Análise – Tricky Towers

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PlayStation 4 tem sido “mãe” de vários títulos indie, muitos dos quais acabam por fazer parte do catálogo de jogos instantâneos do PlayStation Plus e que são uma bela surpresa, como Guacamelee, Transistor, Furi, entre outros, no entanto, nem todos os jogos indie merecem este lugar prestigiado no catálogo de PlayStation PlusTricky Towers é sem via de dúvidas um deles.

Trikcy Towers é  inspirado no famoso jogo Tetris, apresentando uma pequena vertente singleplayer e sendo especialmente dedicado ao modo multiplayer. No modo singleplayer, o objetivo passa por utilizar os blocos que nos são dados para construir torres e evitar as armadilhas dos inimigos, que nos querem complicar a tarefa. No modo multiplayer, o objetivo é construir torres contra os inimigos e, ao mesmo tempo, impedir que os mesmos as construam, utilizando diversas magias para tal.

Embora o jogo tenha boa aparência e, à primeira vista, prometa bastante diversão, o que mais o caracteriza é a repetição. Começando pelo modo singleplayer, em que apenas temos três tipos de desafios, tendo todos eles em comum a construção de torres: o modo contrarrelógio, em que corremos contra o tempo, o modo sobrevivência, em que nos é dado um certo limite de altura, a partir do qual uma barra laser nos destrói as peças e ainda o modo quebra-cabeças, em que, com peças aleatórias que nos vão dando devemos construir a nossa torre.

Ao longo dos mais de 50 níveis do jogo, este padrão vai-se repetindo, sendo as peças que recebemos para construir a nossa torre o único fator que se vai modificando: os objetivos e o tipo de desafios são sempre os mesmos e, no fundo, «sabe» tudo ao mesmo. Tricky Towers faz, por isso, infelizmente, lembrar a expressão «Vira o disco e toca o mesmo».

Um dos três tipos de desafio, que limita a construção até à barreira

Um dos três tipos de desafio, que limita a construção até à barreira

Para além de não nos fornecer motivações para o continuarmos a jogar, o jogo ainda está cheio de propaganda para a loja do jogo, para se comprar DLCs, onde, quando o jogo for lançado, a 2 de agosto, supostamente irão encher a mesma com o conteúdo que  já deveria estar disponível.

Em termos gráficos e de banda sonora o jogo está mediano e, sinceramente, foi praticamente o único ponto positivo que encontrei no mesmo, com sintonias muito suaves e divertidas encaixando bem nos puzzles.

O segredo está no modo multiplayer, mas não chega!

O segredo está no modo multiplayer, mas não chega!

No modo multiplayer podemos jogar contra 3 outras pessoas, podendo utilizar várias “spells” que não são fornecidas no modo singleplayer, «spells» essas que transformam os blocos em rochas, aumentam o tamanho dos mesmos ou trocam por um objeto diferente, dificultando a tarefa aos nossos oponentes. Embora este modo seja divertido, sofre do mesmo mal que o modo a solo e ao fim de algumas partidas o jogo torna-se novamente repetitivo e sem fundamento.

Opinião final:

Apesar de manter um nível de qualidade mediano no que toca ao modo multiplayer, grande parte devido às «spells»Tricky Towers é um dos jogos que aconselho a evitar caso sejam jogadores que se dedicam ao modo singleplayer, visto que se torna totalmente aborrecido após os 3 primeiros níveis (que correspondem aos 3 tipos de desafios diferentes). Não recompensa nem melhora passados esses 3 níveis, sendo sempre o mesma daí adiante. Tricky Towers é um dos muitos exemplos de jogos que se “encostam à sombra do sucesso” de Tetris e tentam basear-se no mesmo para outro tipo de jogo, no entanto, sem sucesso.

O que gostamos:

  • Modo multiplayer com spells tornando as partidas mais divertidas ao tramar os oponentes;
  • Banda sonora.

O que não gostamos:

  • Modo singleplayer repetitivo e sem qualquer valor;
  • Não prende o jogador por mais que 3 níveis no modo singleplayer;
  • Pouco conteúdo, sendo a maior parte reservada para DLC;
  • Alguns desafios monótonos causam “martelar” de botão devido à frustração dos mesmos.

Nota: 5/10