Análise – Total War: Warhammer 2

Diretamente dos especialistas em jogos de estratégia da Creative Assembly, Total War: WARHAMMER 2 (em diante WARHAMMER 2) é a sequela do aclamado jogo de estratégia turn-based e de real time tactics lançado em 2016 e que alcançou rapidamente o sucesso, pela fórmula inovadora e história refrescante. Com a sua origem na série de jogos de tabuleiro Warhammer, da Games Workshop, WARHAMMER 2 ocupa o 11.º lugar na franquia Total War de jogos “RTS” (Real Time Strategy) e consegue consistentemente superar o seu antecessor em todas as categorias.

O modo proeminente em WARHAMMER 2 é o modo campanha em single player que nos coloca no comando de uma das 4 fações jogáveis (High Elves, Dark Elves, Lizardmen e Scaven) que lutam entre si pelo controlo de um vortex mágico que impede a entrada das forças do caos no mundo. O interesse principal prende-se não apenas em conquistar as diferentes terras pertencentes aos nossos inimigos e obter superioridade militar, mas também em impedir que estes (mais ou menos a meio da campanha) invoquem rituais mágicos que possam destabilizar o portal. Não o conseguindo impedir, o mundo é invadido pelas forças do caos, bastante mais poderosas do que as raças existentes. O modo campanha, com a sua corrida pelo controlo do vortex, apresenta elementos de estratégia em turnos, durante os quais temos de preparar as nossas forças militares, construir estruturas nas nossas cidades que nos facultem buffs às nossas unidades, forjar uma rede de alianças diplomáticas que nos poderão ajudar nos conflitos à escala internacional, e, por fim, invocar um ritual para assegurar o domínio do vortex. Existe ainda a possibilidade de melhorar os nossos heróis e lordes, que possuem cada um a sua própria skilltree, ajudando-os na sua conquista militar face aos nossos adversários.

A nossa Análise em vídeo que inclui gameplay de Total War: Warhammer 2.

Dependendo de qual fação escolherem, o jogo e as estratégias que deverão usar mudam radicalmente: os High Elves, por exemplo, possuem uma enorme capacidade diplomática, sendo que em combate apresentam uma organização apenas comparável à de um exército no universo de Lord of the Rings, cansando-se à medida que vão combatendo; pelo contrário, os Dark Elves não parecem ser muito adeptos da organização do seu exército, mas com o tempo vão-te tornando cada vez mais violentos e poderosos – para além dos monstros que levam para o campo de batalha; os Lizardmen atacam de um modo bastante organizado e possuem dinossauros gigantes que tendem a fazer um bocado aquilo que lhes apetece no meio dos combates; finalmente, os Scaven (ratos gigantes) fazem lembrar os zerg da série Starcraft, são centenas e centenas de atacantes que assolam os inimigos, atrasando-os, enquanto outras unidades mais lentas (mas poderosas) aproveitam para atacar pelos flancos.

Tendo isto dito, e por muito que o jogo mereça todos os louros que tem recebido por parte da crítica internacional, a interface do jogo é simplesmente atroz. Há menus e menus, texto e mais texto, cuja leitura se torna obrigatória se queremos ter um mínimo de sucesso nas nossas incursões táticas pelo mundo de WARHAMMER 2. Compreendemos que por debaixo da bela estética de dinossauros a combaterem com exercícios magníficos, estamos perante um universo de cálculos e de probabilidades a correr constantemente, mas sentimo-nos seguros ao dizer que a acessibilidade do jogo não é das maiores, sendo a curva de aprendizagem simplesmente bastante íngreme.

O jogo coloca à nossa disposição 4 fações diferentes, cada uma com a sua forma de jogar.

Fora o modo de campanha, que também pode ser jogado em multiplayer online, o jogo apresenta também a possibilidade de ser jogado em modo de Battle, para quem preferir saltar diretamente para os combates em RTS, evitando o aspeto mais turnbased de nationbuilding e diplomático do título. Este modo pode ser dividido em: Quest Battle, que fará as delícias dos jogadores a quem apenas interessam os combates mais marcantes do modo campanha; Custom Battle, que nos permite, tal como o nome indica, customizar as condições de batalha; e, por fim, Multiplayer Battle e Quick Battle, que nos permitem jogar online, (localmente) com amigos (ou desconhecidos), sendo que esta opção deixa-nos escolher as condições dos combates enquanto a outra nos lança diretamente para um combate rápido em matchmaking.

A nível de apresentação, sentimos que estamos a entrar diretamente no universo de Lord of the Rings, com exércitos enormes de elfos e de monstros a combaterem entre si, e com imenso realismo (tanto quanto é possível com lagartos em cima de dinossauros com lasers). As animações das personagens no ecrã fazem-nos questionar por vezes como é possível estarmos num momento em que é tecnologicamente possível ver estes combates. É preciso ter um computador que consiga aguentar toda a ação a decorrer no ecrã, pelo que os resultados podem ser diferentes de máquina para máquina. O áudio acompanha toda esta ação com temas dramáticos que nos remetem para os universos de fantasia literária e cinematográfica com os quais muitas vezes sonhamos acordados. Em conclusão, é lindo, muito, muito lindo!

Alguma vez sonharam em conquistar batalhas gloriosas sentados em cima de um dinossauro com lasers? Agora é possível. Isso, e terem o vosso exército montado em cima de pterodáctilos

Opinião final:

Total War: WARHAMMER 2 é o título mais recente da série Total War e a sequela do WARHAMMER de 2016. Consegue praticamente em todos os campos melhorar a prestação relativamente ao seu predecessor. Combates gigantescos, estratégia, nationbuilding e diplomacia, assim como um enorme cuidado com o detalhe, fazem desta edição de WARHAMMER a versão definitiva do jogo de estratégia. Todavia, este não é para todos, não sendo nada simpático para os principiantes.

Do que gostamos:

  • Combates numa escala gigante!;
  • Cada fação possui um modo de jogar completamente diferente;
  • LAGARTOS EM CIMA DE DINOSSAUROS COM LASERS!!!

Do que não gostamos:

  • Sistema de menus muito confuso, nada simpático para principiantes;
  • Curva de aprendizagem bastante ingreme.

Nota: 9/10


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