Call of Duty: Vanguard – Análise

De todas as franquias de videojogos que se prolongam pela história, uma das mais conhecidas será, sem sombra de dúvida a franquia Call of Duty. Tal como todos os shooters baseados em conflitos históricos – embora sempre com uma narrativa particular fictícia – a franquia viajou desde a 2.ª Guerra mundial até aos dias de hoje, em conflitos modernos no meio-oriente, voltando por vezes ao conflito mais sangrento do mundo, visitando algumas missões secretas durante a guerra fria, para finalmente voltar aos tempos modernos, naquilo que parece ser um esforço de ligar as várias narrativas dos vários jogos.

Call of Duty: Vanguard volta ao cenário da 2.ª Grande Guerra, contando a já conhecida estória, nas já conhecidas batalhas, agora através de um grupo de forças especiais multifacetado, contando com várias nacionalidades dos países aliados, naquilo que poderá ser descrito como uma missão para assegurar que o 3.º Reich não sobrevive o final da guerra. A única novidade desta já conhecida estória é a premissa – a Alemanha nazi está a perder a guerra e põe em marcha um plano que permitirá ao regime sobreviver – os heróis terão de impedir esse plano.

A melhor parte de Call of Duty: Vanguard será sem dúvida o multiplayer

Até aqui tudo bem, o problema é que logo após a 1.ª missão, somos capturados, passando pelo menos três quartos do jogo a jogar vários flashbacks das várias personagens, nomeadamente nas várias e conhecidas batalhas do conflito militar, quais as suas motivações e como acabaram por se juntar. Está aqui visível o problema de Vanguard, não tem por onde inovar, porque recicla as várias batalhas do conflito – já inúmeras vezes jogado na saga Call of Duty – tentando dar-lhe um toque pessoal.

Nem tudo é mau, existem algumas inclusões curiosas, mas que honestamente apenas os fãs de história militar conseguirão compreender e em razão disso apreciar. O que nos leva para o facto de que simplesmente a narrativa de Vanguard não estará ao nível dos títulos mais conhecidos de Call of Duty. Será, quando muito, uma pequena distração para nos entreter enquanto o remake de Modern Warfare 2 não é lançado. Honestamente, qualquer receio que Call of Duty esteja narrativamente a estagnar não será infundado.

Vanguard não inova a nível da narrativa

A nível de jogabilidade, é Call of Duty, isto é, para além da utilização das armas historicamente adequadas ao conflito em que a narrativa decorre, a jogabilidade first-person-shooter é exatamente a mesma dos jogos mais recentes – dos quais se destaca, naturalmente – Warzone! Naturalmente que o multiplayer de Vanguard pouco ou nada tem haver com Warzone, bem pelo contrário, voltamos aos clássicos Deathmatch e Domination, com alguns modos novos à mistura como Champion Kill (muito semelhante às mecânicas de Counter Strike) e Patrol, um jogo ao estilo de Domination mas só com um ponto de controlo. O jogo também tem um modo Zombies, com uma progressão muito própria, mas que não nos atraiu particularmente, em razão da falta de variedade que o modo possui, é divertido durante um bocadinho, tal como o single-player, uma distração do resto do multiplayer.

Call of Duty Vanguard encontra-se na vanguarda da apresentação gráfica na PS5

 

Uma pequena nota relativamente à apresentação gráfica, o jogo corre a 4K 60fps ou 120fps nos monitores e televisões compatíveis, pelo que é um excelente showcase do novo modo 120fps a correr nas consolas modernas.

Opinião final:

É preciso pensar em Call of Duty: Vanguard como um filme de ação daqueles que sai no verão: não é um enorme lançamento tipo êxito de bilheteiras, mas uma distração agradável em que podemos colocar o nosso cérebro numa jarra e simplesmente disfrutar das várias batalhas onde matamos nazis. Não devemos procurar mais na narrativa, porque a franquia é muito segura nas escolhas que toma para o single-player. A nível de multiplayer, traz alguns modos conhecidos juntamente com algumas novidades, mas nada que justifique a compra daqueles que não são fãs da franquia.

Do que gostamos:

  • Jogabilidade COD;
  • Alguns detalhes históricos para os fãs da história militar;
  • Modos multiplayer clássicos e alguns novos;
  • Modo 4k a 120fps nos monitores e televisões compatíveis.

Do que não gostamos:

  • Não inova na narrativa;
  • Não avança a franquia para novos níveis de qualidade

Nota: 7/10

Análise efetuada com um código PS5 cedido gentilmente pela distribuidora.