Análise – BYE-BYE BOXBOY!

Depois de BoxBoy! e BoxBoxBoy!, a HAL Laboratory (criadores de Kirby e Earthbound) vem agora fechar esta trilogia de jogos de puzzles minimalistas e divertidos para a Nintendo 3DS com Bye-Bye BoxBoy!, em que Qbby – o perspicaz quadrado branco com dois olhos e duas pernas –  volta a assumir o papel de protagonista.

Em Bye-Bye BoxBoy!, no entanto, Qbby não está sozinho, e vamos encontrando outras personagens ao longo da nossa (curta, como veremos) aventura. Desta vez, Qbby encontra-se numa aventura que abarca não um, mas vários planetas, tendo de se deslocar entre eles na sua nave espacial. O objetivo é restituir o equilíbrio a todos eles, que foram assolados por uma praga negra misteriosa. Para o fazermos, temos de restaurar o cubo de cada mundo ao seu devido lugar. Assim, são estas pequenas (e adoráveis) caixas que vamos encontrando ao longo da nossa jornada, e são estas personagens que teremos de escoltar até ao seu devido lugar. O problema é que, devido ao já referido poder negro, o caminho está bloqueado, e a única maneira de o desbloquear é concluindo todos os puzzles.

Devido a esta peculiar situação de sermos acompanhados por cubos mais pequenos, os Qbabies, os puzzles ganham uma maior diversidade, nomeadamente em mundos específicos (cada planeta está dividido em vários mundos) em que temos de, ao mesmo tempo, criar um caminho para nós e para a nossa “cria”. Em determinados mundos temos ainda novos cubos, como a Warp Box, que nos permite teletransportar até ao último quadrado criado, ou a Bomb Box, que rebenta barreiras e nos permite seguir em frente.

No entanto, apesar de todas estas adições, Bye-Bye BoxBoy! Acaba por não se descolar suficientemente dos títulos que o precederam, tanto por apresentar um estilo que, por ser minimalista, tem poucas variações, como por, mesmo assim, não ter uma jogabilidade muito distinta daquela a que já se poderão ter habituado caso tenham jogado os anteriores.

Os Qbabies são enternecedores.

Tal como referiu o meu colega Ricardo na análise a BoxBoxBoy!, para ultrapassarmos os vários desafios devemos criar quadrados e ordená-los de certas formas específicas para alcançar certas plataformas, ativar certos interruptores e ainda evitar alguns perigos como buracos e picos. A principal diferença reside no facto de que em BoxBoxBoy! podíamos criar dois conjuntos de caixas, passando quase todos os puzzles pelo bom uso dessa mecânica, enquanto que em Bye-Bye BoxBoy! há uma maior diversidade dentro do próprio jogo em relação aos puzzles que vamos encontrando, mas apenas passa a ser possível criar um único conjunto de peças de cada vez.

Pessoalmente, não desgosto desta nova aproximação da HAL Laboratory, mas talvez fosse preferível um meio-termo entre a linearidade do segundo jogo e as sempre renovadas mecânicas deste, justamente porque, tendo este tantas mecânicas, pareceu-me que nenhuma delas ficou tão bem executada ou foi tão bem explorada como foi a mecânica de criar dois conjuntos de quadrados em BoxBoxBoy!.

Cubos a jato. Porque não?

Tal como nos jogos anteriores, também em Bye-Bye BoxBoy! temos uma ou mais coroas espalhadas por cada nível e que funcionam como um desafio extra. Encontram-se muitas vezes em sítios que não lembram a ninguém e que são particularmente difíceis de aceder. Para além disso, desde o início do nível temos um número limitado de quadrados que podemos “produzir” até apanharmos as coroas, sendo que se ultrapassarmos esse número, estas deixam de poder ser apanhadas.

Caso consigam apanhar a(s) coroa(s), o nível fica marcado como concluído de forma perfeita e recebem uma maior recompensa em moedas, que poderão usar para comprar temas musicais e disfarces, entre outros colecionáveis que acrescentam bastante conteúdo. Um dos extras principalmente satisfatórios em fazê-lo são os mundos de desafio. Nestes, as regras do jogo são alteradas e poderão ter de pensar (ainda mais) fora da caixa para conseguirem perceber o que fazer para passar cada um.

Não obstante o desafio extra proporcionado pela existência das coroas, Bye-Bye BoxBoy! é um jogo talvez demasiado fácil para os fãs do género, mesmo para os que tentem apanhar todas as coroas – se não se dedicarem a este objetivo, o jogo torna-se numa caminhada na praia, sem nada de entusiasmante a vos impedir de progredir.

Qbby prepara-se para tentar entrar nas Turf Wars de Splatoon.

Como referido no início, esta jornada é também bastante curta, mas tal não se deve a uma eventual falta de conteúdo, deve-se sim à sua dificuldade, que, salvo raras exceções,  é demasiado baixa para que se sintam comprometidos e obrigados a puxar pela vossa cabeça.

 Na verdade, a relação entre custo e conteúdo é uma das melhores na Nintendo eShop. Bye-Bye BoxBoy! foi lançado muito recentemente (dia 23 de março) e encontra-se a um preço de 4.99 €. Para a quantidade de conteúdo que oferece, este é um preço que podemos dizer ser quase imperdível. Para além disso, dada a qualidade do título num todo, podemos aconselhar vivamente a sua compra. A não ser que abominem jogos de puzzle, dificilmente irão sentir que desperdiçaram dinheiro com este jogo.

Assim, embora seja uma experiência relativamente curta, a sua duração é mais do que aceitável para o preço pedido pelo jogo. Até porque a série BoxBoy! não é uma série de grandes dimensões, mas sim uma trilogia de jogos simples e que são especialmente divertidos para umas quantas sessões breves de jogo, sem grandes frustrações.

Opinião final:

Com um tom minimalista bastante próprio e com uma jogabilidade que já nos é familiar, Bye-Bye BoxBoy! fecha com chave de ouro esta trilogia de jogos de quebra-cabeças da HAL Laboratory para a Nintendo 3DS. Recheado de novo conteúdo, este título faz-nos esquecer por momentos os pontos em que se aproxima em demasia dos seus antecessores, especialmente pela presença dos adoráveis Qbabies e pelos mundos de desafio. Por 4.99€, Bye-Bye BoxBoy! é uma experiência que com certeza os detentores de uma 3DS não irão querer perder.

Do que gostamos:

  • Grande quantidade de conteúdo e boa relação conteúdo/preço;
  • Diversidade de colecionáveis;
  • Mundos de desafio;
  • Diversidade de desafios ao longo da aventura principal;
  • Qbabies!!

Do que não gostamos:

  • Algum desgaste da fórmula da série;
  • Nível de dificuldade abaixo do esperado.

 

Nota: 8/10