Análise – PaRappa The Rapper Remastered

PaRappa The Rapper foi lançado originalmente na PlayStation 1 em 1996 no Japão e 1997 na Europa, e foi desde logo considerado como um jogo de música bastante original e altamente divertido. Passado 20 anos, a Sony decidiu remasterizar esse clássico e lança-lo para a PlayStation 4. Há certamente muitos jogadores que nunca o jogaram, e uns tantos que provavelmente nunca ouviram falar do jogo, pelo que a Sony dá a essas pessoas uma grande oportunidade para o jogarem. No entanto será que o jogo resistiu ao tempo e será que é uma boa remasterização?

Antes de tocar nessas questões, gostaria de falar brevemente na história. PaRappa é uma personagem de papel e o protagonista do jogo, que está apaixonado por uma rapariga-flor chamada de Sunny Funny. Sentindo-se “ameaçado” por Joe Chin, um cão rico e com estilo que tenta impressionar Sunny Funny, PaRappa fará de tudo para impressionar ainda mais Sunny Funny, começando por ir a um Dojo para aprender a lutar Kung-Fu e depois tirar a carta de condução.

A cada desafio, PaRappa diz a ele próprio “I Gotta Believe”. Algo simples, mas com grande significado, pois o jogo transmite-nos a mensagem de que ao acreditarmos em nós próprios, conseguimos alcançar os nossos objectivos. A história pode ser simples e não ser propriamente surpreendente, mas dentro do que propõe é convincente e dá uma razão para continuar a jogar.

No que toca à jogabilidade, é bastante simples. Aparece um tipo de barra com os botões em que tem que se carregar e tem que se clicar nesses mesmos botões dentro de um determinado timing. E é aqui que começam a aparecer alguns problemas, um deles mais grave do que o outro. É desde logo percetível que a mecânica de jogabilidade é antiquada e ultrapassada para os dias de hoje, no entanto o que é pior é quando se chega a meio do jogo. O ritmo começa a ser muito maior, com mais botões a aparecerem e com um timing muito apertado, e mesmo que se clique em todos os botões e se acerte no timing, de alguma forma a performance do PaRappa desce, como se o jogo não tivesse reconhecido que se clicou naqueles botões no timing certo. Ou seja, há um problema de sincronização, o que torna alguns níveis bastante frustrantes.

Apesar disso, há que referir que as músicas são bastante agradáveis de se ouvir. PaRappa The Rapper é um jogo bastante descontraído, com um tom e arte original. A remasterização melhora essa arte, pois remove grande parte de desfoco do jogo original e as sequências em si correm mais fluidamente, no entanto isso é o que se espera de uma remasterização. Não há nada mais a destacar nesse aspecto, e infelizmente ainda se nota algum desfoco em algumas cenas. Apesar de no geral melhorar no aspecto gráfico em comparação com a versão PlayStation 1, visualmente nunca chega a surpreender, sentindo-se que podia ter sido feito mais e melhor.

Em forma de conclusão, o jogo não envelheceu bem e tem algumas falhas que hoje em dia são difíceis de engolir, no entanto PaRappa The Rapper não deixa de ser um grande clássico da PlayStation 1, um jogo original e até mesmo interessante. Se nunca tiveram a oportunidade de o jogar e se gostam do género, vale a pena jogar a versão remasterizada, no entanto se já jogaram o original, não há nenhum conteúdo novo que incentive a jogar o remaster, a não ser que tenham muitas saudades de jogar PaRappa The Rapper, pois nesse caso já vale a pena.

Do que gostamos:

  • Músicas agradáveis de se ouvir;
  • Grafismo melhorado;
  • Mensagem positiva que o jogo transmite.

Do que não gostamos:

  • Não há conteúdos novos;
  • Apesar das melhorias gráficas, ainda há certas zonas do jogo desfocadas;
  • Problemas de sincronização nos controlos.

    Nota: 6,5/10