Análise – Ambition of the Slimes

Se gostam de RPGs estratégicos por turnos e mal podem esperar pelo próximo Fire Emblem, então deixem-se ficar pela nossa análise e fiquem a conhecer Ambition of the Slimes, um pequeno jogo do género, já disponível na Nintendo eShop da Nintendo 3DS.

Como o título indica, em Ambition of the Slimes tudo gira em redor dos slimes, típicos inimigos de vários RPGs, geralmente apresentados como os ou um dos inimigos mais fáceis de abater. No entanto, ao contrário de vários jogos, aqui não teremos de derrotar os «frágeis» slimes. Na verdade, o nosso papel não é controlar humanos, tal seria muito fácil, mas sim controlar um grupo de slimes que busca a sua vingança contra a humanidade, após tantos anos de humilhação.

Assim, partimos para o jogo na estranha posição de estar contra a humanidade. E, como realmente os slimes não são o cúmulo da força, tal como em muitos jogos deste género estamos constantemente perante cenários completamente injustos, em que antes de começarmos a agir pensamos: «bem… o que é suposto eu fazer agora?».

Começando com slimes sem qualquer tipo de habilidade, vamos descobrindo ao longo da nossa jornada outros amigos diferentes, com características que podemos usar a nosso favor, mas sempre de forma bem ponderada, os inimigos o vão exigir. Alguns poderão andar mais casas no mapa (que é dividido, como é comum no género, em vários espaços quadrados), outros poderão imobilizar temporariamente o inimigo, outros podem teletransportar-se para qualquer ponto, e muito, muito mais.

No entanto, todos eles partilham uma mesma habilidade, essencial para o jogo e para conseguirmos vencer os humanos (que caso contrário nos dariam uma boa surra em três tempos): poder possuí-los.

Se usarem Claim enquanto estiverem perto de um humano, poderão passar a controlá-lo.

Se colocarmos um dos slimes numa das casas adjacentes a um humano, podemos comandá-lo a entrar no corpo deste – algo que é um pouco sinistro, na verdade – e assim ficar mais fortes e ter uma oportunidade para derrotar os restantes humanos. Tudo isto se torna mais complexo quando percebemos que existem vários tipos de humanos, existem naturezas diferentes – fogo, erva, e água – tanto dos slimes como dos humanos (em que, se possuírem um humano do mesmo tipo do vosso slime, ficam mais fortes) e que inimigos em posições mais altas ficam em vantagem.

Dados todos estes fatores, Ambition of the Slimes tem os ingredientes mais do que suficientes para ser um RPG tático que com certeza agradará aos fãs do género. No entanto, talvez as posições desfavoráveis dos slimes sejam desfavoráveis demais, tornando-se «impossível» em dificuldades mais elevadas logo desde o início.

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Os humanos ficam perplexos com o controlo dos slimes.

Para além disto, a Inteligência Artificial dos inimigos não é a melhor. Existe, por exemplo, um nível em que tomamos por assalto uma base de bandidos e é engraçado ver como nos podemos afastar e recuperar vida sem qualquer problema, pois estes não abandonam por motivo algum a parte superior da base, o que facilita bastante a vida.

Por fim, embora seja muito interessante a premissa de colocar os slimes contra a humanidade e de ver as reações dos cavaleiros com que nos vamos deparando, a verdade é que a diversidade de situações é bastante pequena, isto é, diálogos e reações que no início pareciam atraentes vêm-se mais tarde revelar como repetitivas e de menor valor.

Opinião final:

Partindo de uma premissa bastante original e com uma jogabilidade complexa e em que nada fica a dever aos grandes títulos deste género, Ambition of the Slimes peca apenas pelo facto de não oferecer diálogos muito variados ou uma história mais bem arranjada, bem como por alguns problemas com a Inteligência Artificial e por ter uma dificuldade que muitos poderão considerar, como consideramos, ser talvez um pouco alta de mais.

Do que gostamos:

  • Premissa original e bastante interessante;
  • Jogabilidade muito bem construída;
  • Diversos tipos de slimes com diferentes habilidades.

Do que não gostamos:

  • História pouco desenvolvida e diálogos pouco variados;
  • Alguns problemas com a Inteligência Artificial;
  • Dificuldade talvez demasiado elevada.

Nota: 8/10