Análise – The Legend of Zelda: Majora’s Mask 3D

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Aquela que é provavelmente a mais misteriosa e diferente entrega no universo de Zelda volta 15 anos depois numa refinada aventura na Nintendo 3DS.

A eterna batalha dos fãs para decidir qual o melhor jogo da saga The Legend of Zelda inclui sempre Majora’s Mask. Um seguimento ao mais popular Ocarina of Time, Majora’s Mask é o jogo que mais se afasta da fórmula original, tendo uma identidade muito própria, que conquistou inúmeros fãs. Inicialmente lançado para a Nintendo 64, podemos dizer que Majora’s Mask superou o teste do tempo, como que se o próprio Link tivesse tocado a sua ocarina para nos trazer uma versão atualizada, melhorada, portátil e em 3D da sua aventura.

A canção do tempo é essencial e uma deleite de ouvir

A canção do tempo é essencial e uma deleite de ouvir.

Majora’s Mask começa logo após os eventos de Ocarina of Time, com Link em busca de novas aventuras. Enquanto vagueia pela floresta dá de caras com o intrigante Skull Kid, que lhe rouba a preciosa ocarina. Link não se dá por vencido e persegue o seu adversário, acabando transformado num deku scrub e perdido numa vila em vias de ser destruída. A história de Majora’s Mask desenrola-se nesta vila, Clock Town, e nos seus arredores, onde Link irá experienciar os 3 dias que faltam até à inevitável destruição uma e outra vez, até conseguir mudar os acontecimentos desencadeados por Skull Kid, munido da máscara de Majora.

O céu vai cair-lhes em cima da cabeça!

O céu vai cair-lhes em cima da cabeça!

Muita da magia de Majora’s Mask está na exploração da vila e dos seus habitantes durante os dias. Apesar de passarmos tanto tempo no mesmo cenário, cada momento consegue ser diferente e a cidade tem uma vida difícil de descrever. Como já devem ter percebido, este é um jogo com um grande foco no tempo, sendo provavelmente o seu maior alicerce. Há eventos que só acontecem a certas horas, as personagens vagueiam pelas ruas a determinadas horas, e conhecer todos os padrões é uma longa e interessante viagem.

O início de Majora’s Mask consegue ser intimidante, principalmente para quem for estranho à série. Para novos jogadores, as mecânicas podem demorar algum tempo a fazer sentido, e aprender e decorar os segredos pode parecer uma tarefa titânica. Numa altura em que já não se vê manuais de jogo com uma zona dedicada a apontamentos, a Nintendo procurou facilitar a experiência, fornecendo uma espécie de diário ao jogador, onde poderá facilmente consultar os dados que for adquirindo, como os horários de certas personagens e códigos de acesso. Outra facilidade de Majora’s Mask 3D face ao original são os vários save points espalhados pelo mapa, facilitando uma tarefa que se podia revelar complicada no original. Um dos argumentos contra a facilidade de guardar o jogo na nova versão é a perda do sentimento de urgência, tão característico de Majora’s Mask, mas é uma função que faz todo o sentido nos dias que correm, e mais ainda numa consola portátil. O sentimento de urgência mantém-se presente, com o relógio sempre a contar no ecrã e o mundo em constante mudança, simplesmente temos a facilidade de fazer sessões de jogo mais curtas se precisarmos.

Esta é a primeira forma alternativa que conhecemos

Esta é a primeira forma alternativa que conhecemos.

Para além das funcionalidades que facilitam a progressão, há ainda várias pequenas melhorias na jogabilidade que melhoram a experiência de Majora’s Mask na Nintendo 3DS. O simples facto de termos dois ecrãs permite que tenhamos sempre o mapa aberto e uma série de atalhos úteis. Trocar de máscara, uma das mecânicas mais essenciais do jogo, é agora tão simples como um clique, enquanto que no original havia uma quebra da ação.

Para quem nunca jogou Majora’s Mask, há uma série de máscaras colecionáveis que permitem mudar características de Link, com as 3 principais a mudarem completamente o aspeto e movimentos do herói. Enquanto que as principais são essenciais à progressão do jogo, os colecionistas não ficarão desapontados com a variedade de máscaras possíveis de encontrar.

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O Skull Kid está sempre pronto a pregar partidas.

Fora das paredes de Clock Town temos um vasto terreno, com caminhos que levam às habituais masmorras, que terão que ser conquistadas para derrotar Skull Kid. As masmorras de Majoras Mask são, discutivelmente, das melhoras de The Legend of Zelda, bem como das mais desafiantes. Com algumas semelhanças a Ocarina of Time, estas ganham mais profundidade com a exploração do uso das máscaras, puzzles inteligentes e ambientes memoráveis.

A nível de apresentação, todos os modelos e texturas foram revistos, proporcionando visuais fiéis ao original, mas que conseguem brilhar no presente. Cores mais vivas e cenários mais ricos, bem como a fantástica banda sonora, tornam Majora’s Mask uma experiência absolutamente imersiva. Os títulos mais complexos na Nintendo 3DS têm mostrado tendência à frequência de frame-drops, mas Majora’s Mask apresenta-se bem otimizado, com uma experiência suave em todo o jogo. Nota positiva para o 3D bem conseguido e pelo qual vale a pena subir o slider.

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O lançamento de Majora’s Mask é também acompanhado da nova revisão da 3DS, a New Nintendo 3DS. Para quem jogar na nova consola, assim como quem tiver um Circle Pad Pro, podem usar o segundo Circle Pad ou C-Stick para controlar a câmara do jogo. Foi algo que não tivemos a oportunidade de experimentar, mas que certamente melhorará a experiência, uma vez que a câmara automática do jogo nem sempre nos acompanha da melhor maneira.

De referir ainda que o jogo não tem localização em português, pelo que os mais novos poderão ter uma dificuldade agravada em perceber a história e objetivos do jogo. Não é nada que tenha parado os fãs no passado, mas ainda assim fica a nota.

 

Opinião final:

The Legend of Zelda: Majora’s Mask 3D é um remake notável de um jogo extraordinário. Com uma série de mudanças que o adaptam aos tempos, acompanhado do encanto do original, este é um título que não vão querer ignorar.

O que gostamos:

  • Diversos melhoramentos relativamente ao original;
  • Todo o ambiente, desde os cenários à música;
  • Uma pequena cidade com tanta vida e tanto por descobrir;
  • O sentido de urgência durante as sessões de jogo;
  • Adaptação exemplar às funcionalidades da 3DS.

O que não gostamos:

  • A falta de conteúdo pode-se notar (apenas 4 masmorras, as repetições).

Nota: 9/10

 The Legend of Zelda: Majora’s Mask já está disponível em Portugal, em exclusivo para a Nintendo 3DS, nas lojas e na Nintendo eShop por 44.99€.