Agent Klutz (Steam) – Análise

Embora muitas vezes não obtenham grande divulgação e consequente notoriedade, existem vários estúdios independentes sediados em Portugal, os quais nos vão brindando com os seus projetos, muitas vezes na forma de títulos de pequenas dimensões que, não obstante, nos entretêm por um par de horas.

Agent Klutz é precisamente um destes títulos. Produzido pela notagamestudio, este jogo leva-nos a encarnar um agente o mais trapalhão que poderão imaginar. Esta falta de jeito nota-se tanto nas trocas de mensagens entre o agente e o seu chefe, como na própria jogabilidade. Agent Klutz é essencialmente um jogo rítmico, em que devemos clicar com o botão esquerdo do nosso rato no momento certo para que a personagem se mova na direção pretendida e dispare tiros certeiros na direção dos seus opositores. Caso falhem a batida, o agente irá cair de cara no chão, fazendo-o assim perder tempo (que os inimigos poderão aproveitar para disparar contra ele). Tirando esta dimensão, o controlo do jogo inclui apenas a possibilidade de roubarem diversos objetos dourados que vão encontrando, clicando neles (não importa o timing), assim como esconderem-se em objetos e pessoas no cenário, abrir portas e destruir sistemas de segurança (caso em que voltamos a ter de disparar na altura certa).

Como poderão constatar, este é um jogo bastante simples. Infelizmente, julgo que demasiado simples. Jogos rítmicos como este funcionam melhor quando jogados com um gamepad, pelo que foi com algum desagrado que notei a ausência desta forma de controlo. Igualmente, a visual cue que o jogo nos fornece para que saibamos exatamente quando ordenar o agente a mover-se apresenta-se como… demasiado subtil e, pessoalmente, tenho a dizer que não se sentiu como muito satisfatório. A música que acompanha a nossa jogatina apresenta infelizmente uma variedade nula, e não se coaduna de forma perfeitamente adequada com o ritmo a que o jogo pretende que controlemos a ação, nomeadamente pelo facto de parecer igualmente adequado que o façamos nos intervalos entre quando o devemos fazer. Em termos de apresentação visual, Agent Klutz mostra-se competente, com cenários escuros na maioria em tons de azul e preto em 8-bits. Infelizmente, apesar de conter apenas 8 níveis, alguns dos cenários são reutilizados, pelo aqui de novo se nota uma falta de maior variedade.

Agent Klutz no Steam

Apesar de o ter jogado com o rato embutido no meu computador portátil e de, confesso, não ter tido grande jeito para o jogo, acabei por o completar em uma hora. Estamos, assim, perante uma experiência que, para além de simples, se revela curta. Poderia facilmente ter-lhe dedicado mais tempo de forma a obter um melhor ranking em cada um dos níveis, mas a verdade é que não existe qualquer incentivo para o fazer e o jogo não me divertiu o suficiente para me fazer querer jogá-lo de novo.

O ponto em que Agent Klutz brilha mais é sem dúvida no seu sentido de humor. As mensagens que o nosso agente e o seu patrão trocam no início de cada nível são bastante engraçadas, e todo o tom do jogo convida-nos a que não o levemos demasiado a sério. Contudo, por mais piadas que tenha e de quão bem estas complementam o tom geral do jogo, tal não é suficiente para carregar uma experiência que, de outro modo, se mostra um pouco aquém. Apesar de se encontrar disponível a um preço de 3.99€, recomendamos que aguardem por uma promoção caso lhe queiram dedicar a vossa atenção e tempo.

Agent Klutz | Análise | Squared Potato

Do que gostamos:

  • Humor no ponto;
  • Coerência dos vários elementos do jogo, que conferem uma personalidade própria a Agent Klutz;
  • Apresentação visual competente.

Do que não gostamos:

  • Sinal visual que indica o momento de tomar uma ação é demasiado subtil;
  • Apesar de curto e de conter um número reduzido de níveis, reaproveita alguns cenários;
  • Não é possível controlar o jogo com um gamepad,
  • Falta de variedade na banda sonora;
  • Chegamos ao final demasiado depressa, sem um incentivo real para explorar mais deste jogo.

Nota: 5,5/10