Não será exagero dizer que a Naughty Dog não só é um dos melhores estúdios internos da Sony, mas também desta indústria. Afinal, basta ver o seu catálogo para vermos franquias que marcaram gerações, como é o caso de Crash Bandicoot, Jak and Daxter, Uncharted e The Last of Us. Quanto a esta última franquia, o tremendo sucesso que o primeiro jogo teve, que lhe valeu o Game of the Year Award, e até mesmo pelo final, era de se esperar uma sequela. E eis que foi isso mesmo em que a produtora decidiu apostar, para alegria de muitos.
The Last of Us Part 2 decorre cinco anos após os eventos do primeiro jogo. Ellie e Joel estão agora em Jackson, Wyoming, e vivem entre uma comunidade próspera de sobreviventes que lhes trouxe estabilidade, paz e alguma alegria, apesar da ameaça dos sobreviventes mais desesperados e, claro, dos infetados. No trailer gameplay, que poderão ver em baixo, vemos que o jogo terá partes mais relaxadas, e por outro lado, partes extremamente brutais, capazes de nos deixar boquiabertos.
Um dos momentos mais falados, e a meu ver um passo positivo na inclusão de personagens LGBT nos videojogos, é quando vemos Ellie apaixonada a beijar a Dina, onde as animações se mostraram exemplares e refletindo muito bem todas as emoções do momento. É verdade que houve alguma polémica, mas vamos ver uma coisa: paixão não escolhe géneros, e as pessoas não podem ser homofóbicas. Há que aceitar isso. Uma pessoa tem liberdade para gostar de quem quiser e andar com quem quiser, portanto foi corajoso por parte da Naughty Dog em fazer o que fez, e esperemos que mais estúdios tenham essa coragem. Não há nada de mal, é algo normal, que tem que ser visto como tal. E será muito interessante ver o rumo que darão a essas personagens, e se inclusive haverá mais personagens LGBT.
No entanto, se é verdade que mostraram esse momento alegre, também é verdade que logo de seguida mostraram uma Ellie que, numa situação entre a vida e a morte, teve de ser extremamente violenta de forma a conseguir sobreviver. A nível de jogabilidade, e pelo que nos foi possível ver, os novos e evoluídos sistemas de jogo irão mesmo permitir que os jogadores sintam a emoção dos riscos. As lutas corpo-a-corpo estão melhoradas, há várias possibilidades e estas serão bastante intensas. A furtividade parece estar muito mais dinâmica, com novos tipos de movimentos, que fazem toda a diferença.
Mas olhando para o que a Sony e a Naughty Dog mostraram do jogo, será curioso ver o quão dinâmico o mesmo é noutras situações, ou até na mesma. É que o gameplay trailer foi mesmo impressionante. Nele é apresentada uma grande sequência onde as coisas poderiam ter corrido mal de várias maneiras para o jogador, mas, no final, tudo deu certo de uma forma simplesmente espetacular. Se não viram esse gameplay da E3 2018, será difícil saberem ao que nos referimos, mas terão a oportunidade de o verem agora em cima, sendo que a sequência a que me refiro vai do minuto 6.40 ao minuto 11.10.
Fantástico, não é? Não é por acaso que desde que The Last of Us Part 2 foi anunciado, passou automaticamente a ser um dos exclusivos da PlayStation 4 mais aguardados. No primeiro jogo senti que a grande ameaça eram os infectados e que os humanos eram algo de mais “secundário”, mesmo que tal até nem tivesse sido o caso, pelo menos foi o que o jogo acabou por me transmitir. Neste segundo título gostaria que os humanos tivessem um maior papel, que fizessem absolutamente tudo e mais alguma coisa para sobreviver e que fossem extremamente perigosos, enquanto que os infetados apareceriam menos vezes, mas, quando aparecessem, que fosse um tremendo caos. Isso iria fazer com que o jogo tivesse um maior impacto. Estou curioso para ver o que a Naughty Dog fará nesse sentido, até porque acertaram em cheio com o gameplay que revelaram.
Um dos pontos que o estúdio também já referiu, é que teremos de enfrentar as devastadoras repercussões físicas e emocionas das ações de Ellie. Parece que toda a violência é importante para criar um mundo credível, sendo que o objectivo da Naughty Dog é que todos os inimigos e personagens pareçam pessoas reais. Será por isso que todos os inimigos terão um nome. Será possível ouvir um NPC chamar o seu amigo pelo nome e se lhe dermos um tiro à frente do seu amigo, iremos ouvir a expressão da sua angústia.
Tudo indica ainda que haverá consequências para as nossas ações e que tal é o núcleo central para vários temas da narrativa, incluindo vingança. Podemos matar alguém por vingança, mas depois os inimigos vingar-se-ão e irão matar alguém de quem gostamos. Foi essa a explicação dada por Emilia Schatz, co-lead designer do jogo.
Resumindo, The Last of Us Part 2 tem um grande potencial e estou bastante curioso para ver o produto final. Graficamente também parece estar fantástico, com um nível de detalhe capaz de surpreender. Provavelmente, será por isso que o jogo será lançado com dois discos, e a versão digital irá exigir no mínimo 100 GB de armazenamento. Por fim, gostaria de pedir a todos os nossos leitores para terem muito cuidado ao procurarem novas informações ou vídeos sobre o jogo. Houve um enorme leak que revela partes importante do jogo, inclusive o final. Portanto, não sejam spoilados, e se, por acaso, já viram esse leak, não spoilem ninguém, pois os jogadores que estão há anos à espera desta sequela não merecem que o factor surpresa seja destruído. É ainda de referir ainda que The Last of Us Part 2 será lançado no dia 19 de junho 2020.