Análise – Spareware

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Os jogos indie continuam com força nas consolas de nova geração e parece que realmente vieram para ficar. A Rusto Games com este Spareware traz-nos um jogo que tenta destacar-se um pouco da multidão introduzindo alguns elementos em sintonia. A Rusto Games provém de um começo em jogos mobile algo discretos mas que providenciaram o suficiente para eventualmente apostarem em voos mais altos. Foi o caso deste Spareware, um jogo aceite no programa ID@Xbox que agora ve a luz do dia após dedicação total do estúdio. Será que conseguiram algo mais do que os seus discretos projetos iniciais?

Spareware é um jogo de tiros cooperativo de perspetiva aérea onde controlamos robôs, em uma versão futurista da cidade de Helsínquia, onde lutamos contra as forças humanas totalmente iludidas para chegar ao centro onde temos de defender os cidadãos do poder manipulativo de Vote. Antes de cada nível podemos customizar as peças que queremos usar em combate podendo usar variações de: braços, pernas, torso, e cabeça bem como – após as desbloquear – ativar habilidades que ao serem usadas durante o jogo precisam de algum tempo de recuperação.

De início não temos muita escolha nas armas e equipamento.

Os níveis são construídos através de programação procedural o que causa com que visitemos níveis sempre diferentes em termos de disposição de estradas, edifícios e adereços, o que é bom pois confere um pouco de variedade apesar de visualmente a situação ser completamente o contrário, mas mais sobre isso daqui a pouco. O jogo pode ser jogado a sós, claro, ou até quatro jogadores localmente fazendo jus ao género que pretende que é o cooperativo. À medida que completamos níveis ganhamos células que nos permitem adicionar ou trocar as peças do nosso robô. Temos de aplicar alguma gestão pois quando morremos perdemos tudo e se não temos células suficientes poderá ser mesmo o final do jogo.

Apesar dos níveis serem construídos gradualmente como já mencionado, a nível visual é um jogo algo simplificado apesar de muitas vezes vermos montes de inimigos e explosões ou tiros. As ruas e os edifícios parem sempre os mesmo apenas dispostos de maneiras diferentes e até os próprios personagens não dispõem de muita personalidade sendo eles, tantos os inimigos como os nossos robôs, bem simplificados, claramente não puxando propriamente pelo poder da consola. Apesar disso não é do pior que já vimos na consola da Microsoft.

Uma das melhores e mais divertidas armas.

Na maior parte do tempo iremos estar a ouvir explosões e tiros porque vozes são quase inexistentes e, sinceramente, a música é muito esquecível. De facto sonoramente é talvez um dos aspectos menos bem conseguidos do jogo. Ao menos a música tem a opção de ser desligada por isso menos mal. O jogo é no entanto entusiasmante pois queremos avançar cada vez mais para desbloquear uma arma ou habilidade nova e tentar progredir sempre mais um pouco. Muita atenção que não é um passeio de domingo pois o nível de dificuldade é um pouco elevado e temos de ter muito cuidado pois pode acontecer perdermos e não tendo as tais células para recuperar temos de começar tudo de novo.

Outro aspecto muito importante é que, como qualquer jogo do género, sendo jogado acompanhado sempre tem mais piada. Mesmo assim este até quase pode ser considerado uma exceção à regra pois há algo que o impede de realmente ser extremamente divertido. E isso é o fogo amigável que está sempre presente e não pode ser desligado. Ora, a ser jogado com quatro pessoas, cada um com a possibilidade de ter dois tipos de tiros diferentes (um para cada braço) e uma multidão de inimigos que nos é atirada acaba por (quase) sempre dar em mortes inadvertidas o que é algo frustrante. Podemos dizer que talvez o número ideal para o jogo são dois jogadores. Mais que isso e vamos morrer mais vezes por causa dos amigos do que propriamente por fogo inimigo.

Momentos caóticos como este significam ou muita coordenação ou mortes por fogo amigável.

Opinião final:

Spareware consegue ser bem entretido após a pouca explicação inicial do que raios está a se passar e quando conseguimos entender o sistema de progressão e de customização utilizando as células. Exige alguma estratégia e também reflexos dos jogadores apesar de poder ser jogado até quatro jogadores, o ideal serão apenas dois, pois o caos de tiros e explosões irá causar muitas mortes, e quiçá, discussões e frustrações. Fora isso, pelo preço pedido temos aqui um jogo interessante que não se trata de apenas dar tiros e esquecer. E com a promessa da Rusto Games de conteúdo extra futuro tal como modos jogador contra jogador e novas cidades ainda o torna mais interessante.

O que gostamos:

  • Controlo fluído e fácil do personagem;
  • Elementos leves de RPG com a customização de novas peças e habilidades;
  • Níveis procedurais significam que nunca visitaremos o mesmo nível 2 vezes.

O que não gostamos:

  • Visuais poderiam ter sido melhor trabalhados;
  • A nível auditivo realmente não é nada de especial;
  • Fogo amigável impossível de desligar significa muita frustração especialmente jogado a quatro.

Nota: 7/10