Análise – Assassin’s Creed: The Ezio Collection

A série Assassin’s Creed já remonta ao “longínquo” ano de 2007, quando foi lançado o primeiro jogo para as consolas Playstation 3 e Xbox 360. Para os que não conhecem, ou os que nunca se interessaram em conhecer, a série é baseada na luta secular entre os Assassins, que lutam pela paz e livre arbítrio, e os Templars, que desejam a paz também, contudo tentando-a obter através do controlo. A série desde então tornou-se num grande sucesso a nível de vendas, tendo já ultrapassado mesmo os 100 milhões de unidades vendidas, sendo a maior franquia da Ubisoft e uma das mais vendidas na indústria dos videojogos.

Ao longo dos anos vários jogos foram lançados com vários protagonistas diferentes, porém, um dos mais icónicos é sem dúvida Ezio Auditore da Firenze, que”estrelou” em alguns dos mais aclamados títulos da série. Esta coleção remasterizada, Assassin’s Creed: The Ezio Collection centra-se nesta personagem e nos acontecimentos ao longo da sua vida.

A coleção é composta por três jogos que relatam a saga de Ezio desde a sua infância até à sua morte, assim como todos os acontecimentos intermédios. É uma saga de procura de vingança, especialmente sobre a traição à sua familia em tempos de ganância, corrupção e conspirações. Os jogos, como já mencionado, são alguns dos mais aclamados pelos fãs e pela crítica sendo a coleção composta por: Assassin’s Creed II, Assassin’s Creed: Brotherhood e Assassin’s Creed: Revelations. Também incluídos estão todos os extras lançados para os três jogos e ainda as curta-metragens Assassin’s Creed: Lineage e Assassin’s Creed: Embers, que ajudam ao jogador a se inteirar ainda melhor com a vida de Ezio. Infelizmente, toda e qualquer porção multijogador existente tanto em Brotherhood como Revelations foi removida.

Uma das partes mais divertidas: poder sobrevoar as cidades.

Ao invés de um simples aumento na resolução, a Ubisoft optou mesmo por fazer melhoramentos a nível geral. Sim, a resolução foi aumentada para 1080p, no entanto curiosamente ficou-se pelos 30 frames por segundo. Ao longo dos jogos ainda é possível encontrar alguns abrandamentos e quebras, o que não deixa de ser um pouco estranho. O que é mais notório a nível visual é realmente a “limpeza” e polimento dados aos gráficos, que são assim muito mais agradáveis ao olhar. Os mundos continuam muito bonitos e com paisagens de se ficar a vislumbrar durante largos minutos, no entanto algo aconteceu nas personagens que, com este “makeover“, ficaram com expressões bem estranhas.

Apesar das melhorias gráficas mencionadas, não esperem uma qualidade gráfica muito superior ou equivalente a jogos da geração atual, ou até que a qualidade de melhoramentos seja equivalente nos três títulos. Naturalmente nota-se uma qualidade ascendente de jogo para jogo. De todo o modo, apesar das tais melhorias, infelizmente notam-se algumas inconsistências. Por exemplo, quando nos aproximamos das caras das personagens tanto podemos vê-las com melhor definição como outras vezes algo borradas ou com expressões bastante estranhas, o que estraga um pouco a ambientação e imersão.

Ezio. Sempre icónico.

Esta coleção é, de facto, composta por alguns dos melhores jogos da série até à data, pois contem a que muito provavelmente é a melhor história contada em qualquer um dos lançados até hoje. As campanhas estão separadas umas das outras, o que quer dizer que podemos começar logo pelo jogo mais recente, se assim o entendermos. Cada jogo grava separadamente, por isso podemos saltar entre os mesmos sem qualquer problema. Apesar disso, cada jogo é a continuação direta do anterior e é bem notória a evolução entre os três títulos, tais como novas mecânicas introduzidas em cada um. Por exemplo, Brotherhood tem um novo sistema de parceiro assassino e em Revelations até podemos contar com alguns toques do género de jogo de “defesa de torre”.

Os jogos são longos, o que pode levar a até cerca de 70 a 80 horas para os completar, o que é bastante bom para os amantes do género e que têm tempo. No meu ver os jogos tentam levar-nos de mãos dadas durante demasiado tempo, também. Por vezes damos por nós já após algumas horas de jogo ainda a fazer missões tutoriais, o que por vezes pode ser algo aborrecedor quando só queremos é seguir em frente e avançar no jogo. Algo de nota também é o facto de que a jogabilidade não “envelheceu” tão bem quanto poderíamos pensar. Nota-se alguma rudeza no controle de Ezio, e nessa rudeza nota-se a idade destes jogos, especialmente para quem tem jogado os mais recentes da série. É mesmo muito notória a diferença comparativamente aos jogos mais recentes e isso demonstra bem o quão a série avançou e melhorou com o passar dos tempos.

Já se sabe o que vem a seguir.

Opinião final:

Esta coletânea é o trio perfeito para quem eventualmente nunca jogou os originais e se quer iniciar na série. Especialmente porque também inclui todos os conteúdos extra lançados. Quase posso dizer que mais depressa se joga pela história do que pela jogabilidade, pois a idade pesa, especialmente comparando a títulos mais recentes. Se já os jogaram antes, sinceramente não vejo motivos fortes o suficiente para voltarem a estas aventuras, isto é, a não ser que sejam fãs fervorosos. De resto, não está um mau trabalho feito a nível visual e sonoro, apesar de ter algumas quebras esporádicas quase imperdoáveis. É um pacote sólido, que inclui alguns dos melhores jogos de toda a série, mas isso não quer dizer que não sejam notórias algumas inconsistências a nível do transporte para esta geração.

Do que gostamos:

  • Três dos melhores jogos da série Assassin’s Creed;
  • Incluídos todos os extras lançados;
  • Campanhas longas para muito jogar, cerca de 80 horas;
  • Bom trabalho de tratamento visual;
  • Perfeito para iniciar-se na série pela primeira vez.

Do que não gostamos:

  • Apesar do bom trabalho visual algumas falahas são demasiado notórias;
  • Jogabilidade já um pouco ultrapassada demonstra a idade dos jogos;
  • Ausência completa dos modos multijogador;
  • Perdas de suavidade algo surpreendentes evidenciam que precisava mais algum trabalho.

Nota: 7/10