Análise – Everybody’s Golf

A marca PlayStation, desde o seu início na década de 90, sempre fez um esforço considerável por apresentar conjunto de franquias originais que ficaram gravadas na memória coletiva de muitos gamers. Aliás, essa foi exatamente a razão pela qual esta teve tanto sucesso na Europa, e especificamente em Portugal. Uma dessas franquias é Everybody’s Golf, um jogo de golfe com uma filosofia de acessibilidade, que vê agora um reboot lançado na PlayStation 4. Tivemos a oportunidade inicial de testar a beta multijogador em maio deste ano, mas, chegado o lançamento da versão final, partimos novamente para a Golf Island ansiosos por descobrir todas as novidades desde estranho e divertido jogo.

Dizemos estranho no bom sentido, é claro. Everybody’s Golf destaca-se por ser um jogo de golf com muitos elementos de open world que resultam numa mistura muito engraçada. Existirá outro jogo de golfe no mercado que nos permita fazer corridas de carrinhos de golf, pescar, ou até nadar? Nem por isso! O jogo contém atividades que inicialmente não parecem combinar umas com as outras, mas que estranhamente providenciam uma distração do prato principal – não que o jogo necessite de distrações, viciante como é!

O jogo apresenta um método fácil de fazer swing e putts. Assim qualquer gamer consegue dar umas tacadas!

O modo de campanha singleplayer vê-nos a conquistar uma progressão de torneiros, em que cada torneiro traz consigo três bosses (rivais) contra os quais devemos competir numa combinação engraçada de regras de jogo. Seja por pontos ou por putts, com copos (buracos) normais, tamanho mega ou com efeito de tornado (ideal para os principiantes), os diferentes modos de jogos oferecem uma variedade que faz com que mesmo o jogador a quem o golfe sempre passou ao lado, volte para olhar uma segunda vez. É exatamente nesse segundo olhar que o jogo nos apanha, o viciante método de tacada com 3 toques do botão X (ou dois, para os principiantes) faz com que haja sempre mais uma tacada a dar. Esta acessibilidade só traz consigo coisas boas: estamos perante um jogo que quer ser jogado e cujo foco é exatamente em fazer essa experiência o mais fácil e agradável possível.

Infelizmente, para usufruir de (praticamente) tudo o que o jogo tem para oferecer, o singleplayer não é opcional, estando até mesmo a oferta multiplayer limitada. Gostavas de jogar no resort junto da praia em multiplayer com os teus amigos e depois ir dar um mergulho ou fazer uma corrida de carrinhos de golfe? Azar, pois tens de jogar pelo menos uma meia dúzia de torneios em singleplayer até lá chegares. Gostamos de ver isto como um incentivo ao investimento no jogo, mas por outro lado não é tão “pick up and play” como gostaríamos que fosse, e isto faz com que não seja mesmo para Everybody, nesse sentido.

Frase que terão de colocar no nosso Passatempo Everybody’s Golf:

“Prontos para jogar Golf? Everybody’s Golf é a escolha certa.”

O foco principal desta edição é sem duvida o multiplayer online, podendo ser jogado em formato open ou então em turf war.

Para todos os outros, a progressão estilo RPG, com subida de níveis tanto da personagem, como dos diferentes tacos que utilizamos é incentivo suficiente parar mergulhar bem, bem fundo! É bastante agradável ver como, buraco após buraco, nos fomos tornando num jogador com maior força, controlo de swing, backspin e backdoor, e essa recompensa faz-nos querer voltar para o green. É, portanto, uma coisa boa que, num jogo apontado aos iniciantes, o sentimento de progressão seja tão satisfatório.

Falando no multiplayer, este pode ser local ou online. O local deixa-nos juntar um grupo de amigos e definir as regras através das quais podemos competir. O online é um bocado mais complexo e pode ser jogado em modo open, após desbloqueado o course, isto é, podendo os jogadores percorrer abertamente o resort juntamente com os seus amigos, o que nos dá o feeling de nunca estarmos sozinhos. É bastante agradável ver os outros jogadores à nossa volta a fazerem os seus swings, a festejarem os seus birdies e a ficarem desapontados com os bogeys. Podemos também jogar o multiplayer online em turf war, que nos coloca em duas equipas numa luta por holes contra o relógio. Quem arrecadar mais pontos em cada hole, domina esse buraco específico e, no final,quem conseguir mais, ganha!

Todas as atividades multiplayer rendem-nos experiência para subir tanto a nossa personagem, como os nossos tacos de nível, e isto vai de encontro com a experiência imersiva que a Claphandz quis criar. “Imersiva, num jogo tão animado?” – Pergunta o leitor. Mas é claro, pois tal como dissemos na nossa Antevisão, o jogo inspira-se bastante no PlayStation Home para moldar a imersividade no seu mundo. A nossa personagem, para além de completamente editável e personalizável com roupa que podemos adquirir com as moedas que vamos ganhando, também possui variadas opções de comunicação: emotes, frases pré-feitas, teclado virtual para texto, está tudo aqui! Temos a nossa EG Home (ou casa, na versão portuguesa) onde temos os nossos próprios fãs, questionários de golfe, novos caddies que vão aparecendo, para além dos acessos aos diferentes modos.

A nossa Análise em vídeo que inclui gameplay de Everybody’s Golf.

Graficamente, somos da mesma opinião que tínhamos aquando da antevisão do jogo: as personagens são bastante animadas e muito “kawaii”, continuando com a identidade à qual estamos habituados. O jogo corre a 60fps sólidos e possui melhorias técnicas para a PS4 Pro, sendo ainda compatível com HDR.

Na sonoplastia, temos um conjunto de música alegre e upbeat, não nos deixando ficar tristes mesmo quando falhamos aquele hole-in-one! A música ajusta-se bem às várias atividades em que estivermos a participar, mas, fora isso, nenhuma é memorável o suficiente.

Opinião final:

Everybody’s Golf é daqueles jogos que é difícil de descrever. Um jogo de golfe fácil de aprender e divertido de dominar que é bastante viciante. As suas mecânicas são perfeitas para nos tornarmos num mestre dos swings e putts. Não somos os maiores fãs do golfe, mas ao mesmo tempo sentimos que este jogo é especialmente feito para nós. Praticamente todo o conteúdo do jogo está bloqueado atrás de uma muralha de progressão, mas um jogo divertido e viciante faz com que seja apetecível desbloquear as diferentes distrações e campos de jogo.

Do que gostamos:

  • Fácil de aprender a jogar;
  • Nível de progressão muito recompensante para os mais experientes;
  • Possui divertidas distrações como carrinhos de golfe e pesca;
  • Excelentes opções de customização.

Do que não gostamos:

  • É necessário desbloquear praticamente tudo o que o jogo tem para oferecer.

Nota: 8/10