Análise – Yoshi’s Woolly World

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Recém-chegado à WiiU, Yoshi’s Woolly World, é das coisas mais queridas a agraciar a consola da Nintendo. A par de Kirby’s Epic Yarn, que já de si era uma bola de fofura, Yoshi’s Woolly World continua a temática das lãs, feltros, remendos e outras coisas que tais para oferecer um mundo que parece verdadeiramente feito à mão.

Desde pontas soltas que nos obrigam a desfazer malhas até Fly Guys que nos atacam com agulhas de crochet, passando ainda pelos inúmeros novelos de lã que podemos apanhar e usar como arma de arremesso, ou até para “tricotar” plataformas, este novo jogo de Yoshi compromete-se na totalidade à temática e o resultado é infinitamente adorável.

O Epic Yarn foi um jogo que, apesar de não apresentar grande desafio aos jogadores, encantava na sua simplicidade, conseguindo ter alguma diversidade, sendo principalmente potenciada pela personagem do Kirby. A Good-Feel continuou o seu bom trabalho e fez jus ao seu nome, criando mais um mundo repleto de alegria.

Nenhum pormenor é esquecido, conseguindo recriar um mundo feito à mão na perfeição.

Nenhum pormenor é esquecido, conseguindo recriar um mundo feito à mão na perfeição.

Se por um lado temos visuais gráficos lindos e uma jogabilidade divertida que quase nos obriga a jogar todos os níveis uns a seguir aos outros (é só mais um!), por outro a novidade esgota-se rapidamente e todo o deslumbramento que temos inicialmente com cada detalhe mimoso de Yoshi’s Woolly World acaba por desvanecer-se. Exceto quando temos o nosso amigo cãozinho a acompanhar-nos, que coitadinho não prima pela inteligência e consegue ser mil vezes mais fofo que os Yoshis.

Não esperem grande história aqui, a sério. Qualquer semelhança a um enredo é pura imaginação vossa e o cenário que dá mote ao jogo basicamente resume-se a isto: Kamek, o conselheiro de Bowser e que provavelmente queria fazer umas camisolas, rapta os Yarn Yoshi e transforma-os em novelos. Como não é grande coisa a conduzir a vassoura, vai deixando-os cair e cabe-nos a nós, Yoshi (ou Yoshis) salvá-los. Mas aqui a história apenas serve para nos motivar a salvar os nosso amigos e como seria de esperar, não será nunca equiparável a um Paper Mario. Ainda assim, a sua simplicidade não é um ponto negativo, remetendo quase para uma história infantil contada através de lã.

Em termos de controlos, é o que já se espera de um jogo de plataformas da Nintendo: intuitivo, personagens fáceis de controlar e sem problemas, quer seja com o gamepad da Wii U ou um Wii mote, não existe um único momento de dificuldade gerada por falha derivada dos controlos. Na verdade, não existem muitos momentos de dificuldade. Sem sistema de vidas, em Yoshi’s Woolly World não existem grandes consequências em esgotar a energia do nosso Yoshi. Caso percamos, apenas recomeçamos o nível todo ou a partir de um checkpoint. Aliado a um design de níveis que não prima de todo pela dificuldade, acabamos por ter um jogo que quase dá a mão ao jogador (como já sucedia em Epic Yarn) e não a larga, nem nos bosses de cada mundo.

Lã, carradas e carradas de lã.

Lã, carradas e carradas de lã.

Infelizmente, o único desafio que Woolly World nos dá é ter apanhar todos os itens espalhados pelos níveis, quer seja os novelitos que constituem os nossos amigos Yarn Yoshis, selos (para desbloquear selos no Miiverse) ou ainda flores para desbloquear mini-jogos. Alguns estão muito bem escondidos e requerem alguma exploração em cada nível para os obter a todos. Mas o desafio e motivação para voltar a pegar no jogo fica por aí. A Good-Feel ainda assim achou que o jogo era muito difícil e adicionou um modo mais simples, em que todos os Yoshis têm asas. Só assim como quem não quer a coisa, para ficar uma experiência mais relaxada.

Se tiverem uma vasta colecção de Amiibos de outros jogos e os meterem neste, o vosso Yoshi adquire as cores da personagem. Link Yoshi? Sim. Samus Yoshi? Também! Mario Yoshi! E muitos, muitos mais, mas é só, tendo uma utilização meramente estética. Por outro lado, os Amiibos oficiais de Wooly World (e que sim, são mesmo feitos de lã e são amorosos) apenas adicionam um segundo Yoshi que nos segue para todo o lado e basicamente copia os nossos movimentos, funcionando quase apenas como uma “rede” de segurança caso o nosso Yoshi perca toda a energia, dando uma segunda hipótese imediata, não tendo qualquer utilidade para além disso.

Yoshi’s Woolly World é perfeito para jogar acompanhado… excepto quando o nosso amigo faz de nós um novelo de lã

Yoshi’s Woolly World é perfeito para jogar acompanhado… exceto quando o nosso amigo faz de nós um novelo de lã.

Yoshi’s Woolly World consegue brilhar no modo multijogador local, que permite que dois jogadores se sentem no sofá para controlar os dois Yoshis que se safaram, levando-os pelos mundos para salvar os amigos. A cooperação é encorajada, podendo um dos Yoshis enrolar o outro num novelo e usar como arma de arremesso, o que também pode criar o potencial para eventuais picardias. Não existem divisões do ecrã e facilmente um dos Yoshis pode ficar fora do mapa, perdendo a sua energia, mas rapidamente regressando num ovinho voador que tem de ser partido pelo jogador sobrevivente. Mas é extremamente divertido e tem o potencial de ser uma óptima opção para jogatanas tanto entre graúdos como entre miúdos.

Apesar destes pontos, é impossível negar o encanto de Woolly World. É colorido, é hipnotizante, é relaxante. A banda sonora complementa o pacote visual e envolve o jogador numa pilha fofa de tecidos e linhas, prendendo-o até ao último nível. E mesmo quando o terminarem, há mais razões para voltar e perderem-se neste mundo adorável, preferencialmente com um amigo à mistura.

Opinião Final:

Imensamente adorável, Yoshi’s Woolly World é daqueles jogos que consegue arrancar sorrisos a qualquer um. Com um visual original e criado ao detalhe, infelizmente não consegue oferecer um desafio suficiente para motivar futuras sessões de jogo. Ainda assim, consegue criar uma experiência divertida, com um bom modo multijogador local. Infelizmente apenas se consegue diferenciar dos demais pela temática já anteriormente criada em Kirby’s Epic Yarn. Uma oportunidade de ser mais e melhor que ficou pelo caminho.

O que gostamos:

  • Visual querido e adorável, temática da lã e costura seguida ao pormenor;
  • Utilização engraçada dos Amiibos;
  • Modo multijogador local bem implementado e que garante sessões de jogo divertidas;
  • Apanhar todos os itens é um incentivo a explorar novamente os níveis.

O que não gostamos:

  • Demasiado fácil, não oferecendo qualquer dificuldade para além de alguns itens bem escondidos;
  • Oferece nível de dificuldade alternativo… ainda mais fácil.

Nota: 7/10