Análise – Funk of Titans

Sendo Funk of Titans um jogo algo complicado de descrever vou começar pela história: O Deus Grego Zeus impingiu-nos a tarefa de derrotar os antigos Titãs de Música Pop, Rap e Rock usando a nosso próprio estilo de “Funk-Fu”. Para completarmos esta tarefa temos de correr automaticamente (sim, o personagem corre sozinho) e saltar por diversos níveis apanhando discos de vinil. Pelo caminho por vezes encontramos uma espécie de Hércules entre outros personagens típicos da mitologia e se tivermos sorte e destreza suficiente de encontrar uma estátua de Pégaso podemos ganhar ainda mais discos numa fase de bónus no final de cada nível.

Basicamente os discos de vinil servem para comprar adereços para o nosso personagem tais como chapéus, roupas,  ou objetos estranhos para atacar os inimigos com estilo. À primeira vista parece a base para um jogo fantástico e que eventualmente ficaria na memória de qualquer um que o jogue no entanto não é o caso e acaba por se tornar apenas uma boa receita que acaba por ficar mal confeccionada. Para começar, o jogo é de movimento automático. Isso quer dizer que o personagem corre sozinho e apenas temos de carregar nos botões para saltar ou atacar de maneira precisa quando necessário.

Apanhar discos. Nem temos de mover o personagem.

É-nos dada a possibilidade de escolha de várias diferentes caminhos a levar para completar os níveis, sendo que, alguns desses caminhos só serão descobertos com um salto mais tardio ou ativação de um botão em outra plataforma. Estes caminhos secundários levam a mais discos de vinil ou simplesmente são atalhos para terminar mais rápido. Não existem pontos de checkpoint a meio dos níveis isso quer dizer que se morrermos voltamos ao início o que muitas vezes é aborrecedor porém os níveis são algo curtos e não se torna algo demasiado irritante pois o nível de dificuldade é quase inexistente.

O jogo pode-se terminar em um par de horas e até os bosses de final de alguns níveis são relativamente fáceis de derrotar usando alguns botões em eventos quick time. Isto está tão simplificado que quase sempre se consegue, com pouco esforço, derrotá-los com uma pontuação perfeita, incluíndo o último boss do jogo. O jogo além disso é bem mesquinho quase nos “obrigando” a voltar a jogar os níveis para tentar obter as 3 medalhas possíveis de ganhar em cada um deles. Ganhámos uma por completar o nível sem sofrer danos e outra por colecionar 100 discos, ambas relativamente fáceis de obter. A terceira medalha requere que apanhemos a estátua do Pégaso o que é um pouco mais complicado pois envolve experimentação e erro. Só temos uma oportunidade de apanhar a dita estátua e se falhamos temos de repetir o nível. Ainda por cima algumas estão escondidas atrás de portas que só podem ser abertas com específicos tipos de armas.

Graficamente… telemóvel.

No nível de bónus estamos em cima de um Pégaso e tentamos apanhar mais discos. Ao estilo de Flappy Bird carregamos no botão A para continuar a voar e subir mais ou o soltamos para descer. Sim, é assim tão simples. Se tudo isto soa algo aborrecido que tal descobrir que, por exemplo, podemos desbloquear caminhos múltiplos no mapa de mundo que nos permite “saltar” 5 níveis e que após passar 2 ou 3 níveis temos de voltar atrás na mesma porque somos obrigados a jogá-los na mesma para podermos progredir? Ou que podemos aumentar o nosso nosso “nível de herói”, que desbloqueia novas armas e fatos, mas para isso temos de literalmente perder ou levar danos na lista de tarefas a fazer?

Todos estes factores não são ajudados pelo facto do jogo nem correr na melhor das suavidades a meio da ação do jogo e nas falhas gráficas onde o mesmo tenta com pouco sucesso manter os frames altos. Porém talvez a maior falha é o quão… normal o jogo é. O ambiente e história do jogo leva-nos a crer que vamos jogar algo cheio de diversão humorística e musical e com alguns clichés agradáveis. No entanto o produto final deixa-nos um amargo na boca por tratar-se de um jogo como vemos ás dezenas serem jogados em smartphones. Do tipo “toma uma personagem de afro, uns quantos níveis, apanhas moedas por vários níveis com 3 mundos diferentes mas com diferentes cores e tenta obter 3 medalhas nos níveis todos”.

 

Opinião final:

A desilusão começa logo nos primeiros passos da nossa personagem. Assim de repente começa a correr e ainda nem mexi no comando. E com o nome do jogo ao implicar algum teor musical esperamos ver algo mais sobre esse tema mas não. Coleccionamos discos de vinil, falamos com algumas personagens tipo Aretha Franklin e os bosses de final de nível são baseados em alguns estilos de música e ficamos por ai. Nem o ambiente e os gráficos do jogo, nem a música muda conforme os níveis ou os bosses. Dado que o progresso da personagem é controlado pelo próprio jogo ficamos sempre com a sensação que mais poderia ter sido feito. Muito mais. Simplesmente o jogo muito mais se adequava a plataformas móveis e trata-se de algo que os jogadores de consolas não estarão habituados a jogar nas suas máquinas. Pode divertir um pouco mas apenas em sessões curtas, atenção, não é um jogo terrível, apenas tem muito pouca profundidade e repetitivo e sendo assim é-me complicado conseguir recomendar um jogo assim ao preço pedido.

O que gostamos:

  • Divertido em curtas sessões;
  • Nada mau para jogadores de telemóveis.

O que não gostamos:

  • Muito repetitivo;
  • Incrivelmente simples e sem profundidadee;
  • Não justifica, de longe, o preço pedido.

 

Nota: 4/10