Análise – Attack on Titan: Wings of Freedom

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Um dos animes que mais surpreendeu o mundo inteiro nos últimos anos foi sem dúvida Attack on Titan, muito devido à sua história e cenário pesados, bem como inimigos e batalhas épicas, para além de ser extremamente brutal e gory.

No entanto, até ao momento nenhum jogo desta franquia tinha sido lançado para as consolas desta geração e/ou PC, pelo que Attack on Titan: Wings of Freedom vem preencher esse vazio, e acaba por fazê-lo decentemente, se bem que com algumas falhas, como verão.

Neste jogo, a Omega Force leva o jogador a reviver os vários momentos da primeira temporada do anime, através de cutscenes que realmente imergem o jogador com uma qualidade gráfica de topo, levando, por fim, a uma transição suave para as partes jogáveis.

Uma vez que seria impossível apresentar todo o anime em cinemáticas do jogo, vamos encontrando ecrãs de pausa «teatrais» que nos explicam a situação, pelo que até os que nunca tiveram qualquer contacto com Shingeki no Kyojin podem divertir-se com Wings of Freedom e ficar a conhecer o enredo ao pormenor.

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(Re)Vivam muitos dos momentos mais marcantes da série, agora nas consolas PlayStation.

Ao longo do modo história notamos que este está essencialmente dividido em duas partes. A primeira, em que fazemos as preparações para as missões, movimentando-nos pelo cenário e falando com os vários personagens (alguns deles vitais para o capítulo em questão), fazendo upgrade, restock e compra de materiais que nos serão de grande ajuda. Durante esta fase, podemos fazer dash para nos movimentarmos mais rapidamente e até realizar movimentações genuínas dos personagens, como colocar o punho sobre o lado direito do peito (sinal de respeito da patrulha, na série).

Feitas as preparações, começamos a segunda fase: a missão em si. Nesta, felizmente, não temos apenas de matar Titãs (embora seja um objetivo recorrente), mas também de salvar cidadãos em risco, entre outros que dependerão do capítulo em si, do cenário e da situação a enfrentar.

Como não poderia deixar de ser, nestas acesas lutas contra os «predadores da humanidade» controlamos vários membros do esquadrão 104, como Armin, Eren e Mikasa, para além de Eren Titã e até mesmo membros mais importantes da patrulha, como Levi e Erwin.

À medida que vamos avançando no jogo, os titãs vão evoluindo, recebendo alguns upgrades, como armaduras na nuca, skills próprias, entre vários outros pormenores que fazem do jogo uma experiência mais desafiante.

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«Porque não me deixam comer-vos?»

Infelizmente, foi ao jogar com Eren Titã que encontrei a maioria dos bugs e glitches do jogo, visto que o corpo do titã não está bem otimizado, por assim dizer, ficando por vezes entre os edifícios ou até por cima do chão ou “escadas”, tirando imersão ao momento que, de outra maneira, estaria perfeito. Outro problema deste modo é a repetição dos combos do personagem, que poderiam ter uma maior variedade, em vez de acabarem quase todos da mesma maneira, fazendo lembrar uma versão mais simples dos jogos da série Warriors.

No entanto, não é apenas o Titã Eren que tem estes problemas. Também notei algumas falhas enquanto lutava contra os comuns titãs inimigos. Por exemplo, suponhamos que combatemos um titã entre 2 edifícios, para onde é que ele cai? E se lhe cortarmos metade das pernas? Em ambos os casos existirá um glitch e ele entra, literalmente, nos edifícios.

Como se não bastasse, uma das características dos titãs, a «regeneração rápida» que é até explicada durante o jogo, simplesmente não está presente nesta ventura, pelo que, se causarem danos aos titãs e depois ficarem à espera que aconteça alguma coisa, bem podem esperar sentados. Não vai acontecer nada. Pura e simplesmente não se regeneram.

Para além deste modo história existe ainda um modo exploração em que podemos escolher livremente a nossa personagem de entre os referidos anteriormente, entre outros, como Krista, uma cientista que tem um gosto extremo por Titãs. Cada uma destas personagens tem as suas próprias características e especializam-se em diferentes estratégias de combate. Por exemplo, Armin é conhecido pelo seu agudo pensamento estratégico que, no jogo, resulta neste poder controlar membros da sua equipa e assim os comandar a atacar determinados membros do Titã e assim focar-se logo na parte de trás do pescoço, o «calcanhar de Aquiles» dos titãs. Por outro lado, personagens como Mikasa e Levi, que são especialistas em dar grande quantidade de dano, podem dar vários hits aos Titãs ao mesmo tempo, tendo ainda ao seu dispor habilidades únicas e bastante proveitosas.

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Run, Armin, run away!

Uma vez escolhida a personagem, somos levados até um local de expedição da scout regiment (equipa responsável por defender o que resta da humanidade contra os Titãs). Na base da patrulha podemos então configurar as nossas armas, 3D Gear e cavalos, para além de podermos conversar com os vários cadetes presentes. Concluídas as preparações, escolhemos quais as missões que queremos realizar e temos hipótese de as concluir tanto sozinhos como com outros jogadores espalhados por todo o mundo, através do modo cooperativo online, que serão de grande ajuda em missões mais complicadas.

Tanto no modo exploração como no modo história controlamos as personagens de uma maneira bastante «realista», por assim dizer, estando as mecânicas de controlar o 3D Gear pelo ar, agarrando-nos aos objetos em nosso redor, muito bem executadas e fazendo lembrar os jogos Spider-Man.

Relativamente à parte técnica, como já fui referindo ao longo da análise, o ambiente está bem retratado e, embora o jogo tenha alguns bugs e glitches, o aspeto está de acordo com o que seria de esperar de um jogo para a PlayStation 4, não tendo também qualquer problema de quedas no rácio de fotogramas por segundo. Os personagens e cenários estão também bem ajustados ao que encontramos no anime, produzindo um maior sentimento de imersão.

Quanto à banda sonora… poderia estar melhor. Na verdade, durante grande parte da minha experiência foi ofuscada pelo barulho dos Titãs a movimentarem-se ou dos personagens a conversar entre si. Assim, esta poderia ter sido mais elaborada. Infelizmente, acaba por não fazer jus ao resto do jogo e ao anime, que estão repletos de momentos épicos na luta contra os monstros colossais.

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Sasha, não é altura de comer, olhas os Titãs!… Sasha?… Oh well…

Opinião Final:

Attack on Titan Wings of Freedom é a melhor experiência baseada no famoso e brutal (em ambos os sentidos da palavra) anime que moveu milhões há uns anos atrás (e continua, em formato manga). Das versões do jogo, a para a PlayStation 4 é sem via de dúvidas a mais completa e a que oferece uma aventura mais próxima da série original. Contudo, alguns bugs e a ausência de uma banda sonora que se adeque aos momentos épicos do jogo acabam por lhe retirar alguns pontos.

Do que gostamos:

  • Mecânicas de controlo bem executadas e fieis ao anime;
  • Ambientes ricos e fieis ao anime, cumprindo com os padrões da PlayStation 4;
  • Modo história detalhado, permitindo a integração de jogadores que não conhecem a série.

Do que não gostamos:

  • Alguns bugs e glitches, encontrados especialmente ao se jogar com Eren Titã;
  • Banda sonora ofuscada pelos ruídos permanentes dos Titãs e falas dos personagens.

(Esta análise foi feita em colaboração com o meu colega Gil Vasco, ao qual agradeço por me ter facultado em forma escrita a sua experiência com o jogo, a qual serviu de motor para os tópicos tratados e os seus conteúdos).

Nota: 8/10