Ary and the Secret of Seasons – Análise

A primeira vez que me deparei com  Ary and the Secret of Seasons, foi um momento ao qual me recordo com carinho. As suas animações simples mas cativantes, os seus cenários bastante atraentes e o seu apelo pela aventura, fizeram com que quisesse saber mais sobre este título, com um toque de promoção ao estilo plataformas, com um enredo prometedor.

Comecei esta história com uma excelente introdução que me fez lembrar jogos como Jak and Daxter no seu estilo de animação com várias possibilidades de exploração e com um estilo bastante atual e cartonesco, descartando um pouco a qualidade gráfica mas estimando o seu ganho artístico. Durante cerca de duas horas estava a divertir-me imenso com a proposta inicial do título, com a obtenção de poderes que descrevem cada uma das nossas estações do ano, podendo ser aplicada durante os vários puzzles, batalhas, entre muitos outros momentos.

Depois de um maior conhecimento sobre as funcionalidades do jogo, parti na minha jornada para reequilibrar o balanceamento do mundo, estabilizando todas as estações em diferentes pontos do mapa, que foram sofrendo alterações pela presença de cristais que comandavam uma anomalia do tempo, que fez com que todas elas ficassem alteradas e erradas no seu surgimento natural.

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Esta, foi uma proposta que me deixou bastante agradado, porque não é todos os dias que podemos ter poderes associados ao Verão, Primavera, Outono ou Inverno, tudo num único jogo. O fascínio foi crescendo enquanto ia desbloqueando novas missões secundários e progredindo na história. Contudo, chegou a uma altura do jogo em que me senti um pouco atraiçoado pelo potencial (que me começara a parecer desperdiçado), ao mesmo tempo que ignorava de forma constante os graves erros de performance do qual o jogo ia sofrendo.

Este meu pensamento solidificou-se a partir do momento em que cheguei a uma altura que teria de derrotar um número específico de bosses e que cada um deles era representado por um templo que escondia em si, enigmas e puzzles bastante frustrantes e meio que complexos, agravados pelo excesso de descuido na funcionalidade em si. Aí, foi o momento em que percebi que o jogo sofria demasiado para querer mostrar algo de bom, não compensando o tempo gasto numa experiência que se apresenta como algo que podia ser incrível, para um projeto de baixo orçamento.

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Apesar de todas as suas possibilidades: de esquiva, parry ou de alteração de armas, o combate revela-se demasiado simples e pouco presente durante todo o jogo, dando lugar a puzzles com uma frequência totalmente desproporcional, descortinando um enorme desequilíbrio de momentos. O jogo apresenta-te várias missões secundárias que a partir de certo momento deixam de fazer sentido porque o teu foco passa a ser essencial nas missões principais que se tornam chatas e cansativas de realizar, tanto pelo seu desenho um pouco bacoco como pelo seu eminente aparecimento diante dos nossos objetivos.

A jogabilidade é um dos fatores positivos, com as várias opções que temos, porém, as quedas absurdas de fps, os bugs recorrentes e uma escassez de variedade de inimigos e novos desafios torna-a severamente descartável. Ao longo do meu gameplay, fui dizendo adeus ao seu estilo mais aventureiro onde cada segmento podia colmatar num único boss, terminando assim um arco relativo a cada estação, mas não. O jogo divide-se em duas partes, uma onde tens de explorar bastante até encontrares personagens específicos, que vão determinar, depois, um futuro cinzento onde passei a vida a resolver puzzles, alguns bastante repetitivos que no decorrer de umas horas se tornaram excessivamente massivos por serem constantes  no avançar da história. Levar determinado obejeto do ponto A ao ponto B, tornou-se uma rotina desinteressante que banalizou de forma preponderante toda a experiência, não deixando espaço para o que de melhor ficou, embora o jogo pudesse ter sido efetivamente, fantástico.

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No fim, ficou como recordação uma ótima banda sonora que nos transporta diretamente para o mundo de Ary and the Secret of Seasons, com uma excelente composição que não é de todo usual em videojogos pouco viáveis financeiramente. Infelizmente, esta acabou por ser a única característica que não me desapontou desde o começo até ao final, contrastando com todo um universo desperdiçado pela banalidade.

Opinião Final:

Depois de uma reflexão e de vários momentos de frustração, dei por mim num título repleto de imperfeições para poder ser considerado bom, e portanto, é com lamento que acabei por ter uma experiência fraca numa premissa demasiado prometedora, por tudo o que o jogo engloba em si. Pela sua ideia geral e também pelo seu complexo sistema de combate que acaba deitado fora pela falta de oportunidade em evoluir algo que estava num bom caminho. Por todas estas razões, não o considero um jogo recomendável.

Do que gostamos:

  • Premissa do jogo;
  • Banda sonora;
  • Bom estilo artístico.

Do que não gostamos:

  • Um manjar de bugs;
  • A partir de determinado momento, super repetitivo;
  • Sistema de combate mal aproveitado;
  • História escassa;
  • Performance desagradável.

Nota: 5,5/10