Análise – Super Mario Odyssey

Existem jogos que marcam gerações, jogos que inspiram e que nos fazem sonhar com os mundos incríveis que podemos explorar e aventurar-nos, e jogos que são o resultado de gerações de amadurecimento de conceitos e de ideias, aperfeiçoados até ao seu expoente máximo.

O novo expoente máximo dos videojogos sai a 27 de Outubro e seu nome é Super Mario Odyssey!

Finalmente chegou o dia! Encontramo-nos naquela altura especial em que uma nova consola da Nintendo é agraciada com a edição mais recente do Super Mario! Não tivemos de esperar muito no caso da Nintendo Switch, pois a consola ainda foi lançada em Março deste ano. É claro que Super Mario Odyssey já estava em desenvolvimento no final de 2013 e não será errado dizer, que na verdade, Odyssey, da forma como reformula muitos dos elementos clássicos que já conhecemos da franquia, implementado os mesmos de uma forma fresca e inovadora, é o resultado de um amadurecer de conceitos numa união perfeita com algumas ideias novas. Tentem compreender que o nosso objetivo é analisar o jogo e tudo aquilo que este oferece sem spoilar a experiência a ninguém, pelo que teremos um cuidado extra com detalhes mais sensíveis!

Mario está de volta! Com mais de uma dúzia de mundos para explorar, e milhares de segredos por descobrir, Super Mario Odyssey promete manter-nos ocupados durante muito tempo!

A história começa da seguinte forma: Mario encontra-se mais uma vez num conflito com Bowser por causa da Princesa Peach cujo rapto corre às mil maravilhas para o vilão! Não conseguindo antever a nova habilidade de Bowser – o atirar de chapéu – Mario é lançado para fora do navio voador do Rei dos Koopas! Após acordar num reino estranho habitado por chapéus, o nosso herói conhece Cappy, um habitante do Cap Kingdom que perdeu a sua irmã Tiara (a tiara usada por Peach) para as garras de Bowser. Mario e Cappy juntam forças para salvarem Peach e Tiara, sendo que Cappy empresta os seus poderes ao Mario para que este consiga capturar e controlar os inimigos com o seu chapéu!

Esta é a mecânica principal de Super Mario Odyssey: a captura e o subsequente controlo dos inimigos (cujo número total não iremos dizer) convida à experimentação de formas diferentes de jogar, através da utilização das habilidades especificas de cada inimigo! Aliás, é patente que vários puzzles ou secções de plataformas requerem a utilização de certa habilidade! Quase que de uma forma educativa, o jogo vai-nos ensinando e demonstrando quer as habilidades do Mario, como as de Cappy e a das diferentes criaturas que podem ser controladas! O jogo pode ser jogado por um jogador (a controlar o Mario e Cappy) ou por dois jogadores, cada um a controlar uma personagem, cooperando para ultrapassarem os obstáculos e capturarem inimigos. Embora o jogo possa ser jogado de várias maneiras, este pede para ser jogado com os dois joy-con separados, por forma a permitir o uso de motion-controls mais livremente. É puramente opcional, mas aqueles que o fizerem terão acesso a uma panóplia de movimentos extra para Mario e Cappy, pelo que vale pena, para aqueles que consideram jogar em modo portátil, apoiar a consola no stand e jogar em modo estável. Digamos que a Nintendo brilha mais uma vez com a jogabilidade perfeita a que já nos habituou, sendo um verdadeiro prazer brincar, não apenas com o Mario nos diferentes reinos (já lá vamos), mas também com as diversas criaturas (e até coisas) que este pode controlar! Simplesmente a experiência de explorar os mundos introduz-nos à enorme variedade de formas de jogar, não apenas com os inimigos controlados, mas por exemplo, podendo o Mario entrar em paredes e jogando pequenas seções à Super Mario Bros. NES style, com música 8 bit a acompanhar – o que imediatamente colocou um enorme sorriso na nossa cara. Tudo isto prova mais uma vez, não nos cansamos de escrever, que a Nintendo é rainha naquilo que faz!

É possível entrar em paredes e jogar pequenas secções à la Super Mario Bros. NES style, com musica retro 8-bit a acompanhar.

Falando em Reinos, Mario e Cappy deslocam-se entre reinos na sua perseguição de Bowser através da Odyssey, um modelo antigo de uma nave chapéu (utilizada pelos Cap). A Odyssey precisa de uma fonte de energia para conseguir ir para reinos cada vez mais longínquos, e essa fonte de energia não é nem mais nem menos do que as Power Moons! Cada reino possui um número vasto (nas largas dezenas) de Moons para apanhar, mas saibam que não é obrigatório apanhar todas, aliás, a estória apenas nos exige que por reino apanhemos um número especifico de Moons, geralmente entre 10 a 16 luas! Esse número mínimo de Power Moons na maioria dos casos requer que resolvamos o problema (geralmente criado por Bowser) existente nesse reino, ajudando os habitantes (que podem ir de caveiras adoráveis até pessoas reais) e derrotando os poderosos (mas bastante divertidos) bosses que após vencidos largam MultiMoons (equivalentes a 3 Power Moons). A Nintendo deve ter descoberto algum segredo ligado com a química do cérebro humano, pois sabe mesmo muito bem ganhar uma MultiMoon – estas correspondem simplesmente a 3 vezes a recompensa e sentimos que estamos a avançar mais rapidamente perante a próxima descoberta fantástica! Para quem estiver preocupado com a duração da odisseia, não precisa de se preocupar, antes de mais porque só reinos para explorar há mais de uma dúzia, e mesmo com o número mínimo de Moons por reino, passando à frente de praticamente tudo o que jogo tem para mostrar, chegar aos créditos exige umas boas sete a dez horas de jogo! Mas quem quererá fazer uma coisa dessas quando Super Mario Odyssey traz tantas coisas incríveis consigo?

É importante afirmar que estamos perante um Super Mario que se insere, nas palavras da Nintendo, no grupo dos jogos de aventura em 3D – sendo o direto sucessor do Super Mario 64 e do Super Mario Sunshine! Isto quer dizer que se abandona mais uma vez a estrutura linear de Galaxy 1 e 2, 3D Land e 3D World (salvo em alguns momentos específicos) por um modelo de exploração mais aberto! Mas a Nintendo ainda foi mais longe, integrando elementos open world inspirados noutras franquias – o melhor exemplo é a forma como se adquirem as Power Moons que dão energia à nave Odyssey: Enquanto que em Super Mario 64 e Sunshine, após obter a Power Star ou a Shine Sprite, Mario era devolvido ao overworld (quer fosse o Castelo ou Delfino Plaza), em Super Mario Odyssey, na maioria dos casos, a exploração continua! Isto quer dizer que, ao contrário dos títulos anteriores da franquia, é possível a um jogador ganhar várias Power Moons simplesmente pela exploração de cada reino, descobrindo segredos e apanhando as mesmas ao cumprir vários objetivos, não sendo interrompida essa mesma exploração! Cada mundo está repleto de coisas para descobrir, mini-jogos com integração leaderboard online, cameos de um certo Toad aventureiro e muito mais. Sentimos que neste detalhe reside muito do “vício” de Super Mario Odyssey, o explorar para encontrar “mais uma moon, e depois outra”, e sentir que muitas vezes em pequenas assentadas vamos progredindo na vontade muito real de apanhar todas as Power Moons! Esta mecânica liga-se especialmente bem com o conceito de portabilidade da Nintendo Switch: existe sempre tempo para apanhar mais uma… ou cinco Power Moons durante aquela viagem de Metro ou de Comboio!

Super Mario Odyssey implementa novamente uma estrutura open-world, com certos elementos novos, i.e. é possivel apanhar várias luas e continuar com a aventura sem voltar ao inicio do reino/mundo.

Mas as coisas boas não acabam aqui, é verdade, ainda nem a meio vamos das novidades! Super Mario Odyssey, em homenagem à excelente história de Super Mario, incluí a possibilidade de customizarmos o guarda roupa do nosso canalizador, tal como a própria Odyssey, através da visita às lojas CrazyCap! Cada loja aceita dois tipos de moeda: a já conhecida moeda dourada que é universal e depois uma “moeda local” exclusiva para o reino onde estamos. Esta última apenas pode ser encontrada (e utilizada) nesse mesmo reino! Quer isto dizer que, para podemos comprar alguns itens específicos que exigem “moeda local”, temos de explorar muito bem todos os cantos do reino! A recompensa, porém, vale muito a pena, sendo que é um verdadeiro gosto, ver não só a Odyssey cheia de souvenirs dos vários reinos, tal como stickers decorativos no seu exterior, mas especialmente a forma como Mario se veste das mais diferentes maneiras, combinando com o mundo em seu redor! Aliás, existem sítios onde Mario apenas pode entrar se a sua vestimenta estiver a rigor! Cabe por fim, indicar que existem também variadas surpresas a nível de vestuário que os jogadores terão de descobrir por si mesmos, acreditem que vale a pena!

Não vamos estragar mais surpresas, Super Mario Odyssey é um jogo incrível que merece ser explorado em cada canto, em cada passagem secreta, cada nível ou zona escondida! Mesmo após os créditos rolarem, o conteúdo endgame brinda-nos com muita coisa para fazer e muita Power Moon para apanhar!

A nossa Análise em vídeo que inclui gameplay de Super Mario Odyssey.

A nível da apresentação, cabe-nos indicar que estamos perante do melhor que a Nintendo sabe fazer graficamente, esta é a incarnação mais detalhada do canalizador desde sempre, sem nunca perder o estilo muito cute – é só vê-lo correr e passear junto das pessoas reais em Metro Kingdom e entenderão o que queremos dizer! Cada reino irradia um mundo de cor e de personalidade como nunca se viu, enquanto Cap Kingdom é um reino assombroso que parece ter sido inspirado no Nightmare before Christmas de Tim Burton, Metro Kingdom é uma metrópole que nunca dorme, com um burburinho de vida citadina constantemente a decorrer, com táxis sempre em movimento e com uma verticalidade que pede para ser explorada! Luncheon Kingdom salta aos olhos através das cores vibrantes, resultado dos amantes da culinária que lá habitam, mas Lost Kingdom, já o faz mais pelos terrores selvagens que andam à espreita! A direção artística é fantástica, com todas as roupas que Mario pode vestir, os habitantes de cada reino, cheios de personalidade, e é claro, todos os detalhes dos diferentes mundos, desde as estruturas maiores até aos pequenos souvenirs dentro da Odyssey! As animações são fluidas e cheias de vida – é simplesmente perfeição vídeo-jogável! A 1080p e 60fps em modo docked e 720p e 60fps em modo handheld ou estável, Super Mario Odyssey é neste momento o monstro gráfico da Nintendo Switch. No áudio, a música que acompanha Odyssey é simplesmente soberba, o tema principal “Jump Up Super Star” já amplamente conhecido e cantado – uma estreia para a franquia – define perfeitamente o espírito do jogo com o seu estilo Big Band/Swing dos anos 30 e 40 do século passado! Gostaríamos, no entanto, de relembrar que a restante banda sonora não só é também incrível, como será merecedora de tanto ou mais reconhecimento – acompanhando perfeitamente o estilo de cada reino, esta varia conforme as áreas em que nos encontramos, tornando-se retro 8-bit quando Mario entra nessas áreas especificas. É memorável e continuaremos a cantarola-la durante muitos meses.

Opinião final:

Super Mario Odyssey é perfeição absoluta! Em cada geração de consolas surge um jogo que, assim que pegamos no comando, sabemos que vai para o panteão de títulos perfeitos, para sempre lembrados por uma geração de jogadores! Super Mario Odyssey não é apenas o melhor Super Mario de sempre, é o melhor jogo de plataformas de sempre! Não temos dúvidas que, quem o jogar, chegado ao fim, terá passado pelos melhores momentos alguma vez programados na história dos videojogos! Quem possuir uma Nintendo Switch, não pode perder este jogo magnifico! Parabéns Nintendo.

Do que gostamos:

  • Melhor Super Mario de sempre!
  • Jogabilidade de sonho!
  • Implementação perfeita de elementos open world, formula de captura de Moons contínua, sem quebrar o ritmo de jogo e altamente viciante.
  • Melhores gráficos na Nintendo Switch!
  • Banda sonora inesquecível!
  • Cheio de surpresas!

Do que não gostamos:

  • É um jogo perfeito, pelo que não tem defeitos!

Nota: 10/10