Análise – 3D After Burner II

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Hoje em dia será difícil explicar a muita gente a experiência de jogar numa verdadeira arcade, a pressão de conseguir completar o jogo com apenas algumas moedas e até a emoção que era sentarmo-nos numa cabine que simulava um carro, barco, ou algo mais mirabolante e simplesmente embarcar numa aventura cujo limite era apenas os trocos que tínhamos nos bolsos.

Depois de passagens pelas arcades, por várias consolas e até por Shenmue II, o clássico da Sega, After Burner II, chega à eShop da Nintendo 3DS com controlos adaptados ao Circle Pad e ao ecrã touch.

Aqui não devem esperar um modo história ou algo similar a uma narrativa. After Burner II é uma experiência de pura adrenalina em que os jogadores controlam um caça F-14 Tomcat numa estrutura de rail shooter entre 23 níveis. Estes são diferenciados entre si por ligeiras alterações nos cenários e com caças inimigos mais fortes e numerosos, com transições sem quebras. A ação frenética é apenas quebrada por pequenas pausas para abastecer munições, permitindo ao jogador respirar apenas durante alguns segundos.

Os gráficos têm melhor qualidade na consola do que nesta imagem.

Os gráficos têm melhor qualidade na consola do que nesta imagem.

Os jogadores têm à sua disposição dois tipos de munição, a Normal, que irá depender de tiros certeiros com a ajuda da mira, e ainda Mísseis, limitados mas poderosos. No entanto o seu rasto de fumo pode obstruir a visão do jogador e esconder mísseis de inimigos, que juntamente com edifícios e penhascos rochosos podem trazer um fim de jogo antecipado.

A nível gráfico, não vai muito para além do que seria de esperar de um jogo originalmente lançado em 1987. Não esperem aqui uma experiência em 3D, mas ainda assim consegue ser impressionante o nível de detalhe atingido com uma palete de cores limitada aos gráficos da altura.

Os controlos são completamente alteráveis, mas a componente do ecrã touch acaba por não estar bem implementada, atrapalhando um pouco a fluidez da jogabilidade, principalmente num jogo onde a ação no ecrã é extremamente rápida e acaba por ser mais confortável utilizar os botões, ao invés do ecrã touch.

Apesar de ser um jogo arcade é por outro lado mais simplificado, o menu apresenta várias opções personalizáveis que permitem aos jogadores alterar a dificuldade, número de vidas, assim como os controlos (existindo a possibilidade utilizar o Circle Pad Pro) e até utilizar um equalizador para ajustar a sonoridade da música e efeitos sonoros. Apesar de ser numa consola portátil, o jogo permite ainda alterar o ecrã para simular os diferentes tipos de cabine que existiam nas antigas arcades, assim como os seus efeitos de movimento, movendo o ecrã juntamente com os movimentos do avião.

After Burner emula a experiência de estar dentro de uma cabine que emula um cockpit

After Burner emula a experiência de estar dentro de uma cabine que emula um cockpit.

Não existe sistema de saves, mas à medida que forem desbloqueando os 23 níveis de After Burner II, poderão sempre selecionar um deles ao iniciar o jogo, “poupando” assim os jogadores de terem de iniciar sempre o jogo do iníci,o e adaptando a mecânica mais arcade ao conceito de consola portátil, sendo definitivamente um jogo para desfrutar em pequenas doses.

Na 3DS foi adicionado ainda o modo de jogo Special, desbloqueado após completar todos os níveis principais e que apresenta níveis um pouco diferentes, mas não permite uma seleção dos mesmos e obriga a um jogo sem pausas em que a continuação do mesmo depende da aquisição de vidas durante o jogo.

Opinião Final:

Apesar de não ser um jogo pleno de conteúdo, After Burner II é uma experiência divertida e que consegue replicar, até um certo ponto, a experiência de um jogo de arcade. É um jogo que pode agradar tanto a fãs dos originais como a novos jogadores. No entanto, poderá facilmente passar despercebido no meio do catálogo da 3DS, não sendo um jogo com longevidade e cuja jogabilidade não passará de alguns minutos pontuais.

O que gostamos:

  • Ação rápida e que permite pegar e jogar em pequenos períodos de tempo;
  • Controlos intuitivos e completamente personalizáveis;
  • Boa adaptação da experiência arcade, principalmente a nível visual.

O que não gostamos:

  • Apesar de apelar à nostalgia, poderá não ser para todos;
  • Pouco conteúdo, sem grande apelo para jogar para além de alguns minutos.

Nota: 7/10