Super Mario Party Jamboree – Análise

Quando o primeiro jogo viu a luz do dia em 1998, a série preparava-se para criar o seu próprio nicho entre os pares Mario Kart 64, GoldenEye 007 e Super Smash Bros. — jogos pensados para demonstrarem as capacidades únicas da Nintendo 64 como um ajuntamento virtual de vários jogadores. Todos esses jogos, apesar de bastante competitivos, não traziam um caos local para o sofá da sala, mas estes Party vieram para deslumbrar jogadores jovens enquanto conseguia frustrar os mais veteranos sem falhar naquele ponto de diversão.

Em Mario Party, a imprevisibilidade dos eventos e os resultados relacionados à sorte dos dados podem cimentar como virar os resultados das partidas que conseguem durar horas. Aprender as nuances dos diversos minijogos e dos tabuleiros com mecânicas específicas pode dar aos jogadores experientes uma certa vantagem, mas não deixa de existir um limite para o quanto podemos controlar sem sermos demasiado competitivos.

Ao mesmo tempo, o design consegue equilibrar a partida a favor dos novatos, fazendo com que uma sessão seja mais convidativa do que uma partida de Street Fighter, por ex. E se o grupo estiver alinhado sobre os benefícios sociais de uma competição amigável, imprevisível e hilariante, Mario Party já justifica a sua duração até ao lançamento deste Jamboree, em 2024.

Só que essa aleatoriedade também pode desencorajar muitos jogadores, na medida em que a sensação de não ter controlo sobre os resultados pode frustrar, mas isso já é um tema de terapia. Os Mario Kart e os Smash Bros. vieram abordar essa questão com conjuntos de regras altamente personalizáveis, permitindo aos jogadores controlar o grau de aleatoriedade das partidas e abrir uma jogabilidade mais baseada na habilidade durante as corridas ou combates. Já Mario Party, com os lançamentos de dados e rodas da sorte profundamente enraizados no seu design, tem tido dificuldade em convidar a uma jogabilidade mais equilibrada sem alterar fundamentalmente a experiência.

O caos está instalado.

Alguns modos tradicionais vão parecer familiares a quem conhece a série — escolhemos os personagens, definimos o número de turnos e começamos a colecionar moedas, tentando ganhar mais estrelas do que os oponentes. Há algumas sacudidelas e adições interessantes à fórmula, como o tempo no fundo do ecrã a indicar a ordem dos turnos e dos eventos do tabuleiro, mas a maior mudança vai para os Jamboree Buddies e minijogos Showdown.

Os Jamboree Buddies são as personagens da série que vão aparecendo no tabuleiro em vários momentos da partida. Se conseguirmos chegar até eles a tempo (desaparecem depois de alguns turnos), ativamos um minijogo Showdown entre todos, onde o vencedor fica na companhia do Jamboree Buddy durante os próximos turnos. Estes minijogos são bem mais longos e complexos do que os tradicionais: por exemplo, o Wario faz os jogadores passarem por uma longa prova, o Mario apresenta um desafio com três minijogos e o Donkey Kong cria um jogo de ritmo com bongos, dando a cada jogador tempo para um solo. Alguns são superdivertidos, como a corrida de plataformas do Yoshi ou o desafio de colecionar moedas da Daisy. Outros acabam por se arrastar e duram muito mais do que deviam. Entre estes minijogos Showdown, duelos, minijogos versus, jogos de itens e muito mais, aquele jogo de 10 turnos que escolhemos pode acabar por parecer que tem mais de 20 turnos quando terminados.

Se ganharmos a companhia de um Jamboree Buddy, os benefícios podem ir de irrelevantes a importantes: o DK pode lançar-te para pontos aleatórios do tabuleiro, o Luigi ajuda-te a lançar dados maiores e o Bowser Jr. pode colocar armadilhas para os inimigos, etc. No entanto, o maior benefício passa pela capacidade de podermos comprar duas estrelas de uma vez.

Se tivermos 40 moedas e chegarmos a um espaço de estrela na companhia do Jamboree Buddy, podemos mudar o rumo da partida. No entanto, se outro jogador nos ultrapassar no tabuleiro em qualquer altura, o Jamboree Buddy passa para ele. No final, é um sistema mais equilibrado e intencionalmente limitado do que o recurso de aliados omnipresentes de Super Mario Party, onde os nossos múltiplos aliados poderiam dar uma vantagem injusta nos lançamentos de dados e minijogos durante o jogo.

Juntem-se aos vossos amigos para divertidas partidas.

Agora, a adição mais ousada em Super Mario Party Jamboree, além dos vários modos breves que são jogados uma vez e esquecidos, é o modo Pro Rules. Este modo visa reduzir a aleatoriedade e recompensar melhor os jogadores pela estratégia, adaptabilidade e domínio dos tabuleiros e minijogos individuais, com um conjunto de opções predefinidas para alterar o ritmo das partidas.

Estas sessões com Pro Rules são aplicadas a 12 turnos, onde as estrelas aparecem numa das várias localizações predefinidas no tabuleiro, em alternativa a serem aleatórias; com eventos aleatórios a ter menos probabilidades de redistribuir estrelas ou moedas em grande quantidade; e onde os jogadores começam no primeiro turno com itens de assistência pré-selecionados, escolhidos de uma pequena seleção (como o poder de aumentar os lançamentos de dados, alterar as localizações das estrelas, colocar armadilhas para os oponentes, entre outros exemplos). É um passo bem-vindo para envolver os jogadores num caos das regras já conhecidas de Jamboree, mas também traz os seus próprios desafios.

Apesar de Jamboree não entrar no circuito de torneios ou dos eSports, vence pela diversão e fecha uma trilogia de Mario Party na Switch, num suposto final de vida da consola, apenas tropeçando num ligeiro problema de quantidade sobre qualidade, com o maior número de personagens jogáveis e jogos. É um problema bom de se ter porque as entradas anteriores deixaram algo a desejar.

Portanto, se forem fãs do género e tiverem um bom grupo de amigos, é um jogo a ter em conta, mas se pensam em jogar a solo, esqueçam e passem para algo mais divertido.

Opinião Final:

Super Mario Party Jamboree pode não dizer muito a quem espera novas iterações do canalizador, mas, e porque não passar um bom bocado enquanto esperamos? Basta um grupo de amigos, uma Switch e horas. Não é preciso mais e, no fundo, é esta a essência dos jogos: diversão.

Do que gostamos:

  • Diversão em grupo;
  • Outra adição ao género com mini jogos hilariantes.

Do que não gostamos:

  • Se este jogo vai ser imediatamente esquecido pela Nintendo ou apoiado com novos tabuleiros e jogos.

Nota: 7/10

Análise efetuada com um código Nintendo Switch cedido gentilmente pela distribuidora.