Ark: Survival Evolved (Switch) – Análise

A Nintendo Switch poderá ser apelidada, em virtude dos últimos lançamentos, de a pequena “engine that could”, no sentido em que tem conseguido correr peças de software que nunca imaginámos que fosse possível. Jogos como Doom, Wolfenstein II, Fortnite e Warframe – em especial este último título – provam-nos que com programação dedicada e utilização dos recursos do hardware de forma eficiente, tudo é possível na consola milagre da Nintendo.
É melhor começar já com a afirmação de que Ark: Survival Evolved na Nintendo Switch não é um desses títulos.

Não nos entendam mal, Ark: Survival Evolved está na sua totalidade na Nintendo Switch, e o feito não é algo facilmente concretizável. Aliás, ao conseguir colocar um dos survival games do momento a correr no Tegra X1 da Switch, a Wildcard e a War Drum Studios estão definitivamente de parabéns! Todavia, os elogios terminam aqui…

Dizemos isto com a plena compreensão que a Switch não é uma consola que tenha uma capacidade gráfica que consiga acompanhar as suas congéneres da Sony e da Microsoft, nomeadamente pelo facto de que compete com virtualmente 1/4 do espaço físico disponível para hardware, pelo que não pode ter uma placa gráfica nem processador do mesmo género que as outras consolas possuem. O problema é que mesmo nessas consolas, Ark: Survival Evolved tem tido problemas técnicos – o que poderá ser derivado de uma fraca otimização gráfica do jogo. Aliás, mesmo no PC este tem tido problemas consistentes de framerate, não conseguindo por vezes suportar os vários elementos no ecrã ao mesmo tempo.

Tudo isto resulta numa versão que falha em aguentar os 30fps na Switch em docked mode, com o jogo em modo portátil a demorar eternidades para fazer o render das texturas, inclusive “esquecendo-se”, por vezes, de realizar essa tarefa. Naturalmente os problemas de framerate agravam-se em modo portátil, pelo que é aconselhável jogar com a consola inserida na Dock. Num jogo em que o objetivo é recolher matéria prima, sintetizar ferramentas e equipamento para caçar animais, e combater contra outros jogadores – enquanto tentamos não ser comidos por tudo o que se move – será compreensível a frustração que sentimos quando chegamos à conclusão de que estamos a lutar contra o próprio jogo. Acaba por ser um título em que a dificuldade natural da sobrevivência recebe de mãos abertas a frustração que advém de sentir que o hardware simplesmente não nos acompanha.

No entanto, é Ark: Survival Evolved – o jogo completo, sem qualquer corte de conteúdo -, pelo que os fãs incondicionais do mesmo poderão querer ter esta versão para a Switch. O survival game que começou em open access na plataforma Steam foi analisado extensivamente pelo nosso Rodrigo Carneiro, pelo que em tudo o que não for específico à plataforma da Switch, a análise previamente feita mantém-se inalterada.

Opinião Final:

Havia de chegar o dia em que algo não iria correr da forma desejada na Switch, e Ark: Survival Evolved foi o (in)feliz contemplado. Supomos que os fãs do jogo noutras plataformas poderão querer ter a capacidade de o jogar “on the go” sem precisarem de andar com um PC portátil às costas, e essa é a única razão que justificará, no limite, qualquer incentivo de se adquirir este jogo. Para todos os outros, Fortnite será sem dúvida, a melhor opção.

Do que gostamos:

  • Ark Survival Evolved na Switch – o jogo completo, sem cortes de conteúdo.

Do que não gostamos: 

  • O jogo, que de si já tem problemas de framerate, está terrivelmente otimizado para o hardware da Switch, agravando o problema.

Nota: 4/10

A análise original à versão PS4 de Ark: Survival Evolved pode-se ler aqui: https://portugalgamers.pt/analise-ark-survival-evolved/