The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom Switch 2 Edition – Análise

O lançamento da nova Nintendo Switch 2 com hardware mais poderoso fez naturalmente prever que alguns dos títulos da Switch original corressem melhor na nova consola híbrida da Nintendo. No entanto, quando foi anunciado que alguns jogos teriam edições melhoradas para a Nintendo Switch 2 soubemos imediatamente que alguns dos jogos clássicos da primeira Switch teriam este tratamento de luxo. Ora, the Legend of Zelda Tears of the Kingdom, assim como o primeiro jogo The Legend of Zelda Breath of the Wild, foi um dos felizes contemplados. Quando Tears of the Kingdom saiu para a Nintendo Switch original, já era um dos títulos mais impressionantes da consola, embora por vezes a framerate em alguns locais do mundo não fosse… a melhor. Agora, com a chegada da Nintendo Switch 2, recebemos uma nova edição que aproveita todo o potencial do hardware mais recente. Esta versão não altera a essência da aventura de Link, este continua a ser o Tears of the Kingdom que já conhecíamos, a contrário de outros jogos que com a edição para a Switch 2 estão a receber mais conteúdo, mas dá-lhe um novo fôlego, tanto a nível visual como na forma como o jogo corre. O resultado é uma experiência mais fluída, mais imersiva e, em muitos momentos, surpreendente até para quem já passou dezenas de horas a explorar Hyrule.

A primeira diferença que qualquer jogador nota está na resolução e estabilidade da imagem. Na Switch original, o jogo apresentava bons visuais, mas limitados pela potência da consola: a definição oscilava e os 30fps  davam conta do recado, mas por vezes deixavam a ação lenta e honestamente não muito agradável de se jogar. Na Nintendo Switch 2, tudo parece mais nítido, com contornos mais definidos e cores mais vivas. A fluidez também é incomparável: o jogo corre agora a 60fps de forma estável, o que transforma por completo a sensação de movimento. Explorar o mundo aberto, combater inimigos ou simplesmente correr pelos campos de Hyrule torna-se muito mais natural e agradável.

Os combates são parte do jogo que mais beneficiam com os ganhos de fluidez!

Outra melhoria óbvia são os tempos de carregamento. Antes, mudar de zona ou usar a viagem rápida implicava alguns segundos de espera. Agora, essas pausas são praticamente inexistentes. Basta selecionar o destino e em instantes estamos de volta ao jogo. Essa diferença pode parecer pequena, mas ao longo de uma aventura tão vasta, contribui imenso para o ritmo e para a imersão.

Já graficamente, a edição da Nintendo Switch 2 é um autêntico regalo para os olhos. As texturas ganharam detalhe extra: o relevo das rochas, os padrões nas armas ou o brilho das armaduras estão muito mais nítidos. As sombras e a iluminação também foram aprimoradas, dando maior profundidade às cenas. Em televisões compatíveis com HDR, há ainda suporte para cores mais ricas e contrastes mais marcantes, o que faz com que as paisagens – do nascer do sol na planície às cavernas sombrias – transmitam uma atmosfera mais envolvente.

Apesar de o mapa ser o mesmo, esta evolução gráfica quase faz parecer que estamos a redescobrir o jogo pela primeira vez. Cada floresta, vila ou templo respira mais realismo e detalhe, sem perder o estilo artístico característico destes dois títulos mais recentes da franquia. Parece-nos que foi assim que Eiji Aonuma e os restantes criadores de Breath of the Wild e Tears of the Kingdom imaginaram originalmente ambos os jogos.

Se graficamente o jogo impressiona, é certamente na jogabilidade que a diferença se sente de forma mais imediata. O aumento da fluidez dá outra precisão ao combate: cada golpe de espada, cada salto e cada disparo com arco respondem melhor aos comandos. A física continua a ser central neste título — manipular e colar objetos, construir veículos improvisados ou operar estruturas mantém-se algo tão criativo como sempre o foi — mas agora com uma suavidade que evita as quebras de ritmo, as vezes bastante notórias, que aconteciam no original. O mesmo se pode dizer relativamente à exploração, pois explorar o vasto mapa é mais agradável quando não sentimos quedas na performance. Escalar uma montanha, planear com o para-pente ou enfrentar vários inimigos ao mesmo tempo decorre sem soluços, mantendo a imersão. Em suma, a jogabilidade beneficia enormemente de correr num ambiente mais estável e consistente.

A visão original dos criadores ganha vida nesta nova edição!

Para jogar The Legend of Zelda Tears of the Kingdom Nintendo Switch 2 Edition existem duas opções. Quem já possui a versão da Switch original pode optar por um upgrade digital, disponível na eShop. Esse upgrade instala-se em cima do jogo base e desbloqueia todas as melhorias gráficas e de desempenho, mas só pode ser usado na nova consola. Os assinantes do serviço Nintendo Switch Online + Expansion Pass podem descarregar este upgrade sem custos. Para os restantes jogadores que já possuam o jogo base para a Nintendo Switch original, é um extra pago. Já quem nunca jogou o título ou não o tem na coleção pode adquirir a edição completa para Switch 2, em formato físico ou digital. Esta versão já vem com todas as otimizações integradas e é a melhor porta de entrada para quem se prepara para embarcar nesta aventura pela primeira vez.

O jogo possui ainda compatibilidade para a nova aplicação Nintendo Switch Online para dispositivos inteligentes, o que permite ao jogador aceder ao “Zelda Notes”, isto é, um conjunto de conteúdos extra, como um diário narrado da princesa Zelda, partilha de autobuilds e mesmo uma roleta diária de efeitos benéficos.

Opinião Final:

The Legend of Zelda Tears of the Kingdom era já um título obrigatório no catálogo da Nintendo Switch, mas a edição da Nintendo Switch 2 eleva-o para um novo patamar. Não há mudanças de história nem de conteúdo — continua a ser a mesma epopeia épica que conquistou milhões de jogadores – mas a forma como agora corre e se apresenta faz toda a diferença. Gráficos mais limpos, animações mais suaves, carregamentos praticamente inexistentes e jogabilidade mais precisa tornam esta edição a forma definitiva de experienciar a mais recente aventura de Link.

Do que gostamos:

  • Framerate 60fps extremamente fluído, mesmo nos momentos mais exigentes;
  • Suporte para HDR faz com que o mundo de Hyrule salte fora do ecrã num espetáculo de cores cheio de vida.

Do que não gostamos:

  • Parece-nos demais pedir que os jogadores paguem extra pelo upgrade para poderem jogar na nova consola com as melhorias gráficas. Ainda assim, o ser gratuito para os assinantes da NSO ajuda a digerir essa proposta um bocado descabida.

Nota: 10/10

Análise efetuada com um código Nintendo Switch 2 cedido gentilmente pela distribuidora.