história.
O mistério e o suspense são algo sempre presente, pelo menos nestas primeiras horas de jogo. Returnal faz lembrar clássicos com Alien, desde a apresentação de terminais na nossa nave, até às ruínas que vamos encontrando em Atropos. Já falei do DualSense, que é usado duma forma intuitiva e que só aumenta a experiência, desde os sons que emite ao feedback háptico, mas principalmente pelo uso dos gatilhos adaptativos, que é o melhor num jogo até agora, na minha experiência. Mas para além disso, vejo em Returnal o mais convincente uso das funcionalidades de Audio 3D da PlayStation 5, com uma mistura sonora incrível e que pede uso de headphones.
Em termos mais concretos, e sem entrar em muitos detalhes, Returnal começa com uma queda num mundo alienígena por parte da protagonista Selene. Chegados a este mundo, Atropos, começamos a explorar o ambiente em redor, onde parece que uma civilização colapsou. Enfrentamos uma série de inimigos, que oferecem um desafio respeitável e que, mais tarde ou mais cedo, nos levam a melhor. Nesta fase, voltamos a rever a queda e voltamos ao ponto inicial, perdendo a maioria do inventário e todas as áreas que tínhamos descoberto. Ao sair da área inicial, deparamo-nos com um mundo um bocado diferente daquele que deixamos: Atropos “rearranjou-se”.
Cada vida de Selene traz, portanto, novos desafios e uma experiência sempre diferente, mas todas as memórias e alguns itens chave permanecem. A Housemarque fez também um bom trabalho ao deixar certas pistas visuais que indicam itens chave que ainda não temos, levando-nos a querer explorar mais e encontrá-los, para facilitar e enriquecer as próximas vidas. É fútil tentar não morrer, visto que é algo que faz parte da experiência, e este é um jogo que não tem medo de nos dizer que é desafiante. Com bosses e mini-bosses únicos, tanto esteticamente como a nível de jogabilidade, cada vida de Selene faz-nos querer ser melhores.
Returnal tem também diferentes biomas a explorar, sendo que para já só podemos falar dos primeiros 2, que são vastamente diferentes: uma densa selva e um árido deserto. No primeiro, temos áreas mais compactas, enquanto que no segundo quase conseguimos ver o mapa de ponta a ponta. Cada área tem o seu boss desafiante a defrontar, e outros inimigos e coisas a explorar para desvendar as circunstâncias que nos trouxeram até aqui.
Por agora deixo-vos com este “cheirinho” do próximo grande exclusivo PlayStation 5. Quanto a mim, quero voltar para Atropos.
Returnal chega em exclusivo à PlayStation 5 no dia 30 de Abril de 2021.
A cópia digital de Returnal que estamos a analisar foi fornecida pela PlayStation Portugal