Análise – Killzone Shadow Fall

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Aproveitando a semana de multiplayer gratuito e os recentes anúncios de adiamentos de vários jogos para a PS4, o Portugal Gamers resolveu voltar a pegar num dos títulos de lançamento para a nova consola da Sony e explicar-vos o porquê de todos aqueles que têm uma PS4 terem que obrigatoriamente jogar pelo menos uma vez na vida Killzone Shadow Fall.

Shadow Fall, foi um dos jogos mais vendidos durante o lançamento da PS4, em grande parte devido ao bundle existente, e apesar de não se encontrar na mesma liga que jogos como Ghosts ou Battlefield 4, não deixa de ser um shooter que todos os fãs do género devem experimentar pelo menos uma vez na vida.

Utilizado como showcase da tecnologia utilizada na ps4, Shadow Fall é um festim visual de gráficos e efeitos especiais, se bem que por vezes se note ainda alguma falta de maturidade a nível gráfico, mas que não deixa de ser uma visão de futuro daquilo que podemos esperar, não só da PS4, mas também desta nova geração de consolas.

Hoje em dia aqueles que ainda não o jogaram, poucos provavelmente, poderão adquiri-lo facilmente através das diversas promoções digitais ou mesmo no mercado de usados a preços bastante competitivos, se tivermos em conta os praticados nesta nova geração. Pois, como já afirmámos, a sua utilização como bundle em diversas consolas PS4 contribuiu em grande parte para a sua massificação de vendas e a conseguinte baixa repentina de preço.

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A história de Killzone Shadow Fall, continua após os eventos finais de Killzone 3, que por motivos de spoiler não os mencionaremos aqui, mas podemos afirmar que muito mudou em relação à entrega anterior. A balança de poder entre os Vektan e Helghast alterou-se consideravelmente o que por sua vez alterou por completo a dinâmica da história, agora muito mais focada num ambiente de “batalhas politica” (e não só), do que um cenário hostil de guerra aberta e destruição maciça.

Sem querer entrar muito pelo enredo primário, imaginem um cenário futurista onde os eventos ocorridos fazem facilmente lembrar o período de divisão da Alemanha pelo muro de Berlim, onde num lado temos os Vekta e do outro os Helghast, escorraçados do seu planeta mãe.

Confuso? Parece ser, mas após a introdução com que somos brindados durante o primeiro capitulo do jogo, tudo acaba por fazer sentido e esta analogia assenta que nem uma luva. Aliás para os fãs da saga, estas analogias serão bastante fáceis de entender.

É com base nesta a premissa que a história do jogo se desenrola, como seria de esperar os temperamentos de ambos os lados detrioraram-se com o passar do tempo e estão prestes a atingir um ponto critico, os ataques de ambos os lados (tanto políticos como de guerrilha) têm vindo a aumentar e o frágil equilíbrio de poder está prestes a pender para um dos lados.

Somos Lucas Kellen, um Shadow Marshall, um ramo para-militar especializado tal como os fuzileiros ou os marines nos EUADepois de uma breve introdução, onde assistimos ao desenrolar dos eventos que antecedem a entrada e graduação de Lucas da Academia dos ISA, somos lançados à acção após um ataque das forças revolucionárias Helghast a um alvo civil. Como não podia deixar de ser, Lucas é o militar prodígio da Academia. Acarinhado pelo seu mentor, o responsável máximo pela Academia ISA, é desde tenra idade um dos mais brilhantes alunos e aquele que é apontado como o melhor Shadow Marshall de sempre. Que terá que lutar contra inimigos que recorrem a todo o tipo de tácticas de guerra, incluindo as politicas, para tentar virar a balança de poder a seu favor.

Em termos de cenários podemos afirmar que esta mudança radical de ambiente contribuiu bastante para uma nova lufada de ar fresco em torno desta história, mas que não se deixa esconder pelo seu argumento por vezes demasiado simplista e inconsequente. 

Genérico é também, por vezes, o voice-acting usado no jogo, falamos apenas na versão inglesa e ao mesmo tempo relembramos que a versão integral do jogo em português também se encontra disponível.

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As vozes das personagens descolam-se da situação em que o jogador se encontra, contribuindo negativamente para o aumento do sentimento de distanciamento entre o jogador e os eventos que se desenrolam no ecrã. Gostaríamos de ter visto um pouco mais de cuidado neste aspecto, sendo que é um dos que mais contribui para uma maior imersão na história de um videojogo.

Continuando ainda no aspecto áudio, a sonoplastia está bastante boa, os sons ambientes e as musicas que acompanham determinados eventos estão em par com as entregas anteriores da saga, levando assim o jogador a minimizar o trabalho não tão cuidado no que diz respeito ao voice-acting.

Em termos de controlos, Killzone Shadow Fall joga-se mais facilmente que os seus antecessores. Os comandos respondem bem e o movimento da personagem é agora muito mais rápido e preciso que as entregas anteriores. Muito em parte, obviamente dado à excelente utilização do Dualshock 4 e aos seu painel táctil, que gostaríamos de ter visto um pouco mais desenvolvido, talvez com mais habilidades ou uma utilização ainda mais frequente, visto que a única utilização deste diz respeito apenas às habilidades do nosso robot de apoio O.W.L..

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A inteligência artificial encontra-se implementada q.b. sendo que em alguns pontos específicos sofre de algumas limitações a nível de detecção e progressão no terreno. Por vezes demos por nós numa troca de tiros sem que houvesse progressão por parte dos nossos inimigos ou mesmo sequer uma tentativa de flanqueamento por parte destes. Algo que nos deixou um pouco desapontados, pois os outros jogos rivais de Killzone contém uma IA mais bem implementada não sofrendo destes problemas.

Graficamente, como mencionamos anteriormente, Killzone é uma regalia para os olhos. Os cenários estão extremamente detalhados com efeitos especiais nunca antes vistos nas gerações anteriores, mas deixando por vezes transparecer alguma falta de maturidade na tecnologia usada. Queremos com isto dizer que, por vezes notámos alguns frame-drops enquanto jogávamos, uma situação um pouco desapontante, mas em parte compreensível pois a familiarização com uma nova arquitectura e SDK leva algum tempo a ocorrer, mesmo para um estúdio como a Guerrilla Games. Esperamos que no futuro, com o amadurecimento desta nova plataforma, problemas destes sejam facilmente resolvíveis em prol de uma experiência única proporcionada ao jogador.

Mas atenção, não estamos com isto a dizer que estas situações são recorrentes em Killzone Shadow Fall ou que este deixa transparecer a imagem de um produto feito à pressa, exclusivamente feito para acompanhar o lançamento de uma nova consola. Simplesmente fomos apanhados de surpresa, pois não esperávamos este tipo de ocorrências num jogo de lançamento de uma nova plataforma, , mas em como tudo na vida, nada é perfeito.

No que diz respeito à componente multiplayer, Killzone é a partida o outsider desta nova geração, dominada inevitavelmente pelos dois pesos pesados Ghosts e Battlefield 4.

As Warzones continuam presentes, e para aqueles que entram em contacto com este universo pela primeira vez estas consistem em diversos modos de jogo que vão sendo rodados à medidas em que cada equipa as vai ganhando (ou perdendo) mantendo sempre o mesmo esquadrão intacto, é sem duvida um modo interessante que contribui largamente para uma maior coesão e entrosamento entre esquadrões de jogadores de todo o mundo. Com um total de 10 mapas, e outros tantos modos de jogo, esta rotação poderá fazer com que pareçam poucos mas na realidade não é bem assim, pois os diferentes modos de jogo contribuem para que cada mapa em cada modo de jogo se sinta como um novo mapa. Não esquecendo que a adição de novos mapas e modos de jogo está prometida num futuro próximo, sem duvida uma boa notícia por parte da Guerrilla Games.

Assault, Support e Scout são as três classes presentes neste modo, todas elas personalizáveis com um sem numero de armamento e munição totalmente disponíveis desde o início aos jogadores mais inexperientes.

Mas opções de personalização não se estendem apenas à nossa personagem, para além das Warzones é-nos possível personalizar os mapas onde jogamos de modo a adapta-los ao nosso estilo de jogo, com bastantes variáveis de personalização, nomeadamente a opção de fogo-amigo, armas autorizadas, respawn, etc…

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No futuro, podemos esperar mais deste modo de Killzone, talvez até quem sabe um modo standalone à semelhança de outros jogos, totalmente gratuito. Seria uma mais valia para o universo de Killzone, e traria milhares de fãs para esta saga. Pois as acções recentes da parte da Sony parecem apontar para isso mesmo, e foi pelo fruto dessas mesmas acções que decidimos voltar a pegar no jogo para mais uma ronda de caça a Helghasts.

Em suma, Killzone Shadow Fall é um bom jogo, um shooter sem aspirações a tomar o lugar de outros jogos de referência e por tal facto deve ser julgado perante aquilo que é e não ao que poderia ter vindo a ser. É um bom jogo de lançamento para uma nova consola de uma nova geração, pois em diversos aspectos é um exemplo de tudo que ainda está para vir num futuro a médio prazo.

Mas não é mais do que isso, nós no Portugal Gamers recomendamos a sua compra, mas não a full-price. Se esta review tivesse sido feita aquando do lançamento, aconselharíamos os nossos leitores a esperar por uma baixa de preço que actualmente já aconteceu. Novo, custa nas lojas cerca 40 euros, um preço mais do que adequado para esta entrega. Não é nenhum titã do género no que toca à vertente online, mas é bastante divertido para o jogador casual que goste de trocar uns tiros com outros adversários via PSN Network, e o modo história é cativante o suficiente para que mereça a pena ser jogado pelo menos uma vez.

O que gostamos:

  • Gráficos detalhados;
  • Multiplayer interessante;
  • Disponibilidade da Sony em colocar o multiplayer gratuito por diversas vezes.

O que não gostamos:

  • Ocasionais frame-drops;
  • História demasiado genérica;
  • Voice-acting pouco cuidado.

 

Nota: 7/10