Assassin’s Creed Valhalla – Análise

Quando Assassin’s Creed Syndicate foi lançado em 2015, muitos fãs já questionavam a Ubisoft se a franquia como um todo não estava demasiado desgastada e a precisar de um “descanso” para que um dia talvez voltasse aos seus tempos áureos (saga Ezio).

Foi com essa ideia em mente que, em 2017, a Ubisoft lançou Assassin’s Creed Origins, um jogo que abandonava muito daquilo que até então havia definido a franquia. Deixou de lado o realismo, as mecânicas de stealth e um estilo de gameplay mais próximo da aventura, assumindo-se como um RPG. Até era possível ter momentos pontuais de furtividade, porém, na grande maioria das situações, o jogador iria confrontar os inimigos de frente, com mecânicas de combate que inclusive na altura em que analisei o jogo, destaquei que eram positivas, mas com claras aberturas para melhorias futuras.

Um ano depois, chegava às lojas Assassin’s Creed Odyssey, um jogo que pessoalmente me traz boas e más memorias, pois consigo perfeitamente ver qualidades nele, tanto que na análise que fiz, dei uma nota muito positiva. Porém, Odyssey é sem duvida um daqueles jogos que ao ser digerido com o tempo, começa a mostrar suas falhas. Tendo a responsabilidade de esmiuçar ao máximo determinado conteúdo para permitir ao leitor fazer uma escolha consciente na altura de comprar ou não, Assassin’s Creed Odyssey mostrou-se ser um “Cavalo de Troia”. Se fosse hoje a fazer a análise, apesar de ainda acentuar vários pontos positivos, não daria a nota que dei na época e teria mais a escrever de negativo do que de positivo, principalmente no que toca à narrativa.

Obviamente que eu sei que esta análise é sobre Assassin’s Creed Valhalla, mas esta introdução é muito importante, por vários motivos. Valhalla marca o final da trilogia iniciada por Origins, pelo que a partir dos jogos anteriores podemos traçar uma melhor visão de o que exatamente este novo jogo tem a oferecer.

Em Assassin’s Creed Valhalla os jogadores vão assumir o manto de Eivor, um(a) jovem nascido/a na região de Rygjafylke, um dos vários reinos existentes nos fiordes noruegueses. Após uma grande tragédia, o seu futuro é completamente alterado. Numa noite que seria marcada pela festa, o/a jovem estava extremamente animado/a por entregar ao rei Styrbjorn um tributo que representaria na perfeição o estreitar de laços entre as suas famílias. Contudo, no decorrer da festa são atacados por Kjotve, um sanguinário líder de um reino rival.

Entre o caos, Eivor vê os seus pais serem assassinados, muitos daqueles que conhecia serem mortos brutalmente e parte do seu reino devastado. No meio de sangue e morte, Eivor é salvo/a por Sigurd, filho de Styrbjorn que sempre foi praticamente um irmão para ele/a. As boas notícias são, no entanto, breves, já que durante a fuga e os incessantes ataques dos guerreiros de Kjotve, acabam por cair num lago congelado, onde Eivor é atacado/a por um lobo, mas tem a sua vida poupada após uma visão de Odin e a intervenção dos seus fieis corvos.

A história avança alguns anos e vemos que Eivor sobreviveu a tudo aquilo com duas marcas permanentes: a primeira é a marca da mordida do lobo que acaba por lhe dar a alcunha de “Eivor: The Wolfkiss”; e a segunda, e talvez mais importante, é a marca que ficou na sua alma e no seu sangue. Estas marcas acabaram por forjar um(a) grande guerreiro/a viking que procura vingança a qualquer custo contra Kjotve. Para aqueles que estão preocupados com possíveis spoilers, tudo isto é apenas a introdução da história, sendo que nem mesmo podemos considerar estes eventos como o início de Assassin’s Creed Valhalla, uma vez que estamos perante um jogo com bastante conteúdo narrativo logo nas suas primeiras horas.

É justamente aqui que surge um primeiro ponto interessante. Assassin’s Creed Valhalla será incapaz de deixar o jogador indiferente à sua narrativa: e não quero exprimir com esta afirmação nem como um elogio, nem uma crítica negativa, mas sim algo que merece ser destacado, pois marca toda a experiência do jogador nessa jornada. Não é por acaso que o subtítulo da análise é “um conto interativo viking que leva os jogadores numa jornada de luz e sombra”.

Pessoalmente, não considero que Assassin’s Creed Valhalla traga uma história inovadora e, muito sinceramente, nem acredito que fosse essa a intenção da Ubisoft. Ainda assim, esta talvez seja a narrativa mais estruturada desde a saga Ezio. Não é estragar a experiência ao jogador dizer que a procura por vingança é resolvida ainda na introdução do jogo, já que a intenção da Ubisoft nunca foi prender-se a um único núcleo narrativo. Kjotve é um antagonista dessa história e não há discussão possível sobre isso, mas não é a figura central, não é um Borgia: é Kjotve. A sua importância faz-se presente enquanto buscamos vingança e talvez muito mais até quando ela é obtida, pois os seus atos estão entranhados na pele de Eivor e cada pequeno passo que ele/a dá, é influenciado positiva ou negativamente pelos acontecimentos do seu passado.

Enquanto que Assassin’s Creed Odyssey chegou com a promessa de entregar uma história épica e ao longo do jogo entregou uma narrativa cansativa e pouco interessante, Assassin’s Creed Valhalla representa uma clara intenção da Ubisoft de se aproveitar do sucesso que os vikings voltaram a ter na nossa sociedade através de séries e filmes. Desta forma, entrega ao jogador algo que ele queria muito (será que teremos Japão Feudal num futuro breve?!), porém, é daquelas poucas situações onde apesar da intenção ser questionável (afinal não deixa de ser um conteúdo já bastante saturado), a execução chegou proxima da perfeição em muitos momentos.

Cada pequeno detalhe narrativo acaba por representar um elemento muito maior para o próprio jogador e, consequentemente, para a sua experiência dentro do jogo. Um combate de proporções épicas tem como objetivo introduzir mecânicas de combate e movimentação, determinados NPCs não apenas introduzem fios condutores para a história, como também introduzem elementos icónicos para a franquia. Similarmente, a mitologia nórdica não é meramente um elemento fantástico que pode causar uma quebra na imersão em alguns momentos, introduzindo algo totalmente fora da realidade, mas é algo que enriquece a história explorada: não é simplesmente um elemento do jogo, é um elemento da vida das personagens, afinal é algo que está no âmago da cultura viking.

Também são inseridos de maneira pontual elementos que num primeiro momento o jogador irá considerar que não terão qualquer significado que vá além do meramente estético, como é a caso da escolha no género do protagonista. Assim como em Assassin’s Creed Odyssey a nossa personagem pode ser do género masculino, como do feminino. Contudo, é dada ainda uma terceira opção ao jogador de deixar que a própria narrativa decida em determinados momentos qual será o género do protagonista, e é óbvio que não irei estragar a experiência do jogador e revelar o motivo por detrás dessa opção, mas o detalhe dessa ser uma “opção padrão” não é arbitrário.

É a partir daqui que a história é construída. Sem tentar forçar o jogador a tomar decisões ou a forçar à imersão, a história é claramente planeada e não vai reinventar nada na franquia ou na indústria dos videojogos. Contudo, muito original ou não, vai-se desenrolando e o jogador terá prazer em participar de maneira ativa nela, mesmo quando quiser sair um pouco da história principal e seguir missões secundárias que estão espalhadas pelo mapa.

E é precisamente aqui que, para mim, surge o ponto mais forte de Assassin’s Creed Valhalla: o mapa e a exploração que  o mesmo permite. Rygjafylke é a primeira região do jogo. Até sair dessa região, o jogador não terá ainda sequer visto o nome do jogo a surgir no ecrã, e não é exagero dizer que caso o jogador opte por jogar sem a pretensão de terminar a história de maneira rápida, provavelmente irá gastar 10 horas sem se dar conta só nessa região. Claro que é indicado que procure dividir o vosso tempo entre os diferentes conteúdos, mas é sempre aprazível explorar o mapa de Assassin’s Creed Valhalla, desde as regiões gélidas e montanhosas da Noruega até aos cenários mais vivos e diversificados da Inglaterra do século IX. Por isso mesmo, acredito que em vários momentos o jogador irá preferir explorar o mapa, do que seguir missões.

Têm por exemplo a plena liberdade de a qualquer momento decidirem subir (de maneira bastante fluida) a maior montanha da região. Ao chegarem ao topo, descobrem uma nova região do mapa, encontram itens, inimigos humanos ou animais, e até mesmo conseguem perceber melhor a motivação da sociedade ali estabelecida em procurar uma região mais rica: afinal, a visão que o jogador terá ao chegar ao topo é  a de uma grande área dominada pela neve, e, consequentemente, ausência de vegetação. Esta experiência traz ao jogador a sensação de que todos os que estão naquele lugar já nasceram forjados pela necessidade de sobreviver a condições adversas, ao mesmo tempo. Ao mesmo tempo, desconstroi uma possível visão de que são bárbaros, pois vemos, antes de guerreiros, uma comunidade e entendemos melhor a migração para a Inglaterra, numa busca de oferecer para futuras gerações uma vida mais tranquila.

Assassin’s Creed Valhalla mantém o estilo de gameplay dos últimos jogos da franquia, os quais, como referi, abdicaram do realismo e da veracidade histórica, para entregar um jogo onde é possível evoluir a personagem através de uma árvore de habilidades que, desta vez, está conectada ao estilo de armadura e arma que o jogador pretende utilizar. A evolução da nossa personagem também se reflete em resistência e habilidades únicas para enfrentar os inimigos. Por exemplo, ao se optar por evoluir as habilidades relacionadas com armaduras pesadas e armas de duas mãos, o jogador também vai desbloquear uma maior resistência a ataques pesados e até habilidades que permitem desviar-se com maior facilidade de ataques específicos dos inimigos mais resistentes do jogo. Tirando esta alteração no sistema de evolução do protagonista, o combate não sofreu qualquer alteração. Continuamos aqui perante algo com um estilo próximo do género action RPG onde o jogador deverá atacar, desviar e contra-atacar nos momentos certos para causar cano ou atordoar o inimigo.

Valhalla traz também consigo uma maior diversidade de inimigos quando comparado aos antecessores, contendo ainda uma boa variedade de armas e técnicas de combate. Ainda está longe de outros RPG, no entanto, mergulhou bem mais no género, exigindo que os jogadores tenham um conhecimento prévio dos inimigos e do seu moveset antes de entrar nos combates. Assassin’s Creed Valhalla também traz de volta alguns elementos únicos inseridos desde Assassin’s Creed Origins, como o encontro com animais lendários que vão desbloquear recompensas únicas; missões de destruir, coletar ou sincronizar objetos; e até mesmo o confronto contra inimigos com habilidades especiais. Estes elementos são mostrados no mapa como pontos em azul ou dourado, e ao se aproximarem ou utilizarem o Corvo é possível identificar qual o desafio ou missão secundária que irá decorrer naquele ponto do mapa.

O Corvo talvez seja a mecânica de jogo que mais mudou em comparação com Origins, e até com Odyssey. Enquanto Senu (Assassin’s Creed Origins) e Ikarus (Assassin’s Creed Odyssey) tinham uma participação bastante ativa na exploração, permitindo-nos identificar com detalhe itens e regiões, além de marcar os inimigos (o que facilitava de maneira consideravel o jogo), Synin, funciona mais como um suporte limitado. Este apenas identifica alguns elementos no mapa, destaca a localização exata da missão e oferece ao jogador uma noção de onde os inimigos estão, porem, não é possivel marcar os inimigos, o que equilibra a dificuldade do jogo e adiciona uma motivação adicional para optar por uma abordagem mais furtiva em alguns momentos.

Outra mudança relacionada a esta alteração, é de que Assassin’s Creed Valhalla mantém a mecânica de separar inimigos por regiões com base no seu nível. Assim, inimigos de nível mais alto aparecem em determinadas regiões, o que é intencional para que o jogador evolua Eivor antes de os confrontar. No entanto, ao contrário dos seus antecessores, Assassin’s Creed Valhalla é menos punitivo para os jogadores curiosos, já que não vão encontrar uma grande densidade de inimigos e animais, além de ser perfeitamente possivel escapar dos mesmos. Acredito que esta tenha sido uma escolha intencional por parte da Ubisoft, exatamente para dar ao jogador a liberdade de explorar o mapa e as diversas regiões do jogo.

Porém, um dos elementos de combate onde Assassin’s Creed Valhalla mais se destaca é sem dúvida durante as “Incursões”, locais representados no mapa com o símbolo de dois machados cruzados onde o jogador poderá invadir e pilhar juntamente com os seus companheiros viking. Durante estas “Incursões”, os jogadores terão de enfrentar vários inimigos que estão a defender a área e encontrar suprimentos, normalmente localizados nas estruturas principais da cidade ou vila. Ao concluir as “Incursões”, o jogador terá coletado recurso importantes que serão utilizados para construir locais importantes em “Ravensthorpe”, a aldeia principal do jogo.

Algo interessante é que, ao contrário de outros jogos que utilizam NPCs como aliados, em Assassin’s Creed Valhalla, os nossos companheiros de combate possuem um nível razoável de IA, ajudando nos combates e a pilhar os corpos dos inimigos derrotados com total naturalidade. Obviamente que não é possível confiar a 100% neles para derrotar inimigos com maior resistência ou “Elites”, mas também não são apenas personagens inúteis durante o combate. No mínimo, aliados são importantes para distrair os inimigos, já que assim como na maioria dos RPGs, ataques pelas costas dos inimigos são considerados ataques criticos e irão causar um dano significativo.

Confesso, no entanto, que esperava uma relação mais profunda entre Eivor e os seus aliados. Durante os combates vão dar-se momentos em que os nossos aliados vão cair após sofrer muito dano e Eivor pode ressuscitá-los ao aproximar-se deles. No entanto, além de nunca morrerem, os jogadores muito provelmente não vão preocupar-se realmente com eles, já que em momento algum há elementos narrativos que levem os jogadores a conhecer mais sobre os aliados que estão em Dracar contigo. Não há realmente um peso ou preocupação com eles durante o combate. Além disso, ao contrário daquilo que muitos poderiam esperar, o jogo em momento algum tenta transparecer a noção de que são bárbaros, ou levar o jogador a questionar verdadeiramente o ato de Eivor e dos seus aliados durante a história. Apesar de ser o jogo narrativamente mais estruturado da trilogia, ainda assim não tem uma história suficientemente profunda para levantar questões éticas.

Assim como os jogos que o precederam, Assassin’s Creed Valhalla traz alguns eventos que decorrem nos tempos atuais, com breves momentos de gameplay fora do Animus. Esta parte, contudo, prefiro não aprofundar muito nos detalhes, já que oferece algumas surpresas e elementos ligados ao final de Assassin’s Creed Odyssey. Posso, no entanto, afirmar que entrega um encerramento interessante para a trilogia e abre espaço para algumas teorias.

Graficamente, o jogo entrega uma experiência visual incrível, tirando o máximo proveito do motor gráfico AnvilNext 2.0 mesmo na Xbox One (versão analisada), mas é totalmente previsível que a Ubisoft tenha dado especial atenção no quesito da qualidade gráfica às versões para nova geração (Xbox Series X/S e PlayStation 5), que também vão apresentar reduções consideráveis no tempo de loading. Por outro lado, a escolha da ambientação acaba por comprometer a imponência de alguns locais dos jogos anteriores. Não esperem encontrar um local em Assassin’s Creed Valhalla, que proporcione a mesma experiência visual que as famosas pirâmides em Assassin’s Creed Origins, sendo locais muito mais próximos daquilo a que estamos habituados na vida real. O jogo também conta com um ciclo de dia e noite, porém, tal não é algo que a Ubisoft decidiu aproveitar de maneira considerável no jogo.

Na iluminação que encontramos um elemento que funciona de maneira incrível em boa parte do jogo, mas dececiona em momentos pontuais. O jogo traz efeitos de iluminação incríveis e que tornam os cenários do jogo ainda mais belos, já que a ausência de uma grande densidade populacional permite que a natureza esteja bem presente no jogo. Porém, ao sairmos de locais abertos e bastante iluminados e ao adentrarmos por tumbas ou locais fechados, muitas vezes o jogo não consegue adaptar a iluminação eficazmente, o que na grande maioria das vezes não vai comprometer a experiência do jogador, mas vai deixar mesmo a utilizar tochas, com alguma dificuldade em localizar-se pelos locais durante alguns minutos, até o motor gráfico encontrar uma fonte de luz para balancear essa iluminação.

Por outro lado, as animações são algo a destacar pela positiva, com uma boa diversidade de animações de finalização dos inimigos. Em alguns casos será possível até mesmo ver desmembramentos e decapitações, além de uma animação especial para o assassinato de alguns inimigos, principalmente os “Membros da Ordem”.

O áudio do jogo está muito bom, sendo possível ouvir os guerreiros viking a remar o Dracar, ou durante as viagens ouvir as suas histórias e músicas. Além disso, é percetível o caos e a ferocidade dos combates até mesmo pelos efeitos sonoros, com o som do embate das armas estando bem presente no jogo. Outro elemento importante a destacar é de que o jogo possui legendas e áudio em PT-BR, algo sempre positivo num jogo onde a narrativa é um elemento constante. Não esperem, ainda assim, grandes atuações, com alguns personagens a não conseguirem demonstrar tão bem a suas emoções e alguns a recorrer a clichés que apenas tornam os diálogos rasos e algumas vezes quebram um pouco a imersão.

Opinião Final:

Em resumo, apesar dos dois anos entre o lançamento de Assassin’s Creed Odyssey e Valhalla, a Ubisoft Montreal não tentou inovar, optando por uma abordagem segura e fiel ao que já foi apresentado nos dois últimos jogos da franquia. Consegue, no entanto, corrigir (mesmo que de maneira leve) alguns problemas e decisões questionáveis, principalmente na estrutura narrativa. Quem gostou de Assassin’s Creed Origins e Odyssey dificilmente terá uma má experiência ao jogar Assassin’s Creed Valhalla. Muito pelo contrario, encontrará muitos elementos para elogiar e até mesmo desejar que sejam aplicados em futuros jogos da franquia.

Entretanto, tenham em mente que o jogo em momento algum será inovador. Eivor não é uma personagem extremamente carismática e de quem o jogador se irá lembrar como se lembra de outros grandes protagonistas da franquia. Igualmente, a grande maioria dos NPCs não investem com a emoção necessária algumas das cenas, o que pode prejudicar a imersão. Sem qualquer dúvida, o maior trunfo, e aquilo que vai levar tanto fãs, quanto jogadores recém-chegados à franquia a terminarem o jogo apaixonados pelo mesmo, é a exploração e a diversidade de conteúdos e experiências vividas durante essas explorações.

Não há como negar que Assassin’s Creed Valhalla deixa a sua marca positiva na franquia, assim como não há como discutir que é o melhor jogo da trilogia. Ainda assim, aquilo que entrega ainda não é suficiente para recriar a experiência que os fãs tiveram com jogos clássicos, como Assassin’s Creed II. É preciso entender e abraçar a ideia de que a franquia mudou ao longo dos anos, e aquele jogo que em 2007 se preocupava com fidelidade até nos equipamentos utilizados pelo protagonista, agora entrega elementos fantásticos e habilidades sobre-humanas de maneira a oferecer um jogo divertido a longo prazo.

Um detalhe importante a mencionar nesta análise, é de que devido ao tempo adicional que precisei por motivos pessoais para concluir a mesma, notei que muitos sites e Youtubers tiveram críticas negativas a fazer à otimização do jogo, com muitas menções a bugs. Pessoalmente, não presenciei muitos bugs, mas houve momentos onde Eivor ficou preso em locais aleatórios, itens surgiram ou tiveram movimentações aleatórias e houve quedas notáveis de fps. Nada, no entanto, que tenha compremetido o gameplay em si ou as missões.

Do que gostamos:

  • O mundo do jogo é bastante rico e detalhado, sendo sem dúvida a exploração aquilo que irá conquistar mais os jogadores;
  • Um jogo com gráficos que conseguem oferecer uma experiência enriquecedora aos jogadores, mesmo nas consolas da última geração (PS4Xbox One);
  • A jogabilidade, que foi um elemento muito positivo nos anteriores, regressa em Assassin’s Creed Valhalla;
  • Ambientação imersiva da Inglaterra do século IX;
  • Diversidade de inimigos e animações de finalização e assassinato;
  • Coesão narrativa entre os jogos da trilogia.

Do que não gostamos:

  • Personagens pouco carismáticas e com diálogos fracos;
  • O claro ignorar de elementos clássicos da franquia como a Hidden Blade, que está presente, mas sem um esforço digno para a incluir na narrativa;
  • Alguns bugs que podem comprometer a experiência do jogador;
  • A dificuldade da Ubisoft em inovar com um novo jogo, mesmo com uma janela de lançamento de 2 anos.

Nota: 8/10