Análise – Guns, Gore and Cannoli

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Admito que só soube da existência deste jogo há poucas semanas. GGC (Guns, Gore and Cannoli) é um daqueles jogos indie que podem passar perfeitamente despercebidos até quase data do seu lançamento, apesar de já existir versão PC. Desta feita o jogo foi convertido para as consolas, sendo lançado primeiro na Xbox One e, eventualmente mais tarde na Playstation 4. A Crazy Monkey Studios traz-nos com GGC um jogo que desafia um pouco o convencional com um cenário ligeiramente diferente do normal mas será que consegue ser realmente diferente?

E então o jogo é sobre o quê? Imaginem a série, a cinematográfica “O Padrinho”, misturada com o clássico das arcadas Metal Slug juntamente com uma pitada (grande!) de zombies. Nada? Pois o jogo tem o formato típico 2D de plataformas onde corremos e saltamos e temos ao nosso dispor um arsenal de armas para despacharmos os inimigos que ousem tentar impedir o nosso progresso. A parte de o Padrinho e dos zombies passaremos a explicar já de seguida.

Cooperativamente o caos é multiplicado mas também o divertimento.

O jogo é passado na famosa época dos gangsters, mais precisamente na década de 1920 onde o nosso protagonista, Vinnie Cannoli (pois…) tendo recebido ordens diretas dos seus patrões, a família Beluccio, tem de atravessar a cidade infestada de zombies e gangsters rivais à procura de um membro importante da sua máfia. É a partir daí então, e usando a típica narrativa e voz alusiva à época, que iniciamos o jogo com o personagem pouco sabendo do que estava a acontecer.

Temos aqui então uma mistura de jogo clássico de tiros em 2D com zombies mas passado numa época não muito explorada da década de 1920. Temos ao nosso dispor inicialmente uma mísera pistolinha, que, apesar de início parecer mais que suficiente para despachar os primeiros inimigos, depressa chegamos à conclusão que é completamente inútil após começarmos a apanhar armas mais poderosas tais como a caçadeira ou metralhadora “Tommy”.

Muitas vezes somos rodeados de mortos-vivos.

O jogo tem um visual bastante atrativo sendo todas as personagens e cenários desenhados à mão. Isto confere um aspeto ao estilo de “cartoon” além de também permitir bons pequenos detalhes. Devido a isto nota-se uma animação fluída e cenários vistosos e boa imersão com os carros, ruas e estabelecimentos “duvidosos”. Sendo um jogo que inclui zombies também não podiam faltar os litros de sangue e algum caos à mistura com explosões frequentes. Em raras ocasiões nota-se algum ligeiro arrastamento nos momentos mais caóticos.

Outro aspeto em que o jogo brilha é no áudio. É curioso que não era de esperar que um jogo indie tal acontecesse mas o trabalho de voz dos atores tem qualidade, especialmente do narrador, com o típico sotaque italo-americano que tanto caracteriza os gangsters. A nível musical estamos também perante outra agradável surpresa pois temos alguns temas bastante interessantes ao longo de todo o jogo incluindo mesmo alguns reconhecíveis.

Até tem uma história interessante mas peca pela ausência de modos online.

Apesar do controlo da personagem ser fluído e fácil existem alguns pormenores que acabam por influenciar um pouco na forma que jogamos. Em primeiro lugar é o facto de que apesar da jogabilidade muito semelhante a Metal Slug e da natureza algo vertical (plataformas) do jogo a nossa personagem muitas vezes confronta-se com inimigos que estão acima ou abaixo da sua posição, pelo torna-se estranho não podermos disparar nessas direções, ou seja, só disparamos para a esquerda ou direita. Isto é algo estranho inicial porém depois acabamos por nos habituar. Outra é de termos de saltar para poder subir escadas ao invés de apontar o stick direcional na diagonal.

É possível jogar cooperativamente com até quatro jogadores localmente e até temos à disposição um modo versus para o mesmo número de jogadores com várias zonas à escolha. Não existe qualquer modo online pelo que acaba por se tornar um ponto negativo pois seria muito interessante poder jogar com amigos através do LIVE. Os modos estão lá, porque não implementar o online? Acaba por desapontar bastante pois as possibilidades seriam bastante interessantes. Após terminar o jogo também não há muito incentivo em voltar a não ser para jogar com alguém e também apesar de ser um jogo muito divertido.

Explosões como esta são frequentes graças à bazuca.

Opinião final:

Um jogo muito divertido e agradável que apela à nostalgia dos jogos de arcadas e com a novidade de misturar gangsters e zombies no mesmo universo. O teor cómico ao longo do mesmo está bem conseguido com algumas falas reconhecíveis e pequenos Easter Eggs alusivos a filmes e à época mencionada que tornam o jogo bastante agradável e entretido, no entanto o modo que o torna ainda mais interessante acaba por ser o seu “Calcanhar de Aquilhes”: os modos multijogador só podem ser jogados localmente retirando qualquer atividade online ao jogo e assim também alguma valorização ao preço pedido apesar de algo baixo.

O que gostamos:

  • Gráficos desenhados à mão com visual muito interessante;
  • Bom desempenho de voz e banda sonora;
  • Muito divertido jogar com amigos.

O que não gostamos:

  • Jogabilidade algo estranha de início e alguns controles de progredir no cenário;
  • Ausência total de qualquer modo online é muito desapontante.

Nota: 8/10