Análise – Vroom in the Night Sky

No lançamento de qualquer consola, há sempre jogos bons, medianos e maus, assim como (por vezes) jogos muito bons que ficam na nossa memória e que acabam até por estar entre os melhores de todo o catálogo.

Com a Switch não é diferente e a qualidade dos jogos disponíveis é muito variada. Já inúmeras análises saíram aos vários títulos já disponíveis, e Vroom in the Night Sky tem sido o jogo especialmente castigado pela crítica, ocupando a posição de jogo com pior cotação na consola até ao momento.

Quando faço uma análise – já depois de ter a nota mais ou menos pensada e fixa para mim – gosto de ver as pontuações que o jogo que estou a analisar recebeu (se já recebeu) e até de ler algumas, para contrastar com a minha própria experiência. No geral, o meu parecer costuma ir de encontro à média, seja em casos em que ainda não sabia qual a média do jogo quando publiquei a análise, seja em casos em que esta já era conhecida e, por acaso, correspondia à minha experiência.

No entanto, há casos que me deixam perplexo, e Vroom in the Night Sky é um deles. Depois de o jogar durante algum tempo, é certo que tenho algumas críticas a lhe fazer, nem o considero um jogo por aí além, como verão, mas afasto-me bastante das considerações extremamente negativas que dele têm feito.

Em primeiro lugar, há que notar que o jogo foi produzido por um pequeno estúdio independente japonês, o que atenua só por si muitos dos pontos negativos – muito embora não os elimine ou justifique.

Há um total de 8 «Night Skies» neste jogo.

Uma das críticas referidas por quase todos é a de que o jogo tem alguns erros ortográficos, ou de construção frásica. E este é o exemplo perfeito do que referia no parágrafo anterior: por a equipa ter uma pequena dimensão e ser japonesa, percebe-se alguns destes erros, no entanto não os justifica ou elimina.

E, dito desta maneira, poderão ficar com a ideia de que o jogo está cheio de erros em quase todas as frases. Isto não é o caso. Existem alguns erros, é verdade, tal como existem algumas construções frásicas estranhas, mas não são casos muito frequentes nem algo que prejudique em grande medida a vossa experiência. Não obstante, é um ponto negativo e, como tal, deve ser anotado.

Mas pondo estes pontos e críticas mais comuns de lado, passemos ao jogo em si, àquilo em que consiste. O nome é na verdade bastante esclarecedor, Vroom! é o som que fazem as motos – e neste jogo controlamos uma moto mágica (que bruxa é que, no século XXI, ainda anda com uma vassoura?) -,  e Night Sky designa os vários cenários em que decorre a ação – céus noturnos em vários ambientes distintos.

Não existem muitos cenários no jogo, apenas 8, e cada um é relativamente pequeno (alguns maiores que outros, como é evidente). O objetivo é acelerarem com a vossa mota, carregando no botão B (o que a faz levantar do chão, pelo que podem andar com ela por todo o lado), e apanharem tanto Stardusts – que são a unidade monetária do jogo – como grandes círculos dourados, que têm de atravessar para concluírem cada nível.

Podem sempre ir vendo o tempo, o número de Stardusts, o número de portais, a vossa velocidade e o combustível restante.

Quanto mais rápido acabarem, com mais Stardusts são recompensados e, com estas, poderão adquirir novas motorizadas mais rápidas e/ou mais firmes e fáceis de manusear. Finalmente, com estas motos melhoradas, torna-se mais fácil concluir os desafios (género de troféus do jogo) que Vroom in the Night Sky vos oferece e que, após concluírem alguns deles desbloqueiam novos cenários (de entre os 8 já referidos).

Com uma atualização lançada algumas semanas após a chegada do título à eShop, passou a existir ainda um modo com tutoriais que nos ensina a fazer vários truques com a moto e assim a conseguir mais Stardusts e uma experiência mais rica e variada.

Também em todos os níveis – e enquanto andamos «à caça» destes portais e das Stardusts, uma rapariga mágica rival da protagonista e também ela com o seu acompanhante aparece para competir connosco e nos roubar as Stardusts.

Infelizmente, e este talvez seja o ponto mais negativo do jogo, esta nossa rival não nos traz um grande desafio e as suas aparições e os diálogos que estabelece com a personagem que controlamos são, no geral, bastante desconexos e ficam bastante aquém do que seria de esperar.

A Cutie Magical Girl causa grande aparato ao chegar, mas pouco mais.

Para além desta simplicidade nas mecânicas e nos diálogos, também os cenários e o seu estilo gráfico são muito simples e fazem lembrar jogos da geração da Nintendo 64, nos primórdios dos jogos a 3 dimensões – se bem que com um aspeto muito menos «rude» no geral.

Este ponto tem sido especialmente criticado por quem experimentou Vroom in the Night Sky, mas tal como existem jogos com um estilo mais retro (da geração das consolas de 16bits, por exemplo) e que divertem, também este título, embora com um estilo simples e «retrógrado», consegue divertir na sua baixa complexidade.

Tudo isto se torna negativo, no entanto, quando consideramos a relação entre o conteúdo e complexidade do mesmo e o preço por ele pedido na Nintendo eShop, 8.99€. Dado o que é oferecido, e comparando com outros jogos a preços similares, este é um grande ponto negativo, pelo que recomendamos vivamente que aguardem até que este jogo esteja ao preço de um jogo da Virtual Console.

Opinião Final:

Embora seja um jogo bastante simples nas suas mecânicas, estilo e premissa, e tenha uma quantidade de conteúdo bastante limitada, Vroom in the Night Sky não é tão mau como o pintam e conseguir-vos-á divertir em algumas sessões mais breves e espaçadas. O grande obstáculo é o seu preço, que, para o que é oferecido, é demasiado elevado, e ficaram melhor servidos com outros jogos já disponíveis na eShop a preços similares.

Do que gostamos:

  • Jogabilidade simples, mas divertida;
  • Motorizadas muito diferentes, tanto a nível estético como de manuseamento.

Do que não gostamos:

  • Relação preço-conteúdo;
  • Ausência de mais cenários;
  • Diálogos pouco naturais e alguma monotonia.

Nota: 5,5/10