Análise – Othello (Switch)

Antes de começar a análise, vale a pena esclarecer que não, Othello não é a peça de teatro de Shakespeare. É mesmo aquele jogo de tabuleiro que todos já conhecemos, seja por este nome, seja por Reversi.

Disponível já desde o lançamento da Switch, a 3 de março, Othello está para a nova consola da Nintendo como o jogo de Xadrez está para o Windows, com a única diferença de que nesta última plataforma Xadrez já vem incluído, de forma gratuita, enquanto que terão de pagar 4.99€ na eShop caso queiram jogar este título da Arc System Works.

Quanto ao jogo em si, pouco há a dizer. Trata-se da clássica experiência com que todos já tivemos contacto numa ou noutra plataforma, numa ou noutra circunstância. Um tabuleiro com 8 linhas e 8 colunas apresenta-se inicialmente com 4 peças (duas de cada cor: branca e preta) no centro e a partir daqui temos de colocar as nossas peças em ambos os lados das do adversário, para assim conseguirmos torná-las em peças da nossa cor. No final, ganha quem tiver mais peças da sua cor quando o tabuleiro estiver preenchido.

Embora possa não parecer, diria que as brancas estão em vantagem.

Embora as suas regras sejam de facto bastante simples, o jogo não é, de todo, nada simples, tratando-se na verdade de um dos jogos matemáticos mais complexos existentes, devido à grande diversidade de opções disponíveis em cada momento e devido às estratégias envolvidas. Por exemplo, os cantos são um elemento fulcral do jogo, pois a partir dele dá para “transformar” várias peças do adversário, sem o risco de perderem esse mesmo canto (pois o adversário não pode apanhar essa peça).

Como deverão estar a imaginar, neste jogo temos a opção de jogar tanto contra o computador (que tem 15 níveis de dificuldade) como contra amigos, num modo multijogador local. Infelizmente, no entanto, não existe opção de jogar com outras pessoas através da rede, o que acaba por ser bastante limitante num jogo em que o modo online seria um claro ponto positivo.

Podem escolher o sistema de controlos quando jogam com amigos.

Para além desta ausência, Othello não é um jogo muito rico em conteúdo, mesmo para o preço pedido por ele na eShop. Tirando estes modos que descrevi muito brevemente, Othello não tem mais qualquer conteúdo, nem mesmo extras triviais que nos permitissem mudar as cores e/ou padrões das peças… nada.

Isto reforça a ideia que já deixei expressa de que Othello é um pouco como o Xadrez do Windows, tratando-se de um jogo bastante simples e tendo, tal como este, apenas o modo multijogador local e a opção de competir contra o computador. O que, por 4.99€, e tendo em comparação jogos como o recém-analisado Bye-Bye BoxBoy!, não parece ser suficiente.

Opinião final:

Com jogos como The Legend of Zelda: Breath of the Wild, I am Setsuna e outros já disponíveis para a Nintendo Switch, a não ser que tenham um especial interesse por este clássico jogo de tabuleiro, talvez fosse preferível aguardarem por uma descida de preço ou então apostarem noutros jogos engraçados que vão saindo na loja digital da Nintendo. E isto porque, embora não tenha problemas técnicos ou algo do género, Othello é um jogo que arrisca pouco, oferecendo pouco conteúdo, mesmo para os 4.99€ pedidos na eShop.

Do que gostamos:

  • Experiência clássica de Reversi;
  • Divertido e desafiante, quer em modo a solo como em modo multijogador local.

Do que não gostamos:

  • Ausência de modo online;
  • Falta de conteúdo, como extras (mesmo que meramente estéticos).

Nota: 6/10