Análise – Mario Party: Star Rush

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Quando pensamos em Mario Party, pensamos em consolas caseiras, em amigos de volta da televisão… numa festa, basicamente. Portanto, não vos vou mentir e dizer que não estranhei esta decisão da Nintendo de lançar um título da série para a sua consola portátil. Star Rush não só não é o primeiro jogo a ser lançado esta geração, como também não é o primeiro título para a 3DS – que teve uma receção, no mínimo, “morna”.

Para colmatar o facto óbvio de um party game não funcionar tão bem em portáteis, a Nintendo decidiu proporcionar a oportunidade de jogarem com amigos e estará disponível na eShop uma aplicação que permitirá que qualquer pessoa possa desfrutar do jogo em modo multijogador, desde que um dos participantes tenha uma cópia completa do jogo. Adicionalmente, existe a opção de Download Play. Deste modo, a Nintendo pretende assegurar que um grupo de amigos consiga ter acesso à experiência sem a necessidade de todos terem uma cópia do jogo. Ainda assim, chamem-me cética, mas não considero ser grande substituto para a experiência partilhada numa televisão. Mario Party vive do facto de ser, efetivamente, um jogo de festa e a mesma sensação não é transmitida quando estamos a utilizar consolas portáteis, com cada um a olhar para o seu ecrã.

Quando os Toads se põem a competir, é a loucura!

Quando os Toads se põem a competir, é a loucura!

Opinião pessoal à parte, tecnicamente não existe muito a apontar a Star Rush, na medida em que de facto a Nintendo tentou resolver um problema inerente ao lançamento deste tipo de jogos para portáteis. E, no fundo, o que interessa é o conteúdo oferecido. Podemos até ter uma experiência que envolva todos os elementos do grupo, a olhar para o mesmo ecrã ou ecrãs diferentes, mas se o conteúdo oferecido for fraco, de nada serve a interactividade entre os jogadores. E aqui, felizmente, Star Rush consegue destacar-se pela positiva.

Ao iniciarmos o jogo, encontramos um Toad numa praça que nos dá acesso às diversas modalidades de jogo. Na galeria, podem verificar quais as personagens já desbloqueadas e ainda as que estão ainda por desbloquear. Mas na verdade o que interessa é a jogatana, portanto vamos a isso!

No modo Toads ao Molho (todos ao molho, percebem, eh eh?) selecionam o vosso Toad e o mundo onde se querem aventurar, competindo com os vossos adversários por moedas e estrelas. Neste modo, rolam o dado para saber quantos espaços podem mover a vossa personagem e eventualmente defrontarão um boss – não diretamente – tentando derrotá-lo através de mini-jogos. Os níveis de dificuldade são variados, de acordo com cada mundo que selecionarem. Caso derrotem um boss, poderá surgir outro, assim como aliados, bastando passar pela casa destes últimos para os selecionarem. Mas tenham cuidado, caso se cruzem com um adversário, podem debater-se num duelo de Aliados! Típico, a fazerem com que os outros trabalhem por vocês!

Podem contar com aliados como Yoshi para se juntarem à festa.

Podem contar com aliados como Yoshi para se juntarem à festa.

No Moedatlo podem escolher uma das personagens disponíveis e, tal como o nome indica, entram numa corrida para ganhar o maior número de moedas. As personagens competem numa espécie de circuito de corrida/tabuleiro de jogo e o jogador terá que tomar partido de mini-jogos frenéticos para dar o seu melhor e fazer com que a sua personagem avance. Mas cuidado, volta e meia aparece o Bowser, como é normal, para estragar os planos e, se não se safarem, poderão ter de retroceder casas!

Finalmente, no modo Papa-Balões temos algo similar ao Toads ao Molho, mas num tabuleiro mais pequeno, encorajando os jogadores a encontrarem-se e fazerem duelos, enquanto tentam adquirir o maior número de moedas possível. Aqui podem ter a certeza que vão ter a possibilidade de jogar todos os mini-jogos e mais alguns que quiserem – e à medida que os forem jogando, vão os desbloqueando, podendo depois jogá-los sempre que quiserem.

No Puzzle do Bu temos uma espécie de jogo de 3 em linha (horizontal ou vertical) mas onde têm de girar blocos para obterem os números pretendidos. Caso consigam fazer conjuntos, isto fará com que o vosso adversário fique com mais blocos, perdendo aquele que deixar que os blocos cheguem até ao topo do ecrã.
Na Torre do Desafio, o objetivo é escalarem uma torre, evitando os perigos que a permeiam. Com muitas armadilhas à espreita, os blocos por onde podem escalar vão-vos dando pistas sobre quais os blocos circundantes que possuem armadilhas, para que as possam evitar. Este modo é, na sua essência, uma espécie de Minesweeper adaptado ao mundo de Mario.

As lutas de bosses podem incluir apenas dar uns toques de músicos.... lutar é que não!

As lutas de bosses podem incluir apenas dar uns toques de músicos…. lutar é que não!

Novamente buscando inspiração a jogos já existentes, temos o Gamão do Mario. Com duas equipas de três personagens, Star Rush tenta introduzir aqui uma espécie de estratégia. Lançamos o dado, avançamos casas e tentamos acertar nas que nos dão benefícios e evitar as que são perigosas para o nosso progresso. Finalmente, temos o Recital Rítmico. Se achavam que o que faltava em Star Rush era música, aqui a têm. Neste modo, o jogador forma uma pequena orquestra e o que aqui temos é um jogo rítmico para tocar alguns temas icónicos do universo Mario.

Os três primeiros e principais modos são bastante mais interessantes e alguns dos acima referidos, como o Gamão e o Recital Rítmico acabam por parecer que foram introduzidos apenas para encher e existir conteúdo. Enquanto que provavelmente irão jogar Toads ao Molho diversas vezes, o mesmo não se pode dizer do Recital Rítmico.
Podem ainda simplesmente escolher um mini-jogo e praticar as vossas habilidades, sendo que, à medida que vão avançando, vão desbloqueando mais mini-jogos e mais personagens, libertando assim conteúdo adicional para muitas partidas a solo ou com amigos.

O que não falta em Star Rush é conteúdo e mais conteúdo, algum melhor do que outro, mas, o que vale é que com tanta coisa para fazer o poder de escolha é maior e faz com que a experiência seja sempre divertida, uma vez que nunca existe a obrigação de participar em mini-jogos que sejam menos bons. Com a adição da possibilidade de partidas com outros jogadores, Star Rush elevou-se acima dos outros títulos da série já lançados para as portáteis da Nintendo, proporcionando uma boa alternativa a quem tinha interesse num destes títulos, mas não o queria adquirir para a WiiU. E se ainda têm dúvidas, aqui fica o trailer de lançamento para vos abrir o apetite:

Opinião final:

Apesar de um Mario Party numa portátil não me convencer, não posso negar que Star Rush é um jogo competente e divertido, de tal forma que adorava poder vê-lo numa Wii U ao invés da 3DS. De todo o modo, e como já temos Mario Party 10, a Nintendo deu o seu melhor para que os jogadores não ficassem limitados à experiência a solo e pudessem partilhar o jogo com os seus amigos. O que acabamos aqui por ter é uma experiência divertida que apenas peca pela plataforma em que se insere, mas a Nintendo provou mais uma vez a sua mestria em jogos cujo objetivo passa por juntar um grupo de amigos e pô-los em competição acérrima.

O que gostamos:

  • Modo Moedatlo bastante frenético e divertido;
  • Boa solução apresentada pela Nintendo para facilitar o modo multijogador.

O que não gostamos:

  • Mario Party numa consola portátil… sim, continua sem me convencer;
  • Alguns dos modos parecem não passar de palha para adicionar conteúdo.

Nota: 7/10