Antevisão – Bloodborne

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Na passada sexta-feira, o Portugal Gamers foi convidado a dar uma voltinha no mais recente jogo da From Software, Bloodborne, o sucessor espiritual das séries Dark Souls.

Antes de mais, é de referir que a minha experiência em qualquer coisa Souls, resume-se a umas dez horas de Dark Souls, pelo que a Antevisão será feita de um ponto de vista meio leigo.

Os fãs da série irão estar familiarizados com Bloodborne, ao começarem o jogo. Nós iremos estar numa sala bastante mal tratada, e presos ao que parece uma maca. Depois um “doutor” com um aspeto pouco aconselhável fala-nos de uma praga que se está a espalhar na cidade de Yharnam, entre outras coisas. Até aqui tudo bem, até somos capazes de ignorar o facto de que estamos sentados num consultório que parece retirado de um filme de terror. Mas depois falam-nos de transfusões de sangue. Porque é que haveríamos de precisar de transfusões de sangue? Porque é que nos estão a dizer para ignorar o que vamos ver, que são só pesadelos? E subitamente damos por nós a rodeados de “crianças” demónio, e um lobisomem gigante que pega fogo quando se aproxima de nós.

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Se não gostam de horror, é melhor manterem-se longe…

Quando finalmente ganhamos o controlo da nossa personagem, e após darmos umas voltas pelo quase-consultório, como seria de esperar, vão-nos dando dicas sobre os controlos e etc. Após isso damos por nós em volta de uma das partes mais divertidas das séries, rebolar contra tudo e todos, na esperança de ouvir aquele barulho de destruição de caixotes tão satisfatório.

Obviamente que toda essa diversão é interrompida quando, armados com os nossos frágeis punhos, nos deparamos frente a frente com um lobisomem semelhante ao que havíamos visto nos nossos “sonhos”. Mas como qualquer fã das séries sabe, a morte representa o início da aventura.

Somos então levados para uma zona bastante diferente da cidade Vitoriana em “ruínas” a que estamos habituados, deparando-nos com um Hub, onde tudo parece mais “vivo”, e menos saído de um pesadelo. Neste Hub é onde podemos mais tarde evoluir a nossa personagem, fazer upgrades a armas, entre outros, e é também onde nos são entregues as primeiras armas. Pegando então no nosso novo machado e espingarda, damos mais umas voltas à zona para ler todas as Tips que estão espalhadas por lá. Depois, de volta para o terror de Yharnam.

O cenário e ambiente em Bloodborne são fantásticos e melancólicos.

O cenário e ambiente em Bloodborne são fantásticos e melancólicos.

E então começa o jogo. E aqui, Bloodborne é em tudo como os seus antecessores. Desde o combate, aos monstros escondidos atrás do monte de caixas, aos caminhos que nos acabam por levar a um sítio completamente diferente daquele a que queríamos ir (ou como nos aconteceu, um “atalho” de dez minutos que nos acabou por levar de volta exatamente ao mesmo sítio), o bom e o mau das séries Souls estão cá todos. O combate continua baseado na paciência e no contra-ataque, e após os primeiros inimigos, como já conhecemos os seus padrões de ataque, tudo se torna mais fácil. A adição de armas de fogo, que pensei que fossem tornar a coisa mais dinâmica, provou ser uma mecânica à qual não é necessário dar muita atenção. Pelo menos, conseguimos contar com os dedos de uma mão o número de vezes que disparamos a espingarda no nosso percurso até ao primeiro Boss, e em nenhuma delas houve algum benefício sobre simplesmente dar um golpe com o machado. Com a nossa pouca experiência na série, a maior diferença que notamos, foi no aparente aumento do número de inimigos com que temos que lutar de cada vez.

No entanto, por mais “óbvio”, ou “simples” que o gameplay se possa tornar, às vezes damos por nós simplesmente a olhar à volta, absorvendo os cenários fantásticos da melancólica cidade de Yharnam, onde a atenção ao detalhe é enorme, e apenas ignorada (por nós), quando estamos a correr pela 20ª vez, frustrados por estar sempre a morrer e não conseguir progredir.

E lá vamos nós outra vez…

E lá vamos nós outra vez…

Dito isto, Bloodborne não procura fugir ao que os fãs esperam. Isto será provavelmente a sua melhor qualidade, e ao mesmo tempo, a pior. Se procuram um gameplay diferente, ou se já se fartaram de morrer em Dark Souls, não vale a seguirem por este caminho, mas, se forem fãs das séries, ou simplesmente fãs de horror e do “look” Vitoriano, embutido no sistema Souls, este é (mais) um jogo para vocês.